segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Peças de avião serão fabricadas com jatos de água

Usinagem com água

Observe que esta não é uma peça cortada - trata-se de um desenho
preciso traçado na superfície de um bloco de superliga,
usando somente o processo de usinagem com jato de água

Engenheiros espanhóis estão desenvolvendo uma nova tecnologia que permite que peças de ligas metálicas avançadas sejam usinadas utilizando apenas água.

Embora seja fácil trabalhar com o alumínio e suas ligas, as coisas ficam mais complicadas no caso das peças aeroespaciais, que frequentemente precisam ser feitas de titânio ou de Inconel®, uma superliga à base de níquel e cromo.

O corte de peças com água está bem desenvolvido, já sendo utilizado industrialmente.

Mas Amaia Alberdi e seus colegas da Universidade do País Basco querem mais.

Eles estão desenvolvendo a usinagem a água, visando a substituição de fresas, tornos e máquinas de polimento.

Superligas

As superligas são materiais leves e muito resistentes, o que torna sua usinagem particularmente difícil e cara, sobretudo pelo elevado desgaste das ferramentas.

Os engenheiros partiram de uma máquina de corte a água disponível comercialmente e foram ajustando-a para que ela pudesse desbastar o material de modo uniforme e preciso.

"A diferença entre o corte com jato de água e a usinagem a água está no tempo de exposição do material ao jato de água," explicou Alberdi.

Uma máquina de corte com jato de água permite a configuração dos parâmetros apenas do início da operação, o que é inadequado para a fabricação de formatos complexos e para o desbaste superficial seletivo.

Por isso os engenheiros desenvolveram modelos de resistência para os diversos tipos de superligas, usando-os em um novo sistema de controle que ajusta o jato de água em tempo real, seguindo o desenho CAD da peça.

Primeiro desbaste

Os engenheiros estão convencidos que a usinagem com jato de água tem um grande potencial, sobretudo em materiais para aplicações aeronáuticos, ainda que a usinagem ou a fresagem convencionais não sejam totalmente dispensadas.

"A vantagem é que a usinagem com água será capaz de realizar um primeiro desbaste a um custo muito baixo em comparação com o processo atual," concluem eles.

Fonte: Site Inovação Tecnológica - Foto: CIC marGUNE

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