Reportagem do iG pediu orçamento para empresas que prestam serviços para José Serra e Dilma Rousseff e estimou os gastos
Com inicio da pré-campanha à presidência da República, os candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) passaram a viver uma rotina de viagens que, dadas às dimensões do país, exige a contratação de aeronaves executivas. Ao lado das despesas previstas para a realização dos programas de TV, o uso dos jatinhos constitui um dos itens mais caros da corrida presidencial.
Para estimar o tamanho desta despesa, o iG procurou as operadoras de táxi aéreo contratadas pelas duas campanhas e pediu o orçamento de um vôo com trecho entre Brasília e São Paulo. A consulta se referia a um vôo no dia 1º de maio deste ano. Foram ouvidas a TAM, que presta serviços para a campanha petista e a OceanAir, uma das empresas usadas pelo PSDB.
Segundo a TAM, o trajeto proposto pelo iG custaria R$ 44.190. A empresa oferece a aeronave 560XLS, com capacidade para até oito pessoas. A reportagem pediu um desconto e a companhia chegou a baixar o preço para R$ 41 mil. Para o uso de Lear-60, a OceanAir cobra R$ 39.300 para um voo entre Brasília e São Paulo.
Por um lado, os partidos não fretam aeronaves por vôo isolado, mas em pacotes fechados, o que proporciona descontos expressivos. Portanto, os valores repassados pelas empresas ao iG não traduzem as despesas reais. Por outro lado, as campanhas não fretam apenas uma aeronave para a campanha, mas algumas aeronaves. Além do jato dos candidatos há outros jatos voando, além de turboélices e helicópteros, quando necessário.
As contas feitas no curso desta reportagem servem, portanto, como referência de preço. Num exercício livre, se cada campanha realizar um vôo de ida e volta em cada um dos 150 dias de campanha, seriam contabilizados cerca de 300 trechos semelhantes aos orçados pelo iG. Desprezados tanto o desconto do pacote quanto as locações adicionais, o item "jatinho" poderia alcançar nas duas maiores campanhas algo como R$ 12 milhões.
O secretário de Finanças do PT e atual tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que as empresas prestadoras de serviços costumam abater uma parte do valor do aluguel “em contratos a longo prazo".
Para a candidata participar das caravanas nos Estados nestes três meses, o PT reveza o aluguel dos aviões entre as companhias TAM e Líder Taxi Aéreo. O partido optou por não contratar exclusivamente uma ou outra empresa para poder testar os modelos antes da campanha oficial. “Vamos ver qual atende melhor a necessidades da candidata. É como se fosse um período de experiência”, disse o presidente do PT, José Eduardo Dutra.
Os jatinhos usados nesta fase, segundo Dutra, são modelos simples. O avião da TAM, por exemplo, tem capacidade para seis a oito pessoas, mas o petista disse que não tem televisão nem frigobar. “Eu fui uma vez só. Tem isopor com gelo para latinhas de refrigerante. É um AeroDilma pé de boi”, brincou Dutra, que não quis falar em valores.
Avião tucano
No caso de Serra há um diferencial importante. Ele costuma usar um jato Lear-60, cujo proprietário é o empresário Ronaldo Cezar Coelho, ex-deputado federal pelo PSDB do Rio de Janeiro. Em 2006, ele disputou sem sucesso uma cadeira no Senado e ficou conhecido como candidato mais rico do País.
A assessoria de Serra afirma que jato de Cezar Coelho é alugado por intermédio da OceanAir, operadora de táxi aéreo. Normalmente donos de aeronaves repassam para empresas especializadas a administração do frete. O objetivo é diminuir gastos com manutenção a fim de que o avião não fique parado.
A campanha de Serra tem preferência pelo uso do avião de Cezar Coelho porque obtém descontos. A assessoria do PSDB, no entanto, afirma que não pode revelar os valores, mas garante que os gastos constarão no futuro na prestação de contas. “Eu nem sabia de quem era o avião, mas é claro que isso vai estar na prestação de contas oficiais”, afirmou o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra ao iG.
Marina Silva
A pré-candidata do PV à Presidência, Marina Silva, faz a maior parte de suas viagens em voos de carreira. Segundo sua assessoria de imprensa, o uso de jatinhos é raro mas não pôde ser descartado. No dia 19 de abril, Marina foi a uma comemoração do Dia do Índio a Porto Velho (RR) em voo comum. Mas também já foi à Cuiabá (MT), em voo de fretado. A assessoria dela disse não ter descontos.
O uso de jatinhos é uma prática que teve inicio na primeira campanha presidencial após a redemocratização, em 1989. Num país do tamanho do Brasil, seria praticamente impossível cumprir uma agenda por todo território nacional usando apenas voos de carreira.
Fonte: Andreia Sadi e Adriano Ceolin (iG)
Com inicio da pré-campanha à presidência da República, os candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) passaram a viver uma rotina de viagens que, dadas às dimensões do país, exige a contratação de aeronaves executivas. Ao lado das despesas previstas para a realização dos programas de TV, o uso dos jatinhos constitui um dos itens mais caros da corrida presidencial.
Para estimar o tamanho desta despesa, o iG procurou as operadoras de táxi aéreo contratadas pelas duas campanhas e pediu o orçamento de um vôo com trecho entre Brasília e São Paulo. A consulta se referia a um vôo no dia 1º de maio deste ano. Foram ouvidas a TAM, que presta serviços para a campanha petista e a OceanAir, uma das empresas usadas pelo PSDB.
Segundo a TAM, o trajeto proposto pelo iG custaria R$ 44.190. A empresa oferece a aeronave 560XLS, com capacidade para até oito pessoas. A reportagem pediu um desconto e a companhia chegou a baixar o preço para R$ 41 mil. Para o uso de Lear-60, a OceanAir cobra R$ 39.300 para um voo entre Brasília e São Paulo.
Por um lado, os partidos não fretam aeronaves por vôo isolado, mas em pacotes fechados, o que proporciona descontos expressivos. Portanto, os valores repassados pelas empresas ao iG não traduzem as despesas reais. Por outro lado, as campanhas não fretam apenas uma aeronave para a campanha, mas algumas aeronaves. Além do jato dos candidatos há outros jatos voando, além de turboélices e helicópteros, quando necessário.
As contas feitas no curso desta reportagem servem, portanto, como referência de preço. Num exercício livre, se cada campanha realizar um vôo de ida e volta em cada um dos 150 dias de campanha, seriam contabilizados cerca de 300 trechos semelhantes aos orçados pelo iG. Desprezados tanto o desconto do pacote quanto as locações adicionais, o item "jatinho" poderia alcançar nas duas maiores campanhas algo como R$ 12 milhões.
O secretário de Finanças do PT e atual tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que as empresas prestadoras de serviços costumam abater uma parte do valor do aluguel “em contratos a longo prazo".
Para a candidata participar das caravanas nos Estados nestes três meses, o PT reveza o aluguel dos aviões entre as companhias TAM e Líder Taxi Aéreo. O partido optou por não contratar exclusivamente uma ou outra empresa para poder testar os modelos antes da campanha oficial. “Vamos ver qual atende melhor a necessidades da candidata. É como se fosse um período de experiência”, disse o presidente do PT, José Eduardo Dutra.
Os jatinhos usados nesta fase, segundo Dutra, são modelos simples. O avião da TAM, por exemplo, tem capacidade para seis a oito pessoas, mas o petista disse que não tem televisão nem frigobar. “Eu fui uma vez só. Tem isopor com gelo para latinhas de refrigerante. É um AeroDilma pé de boi”, brincou Dutra, que não quis falar em valores.
Avião tucano
No caso de Serra há um diferencial importante. Ele costuma usar um jato Lear-60, cujo proprietário é o empresário Ronaldo Cezar Coelho, ex-deputado federal pelo PSDB do Rio de Janeiro. Em 2006, ele disputou sem sucesso uma cadeira no Senado e ficou conhecido como candidato mais rico do País.
A assessoria de Serra afirma que jato de Cezar Coelho é alugado por intermédio da OceanAir, operadora de táxi aéreo. Normalmente donos de aeronaves repassam para empresas especializadas a administração do frete. O objetivo é diminuir gastos com manutenção a fim de que o avião não fique parado.
A campanha de Serra tem preferência pelo uso do avião de Cezar Coelho porque obtém descontos. A assessoria do PSDB, no entanto, afirma que não pode revelar os valores, mas garante que os gastos constarão no futuro na prestação de contas. “Eu nem sabia de quem era o avião, mas é claro que isso vai estar na prestação de contas oficiais”, afirmou o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra ao iG.
Marina Silva
A pré-candidata do PV à Presidência, Marina Silva, faz a maior parte de suas viagens em voos de carreira. Segundo sua assessoria de imprensa, o uso de jatinhos é raro mas não pôde ser descartado. No dia 19 de abril, Marina foi a uma comemoração do Dia do Índio a Porto Velho (RR) em voo comum. Mas também já foi à Cuiabá (MT), em voo de fretado. A assessoria dela disse não ter descontos.
O uso de jatinhos é uma prática que teve inicio na primeira campanha presidencial após a redemocratização, em 1989. Num país do tamanho do Brasil, seria praticamente impossível cumprir uma agenda por todo território nacional usando apenas voos de carreira.
Fonte: Andreia Sadi e Adriano Ceolin (iG)
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