A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aprovou na noite de terça-feira (23) a reestruturação societária do grupo Gol, permitindo a fusão das bandeiras Gol e Varig em uma só companhia aérea. As duas marcas serão mantidas, mas passarão a operar de forma integrada sob único CNPJ e também um único Cheta, o certificado de habilitação de uma companhia aérea, emitido pela Anac.
A ata da diretoria da Anac com a decisão deve ser publicada no Diário Oficial da União de hoje (25).
O pedido de autorização para a realização da reestruturação societária foi feito pelo grupo Gol em julho. Segundo fontes do mercado, o cheta e o CNPJ escolhidos para a operação unificada foram os da nova Varig. O atual cheta da Gol seria, portanto, extinto. Procurada, a Gol afirmou que ainda não foi comunicada oficialmente da autorização pela Anac e que, portanto, não poderia comentar.
A reestruturação vai resultar na fusão da malha de vôos e da tripulação, na unificação da estrutura de terra (lojas e balcões de check-in), além de permitir que a empresa tenha só uma estrutura administrativa.
A Gol prepara um grande evento para anunciar os detalhes da reestruturação societária, juntamente com uma campanha de reposicionamento da marca Varig.
Enquanto a Gol investe no consumidor que nunca andou de avião - acaba de lançar uma estratégia para oferecer passagem à prazo para as classes C e D - a Varig quer se consolidar como uma marca premium. A empresa estuda aposentar a famosa barrinha de cereal da Gol, melhorando o serviço de bordo da Gol e simplificando o da Varig. A idéia é economizar tempo e dinheiro com o mesmo serviço de bordo para as duas.
O grande diferencial da Varig - que manterá uma malha de vôos concentrada em destinos de negócios - será o espaço entre as poltronas. As duas marcas vão operar aviões do mesmo modelo: Boeing 737-700 e 737-800, mas os da Gol serão configurados com 184 ou 187 assentos, enquanto na Varig serão apenas 168 lugares. Os novos aviões 737-800 que a Varig acaba de receber contam com uma inovação: as primeiras fileiras possuem poltronas conversíveis de três para dois lugares.
Os novos aviões devem ser destinados aos vôos internacionais da Varig na América Latina, sendo que as fileiras com as poltronas conversíveis funcionariam como uma espécie de classe executiva.
"Esta será a última tentativa da família Constantino para tentar salvar a marca Varig", diz um analista do setor que prefere não se identificar.
Há duas semanas, o vice-presidente de marketing da Gol, Tarcísio Gargioni, disse que pesquisas encomendadas pela empresa revelam que a marca Varig já não diz muita coisa para jovens com menos de 30 anos. A declaração foi interpretada como um sinal de que a marca Varig está longe de ser "sagrada" para a companhia.
"Com a autorização para a Gol e a Varig operarem sob um único cheta, a empresa tem a faca e o queijo na mão para acabar com a marca Varig", avalia o professor de transporte aéreo da UFRJ, Respício do Espírito Santo Junior. "Só justifica manter duas marcas dentro de uma única operação se o serviço for totalmente diferenciado. Mas se as marcas não forem muito diferentes, como é o caso agora, fica tudo muito caro. Não faz sentido."
A Gol comprou a Varig em março de 2007, uma operação que ainda está longe de se provar lucrativa. A Varig já consumiu mais de R$ 1 bilhão do grupo Gol. Em um ano, as ações da Gol caíram 67,56%.
No mercado, comenta-se que a fusão implicará na demissão de centenas de funcionários, de um quadro de 16,6 mil. As demissões devem afetar mais a parte administrativa e de aeroportos do que a tripulação de vôo, acredita o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), Celso Klafke.
Ele afirma que já solicitou à direção da Gol uma reunião para discutir possíveis demissões. "Infelizmente, a gente acha que estão vindo mais demissões por aí", diz Klafke. "Na verdade, as demissões já começaram faz um tempo. Já houve cortes no Rio, essa semana começaram em Guarulhos. Isto está acontecendo em todo o País, mas não tenho números consolidados."
Fonte: Agência Estado - Foto: Arquivo
A ata da diretoria da Anac com a decisão deve ser publicada no Diário Oficial da União de hoje (25).
O pedido de autorização para a realização da reestruturação societária foi feito pelo grupo Gol em julho. Segundo fontes do mercado, o cheta e o CNPJ escolhidos para a operação unificada foram os da nova Varig. O atual cheta da Gol seria, portanto, extinto. Procurada, a Gol afirmou que ainda não foi comunicada oficialmente da autorização pela Anac e que, portanto, não poderia comentar.
A reestruturação vai resultar na fusão da malha de vôos e da tripulação, na unificação da estrutura de terra (lojas e balcões de check-in), além de permitir que a empresa tenha só uma estrutura administrativa.
A Gol prepara um grande evento para anunciar os detalhes da reestruturação societária, juntamente com uma campanha de reposicionamento da marca Varig.
Enquanto a Gol investe no consumidor que nunca andou de avião - acaba de lançar uma estratégia para oferecer passagem à prazo para as classes C e D - a Varig quer se consolidar como uma marca premium. A empresa estuda aposentar a famosa barrinha de cereal da Gol, melhorando o serviço de bordo da Gol e simplificando o da Varig. A idéia é economizar tempo e dinheiro com o mesmo serviço de bordo para as duas.
O grande diferencial da Varig - que manterá uma malha de vôos concentrada em destinos de negócios - será o espaço entre as poltronas. As duas marcas vão operar aviões do mesmo modelo: Boeing 737-700 e 737-800, mas os da Gol serão configurados com 184 ou 187 assentos, enquanto na Varig serão apenas 168 lugares. Os novos aviões 737-800 que a Varig acaba de receber contam com uma inovação: as primeiras fileiras possuem poltronas conversíveis de três para dois lugares.
Os novos aviões devem ser destinados aos vôos internacionais da Varig na América Latina, sendo que as fileiras com as poltronas conversíveis funcionariam como uma espécie de classe executiva.
"Esta será a última tentativa da família Constantino para tentar salvar a marca Varig", diz um analista do setor que prefere não se identificar.
Há duas semanas, o vice-presidente de marketing da Gol, Tarcísio Gargioni, disse que pesquisas encomendadas pela empresa revelam que a marca Varig já não diz muita coisa para jovens com menos de 30 anos. A declaração foi interpretada como um sinal de que a marca Varig está longe de ser "sagrada" para a companhia.
"Com a autorização para a Gol e a Varig operarem sob um único cheta, a empresa tem a faca e o queijo na mão para acabar com a marca Varig", avalia o professor de transporte aéreo da UFRJ, Respício do Espírito Santo Junior. "Só justifica manter duas marcas dentro de uma única operação se o serviço for totalmente diferenciado. Mas se as marcas não forem muito diferentes, como é o caso agora, fica tudo muito caro. Não faz sentido."
A Gol comprou a Varig em março de 2007, uma operação que ainda está longe de se provar lucrativa. A Varig já consumiu mais de R$ 1 bilhão do grupo Gol. Em um ano, as ações da Gol caíram 67,56%.
No mercado, comenta-se que a fusão implicará na demissão de centenas de funcionários, de um quadro de 16,6 mil. As demissões devem afetar mais a parte administrativa e de aeroportos do que a tripulação de vôo, acredita o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), Celso Klafke.
Ele afirma que já solicitou à direção da Gol uma reunião para discutir possíveis demissões. "Infelizmente, a gente acha que estão vindo mais demissões por aí", diz Klafke. "Na verdade, as demissões já começaram faz um tempo. Já houve cortes no Rio, essa semana começaram em Guarulhos. Isto está acontecendo em todo o País, mas não tenho números consolidados."
Fonte: Agência Estado - Foto: Arquivo
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