sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Portugal: Helicóptero de combate a incêndio pousa em auto-estrada com trânsito em movimento

Helicóptero pousou duas vezes em auto-estrada com os veículos em movimento

O Instituto Nacional de Aeronáutica Civil (INAC) abriu um inquérito para conhecer as circunstâncias que levaram um helicóptero de combate a fogos florestais, a serviço da Proteção Civil, a aterrissar e a decolar em plena Auto-estrada A24, junto a Castro Daire, com trânsito nos dois sentidos.

A manobra causou perplexidade a vários condutores, e um dos automobilistas apresentou uma queixa sobre a manobra, que especialistas consideram ter sido feita sem segurança.

O helicóptero, com o indicativo H22, "aterrissou em plena A24, no sentido Viseu, na descida de Mamouros, em plena curva e sem que o trânsito estivesse cortado", contou um dos condutores que conseguiu "evitar a colisão com o heli a muito custo".

A aterrissagem ocorreu em 30 de julho, quando o helicóptero deixava uma brigada de combate a incêndios, constituída por militares do Grupo de Intervenção Proteção e Socorro da GNR.

O incêndio recebeu o registo 31511 da Proteção Civil e obrigou à repetição da aterrissagem "desta vez para buscar a brigada", contou outro condutor que teria apresentado queixa junto do INAC.

O presidente da Federação Portuguesa de Aeronáutica "compreende a manobra na tentativa de extinguir rapidamente o fogo", mas "repetir a operação para recolher a brigada, é abuso", condena José Martinho.

O responsável pelo gabinete de segurança da Associação Portuguesa de Pilotos, disse que a operação "envolveu riscos e poderia ter provocado acidentes, sobretudo aos automobilistas, que numa auto-estrada circulam em velocidade elevada".

O comandante Cruz Santos alerta que para a aterrissagem e decolagem "poder ser feita, a auto-estrada deveria ter sido parada. Fazê-lo fora de uma situação de emergência é arriscado e viola a segurança."

A Proteção Civil assume desconhecer a situação, que "irá averiguar", garante o Comandante de Viseu, a quem pertence o helicóptero. César Fonseca lembra, contudo, que as aeronaves da Proteção Civil "respeitam as normas de segurança".

O DN pediu esclarecimentos ao INAC, que não foram prestados, mas fonte do instituto disse ao DN que a situação "está já a ser investigada".

No dia de ontem a Proteção Civil registou uma centena de incêndios, os mais graves em Montalegre, Valpaços e Benagano, no distrito de Vila Real.

Fonte: Diário de Notícias

Nenhum comentário: