sábado, 31 de outubro de 2009

SAE Brasil Aerodesign: Campeão de disputa de pequenos aviões recusa o termo 'aeromodelo'

"A gente nem chama de aeromodelo, porque não é lazer. A gente chama de avião radiocontrolado", explica Bruno Marcolini, capitão da equipe Charlie Open, da Escola de Engenharia de São Carlos, da Universidade de São Paulo.

No alto, avião radiocontraldo da equipe Charlie Open, vencedora da classe aberta

A equipe de Marcolini foi a campeã na categoria aberta, na 11ª edição do SAE Brasil Aerodesign. A disputa, ocorrida no final de semana passado, em São José dos Campos (91 km de São Paulo), reuniu 81 equipes de estudantes de engenharia (engenharia física, mecânica, mecatrônica, robótica, metalúrgica, eletrônica, eletro-eletrônica, automobilística, produção, automação industrial, aeronáutica, materiais ou agronômica), de Brasil, Venezuela, México e Índia. A equipe indiana, a Pushpak, recebeu a menção honrosa pelo voo válido mais emocionante.

O avião da equipe Charlie Open custou cerca de R$ 7.000 - R$ 4.000 deles apenas com os quatro motores, que têm, cada um, cilindrada de 1,22 polegada cúbica. Com esses quatro motores, a aeronave, pesando 6,8 kg, carregou mais 20,6 kg de carga útil.

O volume carregado foi o principal componente da pontuação da Charlie Open. Segundo Marcolini, o segundo colocado na categoria carregou pouco mais de 12 kg de carga útil.

"Essa competição é importante para a gente porque podemos colocar em prática, desde os primeiros anos da faculdade, o que aprendemos em sala de aula. Às vezes, até o que ainda nem aprendemos", diz Marcolini, aluno do terceiro ano de engenharia.

Segundo ele, a maior parte do investimento no projeto vem de recursos de patrocinadores. O mesmo ocorre com várias outras equipes.

O evento também conta com o patrocínio de grandes empresas do setor da aviação, como EADS (controladora da Airbus), Embraer e Dassault Aviation (fabricante, entre outros, do caça Rafale, que concorre pela preferência do governo brasileiro).

Também conquistaram primeiros lugares as equipes Cefast, do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet MG), na classe regular, e Mike, na classe micro. A Mike também é formada por estudantes da USP São Carlos.

Na classe aberta, não há restrições geométricas às aeronaves ou ao número de motores instalados, mas há um limite para o total de cilindradas do motor e uma distância máxima de decolagem de 61 m.

Na classe regular, os aviões são monomotores. O regulamento também prevê as dimensões máximas das aeronaves.

A classe micro não conta com restrições geométricas ou quanto ao número de motores, mas a aeronave tem de caber dentro de uma caixa de 0,125 m³. Os motores podem ser elétricos e a decolagem deve ocorrer em no máximo 30,5 m.

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Fonte: Haroldo Ceravolo Sereza (UOL Notícias) - Fotos: Sérgio Fujiki (Divulgação)

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