quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Tripulação do avião não foi informada sobre problema de saúde de adolescente que morreu em voo

A diretora do Sindicato Nacional dos Aeronautas, a comissária de voo Marlene Ruzza, disse que a empresa de turismo Tia Augusta cometeu um erro ao não informar o estado de saúde de Jacqueline Ruas para os comissários do voo 758 da Copa Airlines. Segundo ela, é obrigação do passageiro ou do responsável fazer esse comunicado para que a companhia aérea tome determinadas providências.

A Copa não foi avisada de que a jovem havia sido diagnosticada com pneumonia nos EUA. O certo seria ela viajar com um atestado médico ou acompanhada de enfermeiros ou médicos. Se a companhia aérea fosse avisada, poderia tomar providências, como, por exemplo, arrumar um cilindro de oxigênio ou impedir a jovem de embarcar. Segundo Marlene, as condições climáticas da cabine do avião podem agravar o estado de saúde de uma pessoa com doença respiratória.

- O avião é pressurizado, com uma pressão atmosférica que equivale a cerca de 2.500 metros de altura. E, para piorar, o clima é seco por causa do ar-condicionado. Ela precisaria de um cuidado especial.

A diretora diz que, além das máscaras de oxigênio para casos de emergência, o avião é equipado com cilindros de oxigênio.

- No caso da estudante, o ideal é que ela fosse atendida com o oxigênio que tem a bordo, esse é um dos primeiros procedimentos - diz.

Mas, segundo a Copa Airlines, o cilindro de oxigênio não fazia parte dos primeiros socorros neste caso. A Tia Augusta não comentou por que não avisou a companhia sobre o estado de saúde da menina. No Panamá, Jacqueline disse à guia que estava com tontura. Segundo a Tia Augusta, a guia perguntou a ela se estava bem para embarcar. O caso continua sendo investigado pela Polícia Federal.

A família da adolescente Jacqueline Ruas, de 15 anos, que morreu no avião, na volta de uma excursão à Disney, decidiu processar a empresa de turismo Tia Augusta, que organizou a viagem.

- A decisão de processá-los (agência de turismo) já foi tomada, por causa da soma de negligências que levou à fatalidade. Em nenhum momento, comunicaram à família a gravidade do caso. Minha sobrinha poderia até vir a óbito, mas a família tinha que ser informada sobre a gravidade do caso. Se ela passou mal no voo, não deveria ter embarcado de cadeira de rodas no Panamá. Deveria ter sido atendida por um médico e a família deveria ser avisada - diz Magda Paz Santos, tia da menina.

Fonte: Fabiano Nunes (Diário de S.Paulo) via O Globo

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