quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Brasileiros chamam a polícia após troca de avião na TAP: “Não tem estrutura”

Uma mudança repentina de aeronave num voo da TAP para o Rio de Janeiro causou confusão e a presença da polícia após a reclamação de passageiros.

(Foto do Airbus por Laurent Errera)
O voo TP-75, entre o Lisboa e o Rio de Janeiro, é operado pelo avião do modelo Airbus A330-900neo da companhia portuguesa já há alguns anos, desde a saída definitiva do quadrimotor A340-300 e da aposentadoria da maioria dos A330-200ceo, mais antigos.

Acontece que esta rota regular, nestas férias, tem sido feita, por vezes, pelo Airbus A330-200 da também portuguesa HiFly, uma das proeminentes empresas do setor de wet-leasing, um modelo de negócio que consiste em alugar o avião juntamente da tripulação, além do suporte técnico operacional.

As trocas têm sido feitas para dar conta da malha de verão europeu e também aliviar os tripulantes da TAP, que têm trabalhado no limite e sofrendo com os constantes atrasos e problemas nos aeroportos europeus.

No entanto, a última substituição de aeronaves não agradou aos passageiros brasileiros, que se viram prejudicados ao mudar do novo A330neo pelo já rodado A330ceo. Em um vídeo que circula nas redes sociais, é possível vê-los argumentando com a Polícia de Segurança Pública de Portugal (PSP) e funcionários da TAP.

Executiva do A330neo da TAP
Um dos passageiros disse: “não tem estrutura no avião e pagamos à vista”. Eles argumentam que pagaram pela Classe Executiva da TAP mas que foram informados no portão que o voo seria feito pela HiFly e, ao entraram na aeronave, se depararam com um interior bem inferior ao que imaginavam.

De matrícula 9H-TQP, o A330-200 da HiFly usado neste voo do último domingo, dia 21, foi fabricado em 1998 para a Canada 3000, e chegou na aérea portuguesa em 2011, sendo alugado para várias outras empresas nos mesmos moldes que a TAP faz.

Ele leva 298 passageiros, exatamente a mesma quantidade de assentos que o A330neo da TAP está configurado, porém o A330-900 é maior, já que é baseado na fuselagem do A330-300, mais comprido que o A330-200. Sendo assim a configuração da HiFly é mais densa (apertada).

Além disso, a classe Econômica do 9H-TQP tem 267 assentos ante 264 dos A330neo da TAP, e na Executiva a diferença são de 3 assentos a menos, sendo um “trade-off” entre as duas classes.

Outro ponto a se notar é que a classe mais cara da TAP ocupa toda a sessão dianteira da aeronave, entre as duas portas mais à frente e na HiFly apenas metade do espaço.

Assento da TAP na Executiva do A330neo
Mas a reclamação não estava no possível downgrade de classe, e sim de quem estava na Executiva e continuou lá na outra aeronave. No avião da HiFly os assentos estão dispostos na configuração 2-3-2, e na TAP é 1-2-1, todos com acesso ao corredor e com 3 poltronas a menos por fileira.

Além de serem mais assentos, eles são menores, têm menos privacidade, não viram cama e não contam com tela individual de entretenimento (ausente em toda a aeronave). Nestes casos, a HiFly costuma a fornecer um tablet com filmes para cada passageiro da executiva.

Executiva do A330-200 9H-TQP da HiFly (Fotos: Divulgação)
Foi reportado que os passageiros da Executiva receberam um voucher compensatório de €250 euros (R$1.272) pela mudança de aeronave, mas isto ainda não foi suficiente, e diante do problema, eles recorreram à PSP.

No vídeo abaixo, é possível ver que eles argumentam com a polícia e os funcionários da TAP sobre a qualidade inferior da aeronave, e pedem que fosse garantido sua colocação no próximo voo na mesma classe, algo que o funcionário afirma não ser possível garantir.


Diante do impasse, o que aparenta ser uma supervisora da companhia, pega o microfone do sistema do alto-falante e pede para que os passageiros que desejam desembarcar, que assim o façam pela porta dianteira, de maneira a liberar a aeronave para quem quisesse seguir para o Rio ainda naquela noite. O vídeo acaba sem mostrar um desfecho da história e se os passageiros desembarcaram.

Segundo dados da plataforma de rastreamento de voos RadarBox, o voo partiu com quase 1h30 de atraso, chegando na capital carioca meia hora depois do previsto. Uma reclamação também foi feita pelo Vice-Presidente da Câmara Municipal de Cascais, Miguel Pinto, afirmando que a tarifa para a executiva estava em €5 mil (R$25 mil):


Outro passageiros também reclamaram da aeronave, falando que o banheiro estava sujo e que não haviam tomadas para carregarem os dispositivos eletrônicos.


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