Não, não é minha sex tape, é algo bem mais improvável, o procedimento de pouso do Mars Science Laboratory, também conhecido como Curiosity, um daqueles carrinhos-robô da NASA, só que com 900Kg e que se tudo der certo dia 5 de Agosto estará botando os pés (figurativamente falando) na superfície marciana.
É o procedimento mais complicado já planejado para um pouso em outro planeta, lembra um caso clássico de sujeito que foi pedindo mais corda e acabou enforcado, mas tudo tem sua razão de ser.
A NASA já usou soluções criativas para pousar seus robôs, incluindo aquele onde o bichinho ficava dentro de uma série de bolsas de plástico, e saía quicando depois de se esborrachar no chão, talvez o pouso mais indigno desde que um comandante da Varig caiu na floresta sem combustível depois de voar por 2h para Belém, mantendo o Sol na proa do avião.
Infelizmente o Curiosity é grande demais, não dá pra usar bolsas quicantes, e a atmosfera marciana é rarefeita, impede que um paraquedas seja eficiente o bastante para reduzir a velocidade a algo aceitável. A solução envolve um pouco de tudo.
Inicialmente um escudo de calor irá diminuir a velocidade da nave até velocidades meramente supersônicas. Um paraquedas –o maior já criado- irá desacelerar ainda mais. Nessa hora o escudo será liberado, para que o radar de bordo identifique a zona de pouso.
Caindo a quase 400Km/h, com 1/100 da densidade da atmosfera terrestre Marte tem uma velocidade terminal alta demais. Será hora de ejetar do paraquedas um trenó-foguete, que irá desacelerar o conjunto ao mesmo tempo que procurará uma boa área plana para pousar.
MAS… um foguete capaz de desacelerar um robô de 900Kg deve gerar muita turbulência. Ele iria levantar poderia e detritos, estragando os instrumentos. Qual a saída?
Descer o robô por um conjunto de cabos, até encostar no chão. Nessa hora os cabos se soltam e o trenó voa para longe, evitando cair em cima do Curiosity.
O processo envolve 6 configurações do veículo, 76 dispositivos pirotécnicos e 500 mil linhas de programação. Com zero de margem de erro, pois tudo tem que ser 100% automático. Marte estará a 14 minutos-luz da Terra, quando recebermos os primeiros sinais tudo já estará acabado, para melhor ou para pior, pois o processo todo de pouso levará apenas 7 minutos. De puro terror.
Leia, também: Robô Curiosity é lançado para Marte
Fonte: Carlos Cardoso (Meio Bit) - Imagens: Divulgação/NASA
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