Aeroporto sem linhas regulares é o 5º com maior movimento no país.
Aeronaves privadas, como jatos, pagam até R$ 18 mil por mês por vaga.
Hangar abriga aeronaves executivas, como jatos, no Campo de Marte
Mesmo sem linhas áereas regulares, o Campo de Marte, na Zona Norte de São Paulo, é o quinto maior aeroporto do país em movimento operacional, segundo a Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária).
O aeroclube está superlotado de helicópteros e pequenas aeronaves privadas, que representam mais de 60% de sua utilização – superando o número de voos realizados para táxi aéreo, instrução, uso policial e aeromédico e transporte empresarial. Enquanto no local trafegam mais de mil aeronaves diárias, a capacidade fixa de estacionamento é de apenas 534 vagas.
Números da Infraero apontam um crescimento de 30% no fluxo de aeronaves e de 28% no número de passageiros transportados no Campo de Marte entre 2008 e 2011. Só no ano passado, 388,1 mil passageiros e 133.508 aeronaves passaram pelo local.
“A mensalidade que cobramos para hangaragem (guarda) de aeronaves dobrou de 2008 para 2012”, diz Jorge Bittar Neto, dono de dois hangares que abrigam helicópteros e aeronaves no Campo de Marte. “A superlotação existe e a demanda por vagas é grande. Sempre tem proprietário de aeronave buscando um lugar”, acrescenta o empresário, que é dono da empresa Helimarte Táxi Aéreo.
Pelo menos 23 hangares abrigam 317 vagas – outras 217 estão disponíveis no pátio. Além dos helicópteros, modelos de jatos como Cirrus, King Air e Phenom (da Embraer) e monomotores da Cessna e da Beechcraft, como o Bonanza e o Baron, são os mais frequentes na pista, segundo a Infraero. O maior avião em operação no loval tem o porte de um ATR-42, com 19 metros de comprimento e capacidade para 19 ocupantes.
Movimento de aeronaves, em especial monomotores e helicópteros, é intenso no Campo de Marte. A falta de vagas para estacionamento fez o preço do hangar dobrar nos últimos cinco anos
“Eu decidi adquirir a concessão dos hangares porque a minha frota estava aumentando e eu tinha helicópteros espalhados nos hangares dos outros por todo o Campo de Marte. Precisava juntar tudo em só lugar. E percebi que, além de faltar vaga para mim, faltava para os outros”, desabafa Bitar Neto.
A concessão do primeiro hangar foi adquirida em leilão da Infraero em agosto de 2009, e a do segundo hangar, em janeiro deste ano. Neles, estão disponíveis 12 vagas internas e 10 externas para avião e mais 16 internas para helicópteros.
A hangaragem de um jato fica em torno de R$ 18 mil mensais no Campo de Marte, segundo Bitar Neto. Já o estacionamento em uma vaga para monomotor gira em torno de R$ 3 mil a mensalidade. O atendimento avulso, só para desembarque e abastecimento no parque, é de R$ 400. Um pernoite, para decolagem logo na manhã seguinte, custa um pouco mais: cerca de R$ 600.
“A maioria dos meus clientes são executivos, empresários, que viajam a trabalho e têm de chegar a pequenas cidades onde nem sempre há linhas comerciais regulares. O país tem mais de 5,5 mil municípios e só há passagens para cerca de 170 destinos. Este tipo de pessoa não tem tempo para perder em aeroporto, passar em raio-X. A aeronave privada gera comodidade no deslocamento e rapidez”, defende Bitar Neto.
Fonte e fotos: Tahiane Stochero/G1
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