terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Iniciativa privada vai administrar três dos maiores aeroportos brasileiros

O que muda para o passageiro? Haverá um período de adaptação, mas as mudanças só devem ser sentidas mais perto da Copa do Mundo.


Três dos maiores aeroportos brasileiros agora vão ser administrados pela iniciativa privada. O leilão foi na segunda-feira (7) e surpreendeu pelo valor arrecadado: R$ 24,5 bilhões. O que muda para o passageiro? Por enquanto, pouca coisa deve mudar, porque haverá um período de adaptação. As mudanças só devem ser sentidas mais perto da Copa do Mundo.

Batido o último martelo: R$ 24,5 bilhões foram apurados, bem acima do valor mínimo estabelecido. O maior ágio, de 673%, foi do Aeroporto de Brasília, vendido por R$ 4,51 bilhões. Pelo Aeroporto de Guarulhos, foram mais de R$ 16,21 bilhões, com ágio de 373%. Viracopos, em Campinas, teve ágio de 159% e custou R$ 3,82 bilhões.

Nos três casos, grupos brasileiros se associaram a empresas estrangeiras: sul-africana em Guarulhos; argentina em Brasília; e francesa em Viracopos. Como recuperar investimentos tão grandes? “Com as atividades não reguladas: informatização do aeroporto, adequação de lojas, locação dessas lojas, melhoria do sistema de transportes, publicidade que pode ser explorada. Enfim, uma série de outros serviços que a iniciativa privada é altamente criativa”, afirma Gilson de Lima Garófalo, professor de economia da Universidade de São Paulo (USP).

Mais do que a possibilidade de faturamento e lucro imediatos, o que atrai os investidores neste momento é a capacidade de expansão do negócio. É por isso que, segundo os especialistas, um aeroporto como Congonhas, saturado, não despertaria tanta atenção em um leilão. Crescer para onde? Já o Brasil como um todo, quando se trata de transporte aéreo, é visto como a bola da vez.

“Não existe espaço de crescimento na Europa e nos Estados Unidos. Enquanto, no ano passado, nós crescemos aqui em 14%, isso só no tráfego de passageiros, no mundo se cresceu em 4%”, acrescenta o professor Gilson de Lima Garófalo.

Além dos valores dos lances, que serão pagos parceladamente, os compradores se comprometeram a investir mais R$ 16 bilhões nos três aeroportos, sendo quase R$ 3 bilhões até a Copa do Mundo, e ainda percentuais de 2% a 10% sobre a renda bruta destinados ao Fundo Nacional de Aviação Civil.

E mudanças na vida dos passageiros? Quando começarão a ser sentidas? “Num primeiro momento, não vai acontecer muita coisa, porque esse primeiro momento demora de seis meses a um ano. A partir daí a gente deveria começar a sentir que foram feitos alguns investimentos. Isso faz com que eu e as pessoas, como clientes, se sintam melhores”, acredita o professor Oscar Malvessi, professor de finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Depois que o contrato for assinado, vai haver um período de transição de seis meses, no qual a concessionária vai administrar o aeroporto em conjunto com a Infraero. Esse prazo é prorrogável por mais seis meses. Os três terminais leiloados na segunda-feira (6) respondem por 30% do número de passageiros de todo o país.

Fonte: Bom Dia Brasil - Imagem: Reprodução da TV

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