quarta-feira, 2 de julho de 2008

Burlão dos aviões detido na Covilhã (Portugal)

Fábrica de aviões tinha por base um burlão que foi preso pela judiciária

Alegado representante de príncipe romeno (da Transilvânia), chegou a receber terrenos em Évora para fabricar aviões. Caso não está relacionado com investimento da Aleia na Covilhã, já fez questão de esclarecer a empresa

Foi detido na Covilhã um belga que tentou burlar câmaras e outras instituições com pretensos projectos de investimento na área aeronáutica. Segundo anunciou a Polícia Judiciária (PJ) na última sexta-feira, Christian B. D., de 53 anos, foi detido na quinta-feira pela alegada prática dos crimes de burla qualificada, associação criminosa e branqueamento de capitais.

Ao longo de vários anos dizia ser representante belga de um pretenso príncipe, da Transilvânia (terra de Drácula), região da Roménia, herdeiro de uma fortuna colossal. Os alvos foram Ponte-de-Sor, Arraiolos e Évora, onde que o projecto ganhou mais visibilidade. Formaram uma empresa (Falcon Wings) e chegaram a acordo com a Câmara de Évora para a instalação da fábrica, que produziria, inclusive, uma aeronave de combate a incêndios.

A autarquia cedia um terreno de mais de 2.800 metros quadrados, por um prazo de 15 anos, para a instalação da fábrica. A Câmara só teve dúvidas quando viu que os contentores que seriam os escritórios da firma tinham sido levados pelo fornecedor por falta de pagamento. O passo seguinte foi a denúncia do contrato. O presidente da edilidade, José Ernesto Oliveira, afirmou, ao “Jornal de Notícias”, que a autarquia "não perdeu nem um centavo". Do Alentejo, o duo passou para a Covilhã, mas o projecto foi chumbado pela autarquia, assim como pela Universidade da Beira Interior. Christian B. D. acabaria por ser detido na Covilhã, segundo fontes da PJ. Não se sabe do príncipe, mas as investigações continuam.

Sonho descoberto

A operação foi denominada "Sonho de Príncipe" e realizada pela Direcção Central de Investigação da Corrupção e da Criminalidade Económica e Financeira (DCICCEF) da Polícia Judiciária.

Empresa esclarece

Investimento da Aleia na Covilhã “é bem real”

O caso de alegada burla nada tem a ver com outro investimento aeronáutico, o da empresa Aleia, anunciado este ano para a Covilhã. Fonte da empresa contactou o Diário XXI ainda na sexta-feira, depois de anunciada a operação da PJ, devido a alguma confusão gerada entre a informação e a fábrica prevista para a Covilhã.

“O projecto da Aleia é bem real e está a avançar conforme previsto”, com conhecimento da Câmara, Universidade da Beira Interior e do próprio Governo português, explicou Maria de Jesus Botelho, gerente da Cebate - Criação de Empresas de Base Tecnológica, ligada ao investimento.

Fonte: Diário XXI - Portugal (29/06/2008)

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