terça-feira, 26 de outubro de 2021

Passageiras relatam 'sensação de morte' e trauma após turbulência severa em voo

Rota da companhia aérea Azul saiu de Campinas e ia para Presidente Prudente, mas foi alterada para São José do Rio Preto, em razão das condições climáticas. A Azul ainda não comentou sobre o relato das passageiras.

Rota virou um 'zigue-zague' para tentar contornar as condições meteorológicas
(Foto: Reprodução/Flightradar24)
Terror em terra e terror no céu. Durante o temporal que atingiu o Oeste Paulista na noite do último sábado (23), passageiros de um avião que pousaria no Aeroporto Estadual de Presidente Prudente (SP) tiveram cerca de 1h30 de tensão devido a uma turbulência severa.

Quem estava no voo AD5069, da companhia Azul Linhas Aéreas, considerou traumatizante a tentativa da aeronave de passar pela camada de tempestade.

O avião, que havia saído do Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), não conseguiu desembarcar no destino final da rota, em Presidente Prudente, e precisou fazer um desvio para descer em São José do Rio Preto (SP). Os passageiros tiveram de enfrentar uma viagem rodoviária de quase 300km de distância, em ônibus, entre as duas cidades.

Apesar do susto, turbulências, mesmo as mais intensas, não costumam causar maiores prejuízos ao avião (leia mais no fim da reportagem).

O g1 solicitou nesta segunda-feira (25) um posicionamento à Azul Linhas Aéreas sobre o assunto e sobre os relatos apresentados pelas passageiras ouvidas pela reportagem, mas ainda não obteve resposta.

No domingo (24), a companhia divulgou uma nota oficial na qual disse que os seus clientes e tripulantes "receberam todo o atendimento necessário" (veja a íntegra no fim da reportagem).

Passageiras relatam pavor


O avião decolou às 22h17, no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, com horário de pouso em Presidente Prudente estimado para as 23h40, mas a rota virou um "zigue-zague” para tentar contornar as condições meteorológicas, e foi tomada por “angústia e pânico”.

Ainda tentando relaxar, uma passageira de 32 anos, que pediu para não ser identificada, afirmou ao g1 que foi “muito assustador, muito pesado” o período que viveu no voo. A mulher, que, inclusive, já atuou como piloto comercial, também questionou as atitudes da companhia aérea.

Ela mostrou as voltas realizadas no voo e afirmou que os procedimentos duraram cerca de 1h30, com “turbulências severas”.

“Eu realmente achei que o avião ia cair. A comissária que estava em pé distribuindo água bateu a cabeça no teto e caiu no chão. Logo se levantou com a ajuda dos passageiros e sentou em um banco”, disse.

Ainda segundo relato da passageira, havia crianças, idosos e gestantes no voo, e o piloto só deu um recado para os passageiros:

“Estamos passando por uma área de turbulência, fiquem com os cintos afivelados, vamos tentar passar essa camada e pousar”.

Ela ressaltou que a tentativa de perfurar a camada de turbulência estendeu-se por 1h30. “No aeroporto de Presidente Prudente, a chuva estava fraca, o aeroporto estava sem vento, mas, pra chegar nesse momento de descida, ele tinha que passar por essa tempestade”, relatou.

De acordo com a passageira, durante o “filme de terror”, ela só pedia para Deus dar força e discernimento ao piloto, para que ele conseguisse sair da situação em que estavam.

“Eu vi um pai debruçado em cima do filho, segurando o filho dele, e, de repente, o avião inteiro, todos os passageiros juntos começaram a orar. Essa oração deu força e um pouco de acalento a todos. Ficamos rezando sem parar durante essa 1h30", contou.

Rota virou um 'zigue-zague' para tentar contornar as condições meteorológicas
(Foto: Reprodução/Flightradar24)
Segundo a passageira, o piloto pediu desculpas e mudou a rota.

“Enfim, ele não conseguiu pousar em Presidente Prudente e decidiu alternar para São José do Rio Preto. Aí ele, o piloto, nos fez um comunicado falando que era uma tempestade muito severa, que ele tentou por inúmeras vezes perfurar aquela camada e não conseguiu. Pediu desculpas pela turbulência severa que passamos e que iríamos alternar para São José do Rio Preto”, disse.

A rota de São José do Rio Preto até o pouso foi calma, conforme a passageira, porém, todos ainda estavam muito assustados. “Os comissários e mais ninguém se levantou. Foram passando água de trás para frente até chegar nas primeiras poltronas, pelos próprios passageiros. O pouso em São José do Rio Preto foi à 0h57”, contou.

Uma senhora falou que foi a fé que segurou o avião e a oração que os passageiros fizeram juntos, contou ainda.

“Quando o avião pousou, todos os passageiros estavam sem força, mas foi uma alegria muito grande quando o avião pousou e a gente estava seguro no chão. Foi 1h30 de voo muito tenso, turbulência muito pesada”, afirmou ao g1.

Segundo a passageira, os funcionários não sabiam o que fazer, não havia preparo para a situação no aeroporto de São José do Rio Preto. Integrantes do Corpo de Bombeiros estiveram no local para prestar socorro aos que passaram mal.

“Alguns passageiros foram encaminhados diretamente para o hospital, muitas pessoas ficaram ali no chão respirando, tomando ar. A Azul não ofereceu água para nós em momento nenhum, eu estava com muita sede porque eu fiquei uma hora e meia rezando sem parar, minha boca estava seca. Eu pedi água e um segurança do aeroporto falou onde tinha um bebedouro”, declarou.

De acordo com a mulher, não tinha lanchonete aberta e a companhia Azul “não tinha nada pra oferecer”. “Os passageiros fizeram fila nesse bebedouro, todos traumatizados para tomarem água”, lembrou.

Então, foi citado pela companhia que um ônibus seria disponibilizado para o transporte rodoviário de São José do Rio Preto a Presidente Prudente.

Mais medo


Um pouco depois de pouso começou a chover muito forte em São José do Rio Preto. Um ônibus leito chegou ao aeroporto por volta das 2h20, já do domingo (24).

“Como estava chovendo muito forte e a gente estava com medo da chuva, ia pegar muita chuva na estrada e a estrada não é boa, muitos passageiros pediam para não embarcar nesse ônibus por conta da chuva, por estar à noite, e pediram para ser acomodados num hotel para os funcionários da Azul para no dia seguinte decidir como viriam pra Prudente”, contou ao g1.

A companhia, segundo a passageira, disse que a única opção do momento era o ônibus, pois não tinha hotel disponível para todos.

Segundo a mulher, uma passageira que estava com criança, alterada, pedia a todos que não aceitassem. “Porque o risco que a gente correu no voo a gente podia sofrer no ônibus também, que a gente estava se colocando em risco entrando naquele ônibus”, falou.

Os passageiros pegaram a alternativa rodoviária, entraram no ônibus e receberam um voucher da Azul de R$ 200 para compras na empresa. “Eu até falei para eles que esses R$ 200 não pagam o sofrimento que eu tive e a angústia, e a sensação de morte que eu tive, que eu realmente achei que esse avião ia cair”, salientou.

A viagem de ônibus começou por volta das 2h20. Os passageiros chegaram às 6h30 ao Aeroporto Estadual de Presidente Prudente. A mulher relatou que o motorista foi bem devagar porque estava forte a chuva.

A viagem, que começou com a decolagem do avião às 22h17 do sábado (23), em Campinas, só terminou às 6h30 do domingo (24), em Presidente Prudente.

“E eu me pergunto: até quanto vale o destino final, a vida das pessoas?", questionou a passageira.

Ela afirmou que ainda está "em choque" sem entender as decisões que foram tomadas durante o voo. Além disso, salientou que sua família "está muito assustada".

“A Azul não deu assessoria nem pra nossa família, que estava sem notícia e desesperada no aeroporto esperando a gente”, disse a mulher.

Ela afirmou que foram os próprios passageiros que em determinado momento avisaram aos familiares sobre a situação pela qual passavam e que não pousariam em Presidente Prudente.

‘Despencava e voltava’


A designer de interiores Caroline Langhi Martins de Lima, de 30 anos, também passageira do mesmo voo, contou que depois de meia hora da decolagem começou a turbulência e a aeromoça que recolhia os copos bateu a cabeça e caiu no chão. Passageiros a ajudaram a se acomodar numa poltrona vazia.

“A partir desse momento, a gente passou por muitas e muitas turbulências, a gente não teve sossego, eu até perdi a noção do tempo que a gente ficou passando por isso”, destacou ao g1.

Segundo Caroline, “o avião despencava e voltava, despencava e voltava, a gente sentia que o avião acelerava muito em alguns momentos, subia e descia, às vezes desligava tudo e ficava em silêncio, aí caía de novo”.

“Foi muito, muito, muito desesperador, foi uma sensação de morte absoluta, foi uma coisa horrível, todo mundo gritando de desespero”, declarou.

A designer afirmou que não tem palavras para descrever a situação e disse que não houve comunicação da cabine com os passageiros. Depois de muito tempo, o comandante falou com os passageiros sobre as várias tentativas e que desviaria a rota para o pouso em São José do Rio Preto, segundo ela.

Caroline também citou que percebeu que o piloto tentava passar pela situação, mas as condições meteorológicas não permitiam.

Durante o trajeto, ela conseguiu mandar mensagem para o marido avisando a situação e ele relatou o fato aos demais que esperavam pelo voo, que estavam sem notícias, em solo.

“Quando nós pousamos, finalmente, em Rio Preto, depois de todo o pesadelo e filme de terror, todo mundo desabou, estava em choque, muita gente passando mal. Quando a gente estava fazendo as orações, a gente escutava as crianças também. Foi muito desesperador. Realmente foi um milagre a gente ter sobrevivido, foi um milagre esse avião não ter caído. É porque não era nossa hora”, declarou

“Só quem passou por isso sabe, sente; quando a gente fecha os olhos, revive tudo”, disse, ainda.

Quando chegaram, os passageiros queriam descansar da tensão, mas, de acordo com Caroline, foram “obrigados” a embarcar no ônibus para seguirem ao destino final, “com sede, com fome, e sem assistência”.

“A gente se sentiu maltratado. Ninguém se preocupou com o que a gente estava passando psicologicamente naquele momento e dar algum tipo de assistência”, afirmou ao g1.

Caroline também disse que a companhia fez um comunicado no qual "parecia" que os passageiros se sentiram inseguros para prosseguir com o voo e, por isso, tomaram outra rota. "Mas isso é uma mentira. Até porque como iríamos comunicar nossa 'insegurança' ao comandante?", questionou.

“Nossas vidas foram colocadas em risco desnecessariamente, já que era nítido que não seria possível aterrissar naquelas condições climáticas. Todos estamos traumatizados pelo acontecimento”, finalizou a passageira.

O que diz a Azul


O g1 solicitou nesta segunda-feira (25) um posicionamento à Azul Linhas Aéreas sobre o assunto e sobre os relatos apresentados pelas passageiras ouvidas pela reportagem, mas ainda não obteve resposta.

No domingo (24), a companhia divulgou a seguinte nota oficial:

“Em relação ao voo AD5069, que fazia hoje (24) o trajeto entre Campinas e Presidente Prudente, a Azul informa que o mesmo teve sua rota alternada para o aeroporto de São José do Rio Preto devido às condições climáticas no aeroporto de destino. Durante o trajeto, houve uma forte turbulência e alguns Clientes e Tripulantes não se sentiram bem. O pouso e o desembarque aconteceram normalmente e os Clientes e Tripulantes que desembarcaram em São José do Rio Preto receberam todo o atendimento necessário da equipe local da Azul, sendo reacomodados via terrestre até Presidente Prudente”.

O que é uma turbulência?


De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), uma turbulência "é o movimento irregular do fluxo de ar que pode acarretar agitações ascendentes e descendentes sobre uma aeronave em voo".

Em outras palavras, a turbulência na aviação acontece quando a aeronave "balança" ao passar por uma zona em que o fluxo do ar é menos estável.

Turbulências são classificadas na Anac como leves, moderadas, severas ou extremas. Na imensa maioria dos casos, esses fenômenos são leves e moderados e não causam maiores problemas.

Na turbulência severa, o avião sobe e desce com maior velocidade. A situação exige mais destreza do piloto porque pode haver uma perda momentânea do controle da aeronave e há possibilidade de danos à estrutura do avião. Ainda assim, os pilotos são treinados para esse tipo de situação.

É para evitar esse tipo de turbulência que os pilotos ficam de olho em áreas onde há tempestades ou outros fenômenos atmosféricos. Ainda assim, há as turbulências de céu claro — ou seja, aquelas que não são tão previsíveis.

Seja qual for a intensidade da turbulência, o maior risco é que uma pessoa dentro do avião fique ferida com a abrupta movimentação da aeronave. Por isso, é MUITO importante que os passageiros fiquem com os cintos afivelados sempre que sentados e que respeitem a sinalização.

Via g1 Presidente Prudente

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Refeição diferente entre pilotos, quarto secreto: veja fatos curiosos da aviação

Algemas a bordo, buzina e ultrapassagem só pela direita estão na lista.


A aviação comercial é um universo repleto de fatos e curiosidades que podem surpreender o público, mesmo os mais entendidos do assunto.

Você sabia, por exemplo, que alguns aviões têm quartos secretos para os tripulantes descansarem? Ou que o comandante e o co-piloto nunca saboreiam a mesma refeição durante o voo?

Confira 10 fatos curiosos da aviação comercial:

1. Comandante e copiloto têm cardápios diferentes


O comandante e o copiloto do avião não consomem refeições iguais durante os voos. Essa medida é adotada na aviação comercial para evitar que os pilotos sofram intoxicações alimentares simultâneas.

Comandante e copiloto não comem a mesma comida durante o voo
Se um deles ingerir algo contaminado, o outro, que comeu um prato diferente e passa bem, pode continuar no comando da aeronave e conduzir um pouso alternado para o atendimento médico do tripulante debilitado.

2. Oxigênio de emergência dura de 15 a 20 minutos


As máscaras de oxigênio de emergência dos aviões são acionadas em casos de despressurização da cabine. O equipamento permite aos passageiros e tripulantes que respirem em altitudes elevadas por cerca de 15 a 20 minutos.

Acha que é pouco tempo? Em uma emergência desse tipo, os pilotos rapidamente manobram a aeronave até uma altitude mais baixa para equalizar a pressão interna da cabine com a pressão atmosférica no exterior, tornando possível respirar normalmente sem as máscaras.

Oxigênio de emergência dura de 15 a 20 minutos
Ao contrário do que muitos pensam, o oxigênio usado pelos passageiros e tripulantes em emergências não vem de cilindros escondidos pelo avião, mas de uma reação química. O ar da máscara é gerado por um cartucho químico chamado Oxygen Generator, que fica localizado nos consoles acima dos assentos. Quando os passageiros puxam as máscaras, é acionada uma mistura de substâncias (cloreto de sódio, peróxido de bário e perclorato de potássio) que liberam oxigênio.

É muito importante que os passageiros saibam como manusear as máscaras de oxigênio no caso de uma emergência em voo. Não basta apenas vestir o equipamento no rosto. Também é necessário puxar a máscara até sentir um “clique”. É esse movimento que aciona o Oxygen Generator.

3. Aviões fazem ultrapassagens somente pela direita


Em estradas no Brasil, um motorista de um veículo automotor só pode realizar ultrapassagens pela faixa da esquerda. Porém, ultrapassagens entre aeronaves em voo são realizadas somente pelo lado direito.

A aeronave mais rápida é a que deve desviar do avião mais lento que está à frente. Este, por sua vez, deve manter a mesma trajetória, velocidade e altitude no momento em que é ultrapassado.

Aviões fazem ultrapassagens somente pela direita
A aeronave que conduz a ultrapassagem deve seguir por uma linha que forme um ângulo de 70° em relação à trajetória do avião que será ultrapassado.

Quando duas aeronaves se aproximarem de frente, ou quase de frente, e haja perigo de colisão, ambas devem alterar seus rumos para a direita. Ultrapassagens por cima ou por baixo devem ser evitadas devido aos efeitos da esteira de turbulência gerada pelas aeronaves em voo. No entanto, se a distância entre os aparelhos for segura, o procedimento pode ser realizado.

4. Radar de avião comercial não detecta outras aeronaves


O radar de um avião comercial não é capaz de detectar outras aeronaves voando ao seu redor. O equipamento utilizado nessas aeronaves é calibrado para encontrar a presença de água pelo caminho da aeronave. Ou melhor, o sistema mostra onde estão as posições e as intensidades de precipitações pluviométricas, que podem surgir no formato de nuvens carregadas, chuva, granizo ou neve.

O nome correto do sistema usado na aviação comercial é “radar meteorológico”, pois ele mostra as condições meteorológicas pela trajetória do avião. Com essas informações, os pilotos conseguem se antecipar e desviar de zonas onde o voo pode ser turbulento. Aviões militares, por outro lado, possuem radares que podem mostrar a posição de outros objetos em voo, entre outras funções.

Radar de avião comercial não detecta outras aeronaves. O equipamento é utilizado para encontrar a presença de água
Então como os aviões se enxergam enquanto voam? Para isso eles contam com o transponder, equipamento que recebe e responde sinais de rádio emitidos por outras aeronaves em voo, informando sua posição e altitude no espaço aéreo.

Os dados recebidos e compartilhados pelo transponder também são processados pelo sistema anticolisão TCAS (Sistema de Prevenção de Colisões e Alerta de Tráfego). Quando acionado, esse dispositivo, que é conjugado ao piloto automático, recalcula a rota da aeronave e manobra automaticamente para evitar um choque em voo ou uma convergência perigosa com outra aeronave.

5. Aviões têm “quartos secretos”


Em voos de longa duração, os pilotos e comissários de bordo trabalham em regime de revezamento. Enquanto uma parte desses profissionais cumpre suas tarefas, outros esperam por seus horários de trabalho em quartos com camas escondidos dos passageiros até o momento da troca de tripulantes.

Alguns aviões têm "quartos secretos" para pilotos e comissários de bordo
Profissionais do setor aéreo apelidaram esse espaço de descanso de “sarcófago”, que existe somente em aeronaves de grande porte. Dependendo do avião, esses quartos ficam localizados abaixo do piso da cabine ou sobre o teto, nas partes dianteira e traseira do avião. Os cômodos na parte frontal normalmente são usados pelos pilotos e os de trás, pelos comissários de bordo.

Para evitar a entrada indesejada de passageiros, a porta que dá acesso ao sarcófago é mantida sempre fechada. Em aviões mais modernos, essas portas possuem trancas com fechaduras elétricas acionadas por senhas numéricas. Para garantir a segurança do voo, os quartos dos tripulantes contam com máscaras de oxigênio, cintos de segurança e extintor de incêndio.

6. Janelas dos aviões são arredondadas por motivos de segurança


Um avião com cabine pressurizada em hipótese alguma pode ter janelas quadradas. Essa lição foi aprendida pelos engenheiros aeronáuticos da pior forma, depois de cinco desastres aéreos no início da década de 1950 com o De Havilland Comet, o primeiro avião comercial com motores a jato.

Janelas dos aviões são arredondadas por motivos de segurança
A investigação dos acidentes revelou que as janelas quadradas com quinas agudas causavam rachaduras na fuselagem do Comet, devido aos efeitos da pressurização e despressurização da cabine de passageiros entre um voo e outro. Em casos extremos, esse problema resultava em descompressão explosiva em voo, quando o avião se desintegra no ar.

Com os ensinamentos deixados pelo Comet foram adotadas as janelas arredondas, formato que suporta a alta pressão da cabine do avião durante um voo em grande altitude.

7. Pneu de avião comercial dura menos de um mês


Enquanto um jogo de pneus de automóvel pode durar anos, o conjunto usado num avião comercial é trocado de mês em mês ou até menos tempo.

A companhia Gol Linhas Aéreas, por exemplo, troca os pneus do trem de pouso principal dos Boeing 737 MAX em média a cada 25 dias (período em que são realizados cerca de 200 pousos) e os pneus do trem de pouso do nariz são substituídos a cada 20 dias (depois de 120 pousos). Tal desgaste deve-se ao peso elevado dos aviões (um 737 MAX 8 da Gol pesa 82 toneladas) e variações térmicas severas, sobretudo no momento em que o avião toca a pista para pousar.

Pneu de avião comercial dura menos de um mês
Outra parte curiosa sobre os pneus dos aviões é a forma como eles são inflados. Em vez de ar comprimido, utiliza-se nitrogênio. O gás é o preferido da aviação, pois ele é inerte e tem baixa taxa de expansão. A composição do ar atmosférico, por outro lado, possui oxigênio, substância que pode alimentar chamas, e umidade, cuja taxa de expansão pode aumentar rapidamente com o calor, causando explosão do pneu por excesso de pressão.

8. Avião tem buzina


A exemplo dos carros, aviões comerciais também têm buzinas. Na aviação, o equipamento é um meio de comunicação entre os pilotos na cabine de comando e as equipes de manutenção em solo.

A exemplo dos carros, aviões comerciais também têm buzinas
A buzina do avião emite um som de alta frequência, parecido com uma sirene, que pode ser notado mesmo em meio ao ambiente ruidoso de um aeroporto. O acionamento do dispositivo é feito por um botão no painel do comando.

9. Aviões comerciais raramente voam de tanque cheio


São raras as aeronaves comerciais que voam com os tanques na capacidade máxima. A quantidade de combustível que o avião carrega deve ser o suficiente para ele executar todo o trecho programado, que pode ser uma viagem com distância inferior ao alcance máximo do aparelho. Também é incluída uma reserva de 10% em relação ao conteúdo nos tanques, uma quantia extra para a aeronave voar até um aeroporto alternativo e outra porção para mais 30 minutos de voo.

Aviões comerciais raramente voam de tanque cheio
O cálculo de abastecimento de um avião comercial leva em consideração a distância da rota, o peso que ele transporta (bagagens e passageiros) e condições climáticas previstas para o trecho. O excesso de combustível restringe o desempenho de uma aeronave, que fica mais pesada. Com o peso extra, o avião precisa de um comprimento maior de pista para decolar ou então limitar a quantidade de passageiros e carga a bordo.

10. Aeronaves contam com algemas a bordo


Manter a ordem na cabine de passageiros do avião é essencial para a segurança e o conforto do voo. Se algum ocupante cometer uma indisciplina, como agressões físicas e verbais, ele pode ser obrigado a terminar a viagem amarrado no assento e algemado, após ser contido pelos comissários.

Toda aeronave comercial conta com algemas a bordo. O modelo é descartável
Toda aeronave comercial conta com algemas a bordo para conter passageiros que apresentem algum risco ao voo. A algema usada pelos tripulantes é um modelo descartável feito de plástico,e a “ordem de prisão” é sempre emitida pelo comandante, que é autoridade máxima do avião.

Por Thiago Vinholes (CNN Brasil Business) - Fotos: Pexels, Unsplash/Varshesh Joshi, Thiago Vinholes/Arquivo pessoal, Supachat Varongsurat/Getty Images

Fumaça na cabine força voo da American Airlines a fazer um pouso de emergência


O Airbus A321-231, prefixo N104NN, da American Airlines, que realizava o voo AA3, de Nova York a Los Angeles, na Califórnia, foi forçado a fazer um pouso de emergência em Wisconsin após relatos de fumaça na cabine.

Todas as 190 pessoas a bordo estavam seguras e ninguém ficou ferido depois de pousar em um aeroporto regional em Madison.

O incidente aconteceu por volta das 14h20, horário central, no domingo (24).


A American Airlines disse que o voo teve um problema mecânico, o que acordou alguns passageiros. “Quando acordei, vi a fumaça. Foi como sair do fundo do avião e estava cerca de duas filas à minha frente. Então entrei em pânico e fiquei com medo e corri para a parte de trás”, disse um passageiro.

A American manteve o avião em Madison para inspeção, e outro avião foi trazido para continuar a viagem para LA.

O que é a barreira do som e como funcionam os aviões supersônicos?

Você provavelmente já deve ter visto demonstrações de caças quebrando a barreira do som. Esse fenômeno impressionante pode ser visto em inúmeros vídeos espalhados pela internet, mas com frequência é apresentado às pessoas em eventos públicos e solenidades de alguns países.

Mas o que é o voo supersônico e o que significa quebrar a barreira do som? Como funciona esse efeito capaz de produzir um som tão potente que consegue quebrar vidros, rachar paredes e fazer as pessoas pensarem que estão presenciando um terremoto? Entenda o conceito por trás desse fenômeno incrível e como funcionam os aviões supersônicos.


A propagação do som

Como sabemos, o som viaja como uma onda usando o ar como meio de propagação. O conceito parece abstrato, mas uma analogia facilita a compreensão: ao jogarmos uma pedra em um lago, a onda circular produzida pelo impacto é exatamente o que acontece com o som ao viajar pelo ar.

Se atirarmos várias pedras no mesmo ponto em intervalos regulares, formaremos ondas concêntricas que se expandem em uma velocidade constante. É isso que acontece com um emissor de som, como o avião e seus motores. A velocidade de propagação dessas ondas é o que é chamado de velocidade do som.

Barreira de som

Ao nível do mar, em condições de atmosfera padrão, esta velocidade é de 1.226 km/h – ou 340 m/s, medida que também é bastante utilizada – e diminui com a queda da temperatura do ar. Levando em conta esse conceito, ficou convencionado que, quando um objeto – como um avião – se desloca a uma velocidade igual à do som, ele está voando a "Mach 1". Essa unidade é uma homenagem ao físico austríaco Ernest Mach, que foi o primeiro a conseguir medir a velocidade de propagação do som no ar.

O "Mach 1", o "Mach 2", o "Mach 3", o "Mach 4" e o "Mach 5" (6.130 km/h) nada mais são do que múltiplos da velocidade do som. Acima desse valor, podemos dizer que um objeto atingiu uma velocidade hipersônica, o que só foi possível com alguns caças e aeronaves civis e militares bem específicas.

Quando um objeto qualquer se desloca na atmosfera, ele comprime o ar a sua volta, especialmente aquele que se encontra à sua frente. Assim, são criadas ondas de pressão da mesma maneira que uma pedra que foi atirada em um lago. Se o avião voa a uma velocidade abaixo da do som, as ondas de pressão viajam mais rápido, espalhando-se para todos os lados, inclusive à frente do avião. Assim, o som vai sempre à frente, como no item 1 da figura abaixo.

Porém, se o avião acelerar para uma velocidade igual à do som – o tal Mach 1 –, ou seja, da velocidade de deslocamento de suas ondas de pressão, ele estará acompanhando e comprimindo o ar à sua frente (o seu próprio som) com a mesma velocidade de sua propagação – item 2 acima. O resultado disso é um acúmulo de ondas no nariz do avião – item 4 –, ou aquela "camada de ar branca" que se forma à frente do objeto.

Caso o objeto persista com essa velocidade exata por algum tempo, seria formada à sua frente uma verdadeira muralha de ar, pois todas as ondas criadas ainda continuariam no mesmo lugar em relação ao avião. Esse é o fenômeno batizado de "Barreira Sônica".

Quebrando a barreira

Se o avião em questão continuar acelerando, ultrapassando a barreira do som, ele estará deixando para trás as ondas de pressão que vai produzindo – o item 3 na figura anterior. Contudo, o objeto que estiver viajando no ar só poderá atingir velocidade supersônicas se, entre outros motivos, sua aceleração permitir uma passagem rápida pela velocidade de Mach 1, evitando a formação da Barreira Sônica.

Quando o ar em fluxo supersônico é comprimido, sua pressão e densidade aumentam, formando uma onda de choque. Em voo supersônico – com velocidades acima de Mach 1 –, o avião produz inúmeras dessas ondas, sendo que as mais intensas se originam no nariz e nas partes dianteiras e posterior das asas, além da parte terminal da fuselagem.

Mas e aquele barulho ensurdecedor?

Essas ondas de choque produzidas quando o avião ultrapassa o Mach 1 são as responsáveis por produzir o conhecido estampido desse fenômeno. Esse barulho ensurdecedor é chamado de "estrondo sônico" e sua intensidade dependem de vários fatores, tais como dimensões do objeto, forma e velocidade de voo e altitude.

O mais interessante é saber que essas ondas de choque geradas pelo avião em voo supersônico atingirão o solo depois de sua passagem, já que o objeto é mais veloz. Portanto, uma pessoa que está no solo verá o objeto passar sem escutar ruído algum, até que o som finalmente alcance o ouvido dela. Ou seja: o avião passa antes de seu próprio som.

Quebrando coisas

O estrondo sônico, em algumas ocasiões, pode ser forte o suficiente para produzir danos materiais no solo, como quebrar vidros ou mesmo produzir rachaduras em paredes, muros e outros estragos. Por conta disso, as autoridades limitam a operação de voos em velocidades supersônicas sobre os continentes.

Mas não foi isso que aconteceu no vídeo acima, em que o voo rasante dos caças da Força Aérea Brasileira na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, destruiu quase todos os vidros da fachada do Supremo Tribunal Federal. O fail aconteceu em 2012, durante a troca da bandeira que acontece uma vez por mês na praça dos três poderes. O prejuízo, no final da história, ficou por conta da FAB.

Fonte: Eduardo Harada (tecmundo.com.br)

Hoje na História: 25 de outubro de 1979 - Produção do último McDonnell Douglas Phantom II

McDonnell Douglas F-4E-67-MC Phantom II, 78-0744, o último de 5.057 Phantoms
construídos em St. Louis, 25 de outubro de 1979 (McDonnell Douglas Corporation)
Em 25 de outubro de 1979, o 5.057º e último Phantom II - um F-4E-67-MC, número de série da Força Aérea dos EUA 78-0744 - foi lançado na fábrica da McDonnell Douglas Corporation, Lambert Field (STL), St. Louis , Missouri, e a linha de produção foi fechada.

McDonnell Douglas F-4E-67-MC Phantom II 78-0744 nas marcações da
Força Aérea dos Estados Unidos (Força aérea dos Estados Unidos)
O 78-0744 foi transferido para a Força Aérea da República da Coreia (ROKAF) sob o programa de Vendas Militares Estrangeiras Faisão da Paz II e designado para a 17ª Ala de Caça Tática baseada no Aeroporto Internacional de Cheongju (CJJ). Uma fonte disse que foi “cancelado”, mas faltam detalhes.

Fonte: thisdayinaviation.com

Aconteceu em 25 de outubro de 1968: O acidente com o voo 946 da Northeast Airlines

O voo 946 da Northeast Airlines foi um voo doméstico dos Estados Unidos de Boston, em Massachusetts, para Montpelier, em Vermont, com escala para reabastecimento em Líbano, em New Hampshire.


A bordo do Fairchild FH-227C, prefixo N380NE, da Northeast Airlines (foto acima), estavam três tripulantes e 39 passageiros. A tripulação era composta pelo capitão John A. Rapsis, 52 anos (que era piloto da Northeast Airlines desde 1957 e tinha mais de 15.000 horas de experiência em voo), pelo copiloto, John C. O'Neil, 29 (que foi contratado em 1967 e tinha menos experiência) e por uma única comissária de bordo, Betty Frail, 21 (que foi contratada em junho de 1968).

O Capitão John A. Rapsis, membro da US Army Air Corps, durante a Segunda Guerra Mundial
Às 17h42, o voo 946 da Northeast Airlines deixou o Aeroporto Internacional Logan em direção à sua primeira parada no Líbano, New Hampshire. O tempo na hora da decolagem estava bom, com nuvens baixas espalhadas, enquanto os funcionários do aeroporto de Logan, em Boston, alegaram que havia neblina durante a decolagem. 

O National Transportation Safety Board declarou em seu relatório que o voo era "de rotina" até que o avião se aproximou do Aeroporto Municipal do Líbano, que está localizado em um vale, cercado por colinas próximas. 

Às 18h11, os pilotos comunicaram por rádio à torre de controle que estavam executando uma manobra de aproximação padrão antes de se prepararem para pousar. Controle de tráfego aéreo respondeu e deu à tripulação informações sobre o tempo, visibilidade e outras informações sobre as condições do aeroporto.

Momentos depois dessa transmissão, o avião colidiu com a lateral da Moose Mountain e se desintegrou. O impacto matou 32 dos 39 passageiros e os três tripulantes (31 instantaneamente, um depois).

Entre os mortos estavam quatro eram funcionários da National Life Insurance Company que voltavam de uma viagem de negócios, um repórter do Barre Daily Times, seis assistentes sociais do Programa de Treinamento Suplementar do Vermont Head Start em uma viagem de conferência, incluindo Abraham H. Blum, Doutorado em Desenvolvimento Infantil. 

Dez sobreviventes foram levados para o Hospital Mary Hitchcock, pelo menos um em estado crítico, e as autoridades do hospital disseram que não se espera mais feridos. Um dos sobreviventes era a comissária de bordo Betty Frail.

Os feridos foram retirados do local do acidente por helicópteros e levados para o gramado no centro do campus do Dartmouth College , onde carros de bombeiros e outros veículos iluminaram a área gramada para uma pista de pouso de emergência. 

As autoridades militares que participaram da operação de resgate disseram que o mau tempo complicou as coisas. Estava chovendo no local do acidente, com neve em altitudes mais elevadas e temperaturas congelantes eram esperadas.

Pessoas presentes no local disseram que o avião caiu no lado norte da montanha, a cerca de 20 metros do topo. Madeiras pesadas e saliências forçaram a equipe de resgate a caminhar até os destroços. 

Os helicópteros não apenas trouxeram os feridos, mas também transportaram médicos enquanto uma escavadeira lutava para abrir caminho para o avião. Jornalistas que tentavam chegar ao local do acidente em Moose Mountain foram bloqueados na base pela Polícia Estadual de New Hampshire. Apenas a polícia, bombeiros e outras equipes de resgate tiveram permissão para subir a montanha.

Os passageiros que sobreviveram ao acidente estavam na parte traseira do avião e conseguiram escapar dos destroços pela saída de emergência traseira ou pelas fraturas na fuselagem. 

Dois passageiros em particular tiveram sorte de escapar da morte certa. George Collins, um dos cinco funcionários da National Life que embarcaram no voo 946, recebeu um assento na janela, mas trocou de assento com outro passageiro. 

Esse passageiro morreu no acidente e Collins sobreviveu com ferimentos graves. Anne Foti deveria estar no voo 946, mas em vez disso cancelou o voo de última hora às 12h00 de sexta-feira (várias horas antes de o avião decolar de Boston). No entanto, a namorada de Terry Hudson, a residência de Janet Johnson ficava a apenas 13 km do local do acidente quando o acidente ocorreu. 

O acidente foi testemunhado por um caçador de cervos e residentes próximos que chamaram a polícia e o corpo de bombeiros. Momentos depois, as equipes de resgate começaram a procurar corpos e sobreviventes, apesar das condições de deterioração. 

Durante sua investigação, o National Transportation Safety Board informou que o avião estava voando 600 pés (180 m) abaixo de sua altitude exigida. Não está claro por que os pilotos tomaram a decisão de voar em baixa altitude, porque tanto a caixa preta quanto o gravador de dados de voo foram gravemente danificados no acidente. 

No entanto, o NTSB sugeriu em sua descoberta em 1970 que os pilotos avaliaram mal sua posição de altitude durante a aproximação e não havia ajudas de navegação na aeronave ou perto do aeroporto.

Funcionários da Comissão de Aeronáutica de New Hampshire acusaram a FAA de ignorar os repetidos avisos sobre a instalação de uma abordagem de navegação ILS no Aeroporto Municipal do Líbano e que a instalação de tal sistema poderia ter evitado o acidente.

O acidente teve um impacto nas dificuldades da Northeast Airlines, já que foi o quinto acidente aéreo em seus 25 anos de história. No momento do acidente, a companhia aérea havia perdido quatro aviões e 38 passageiros e tripulantes. A companhia aérea continuaria a operar de forma independente até sua fusão com a Delta Air Lines na década de 1970.

O presidente da National Life realizou um memorial pelos funcionários que morreram no acidente. Trinta e cinco anos após o acidente, o irmão, a filha, o sobrinho e a sobrinha de Terry Hudson, que morreu no acidente, continuam trabalhando no National Life. Além disso, Edmond Rousse Jr. também começou a trabalhar na National Life.

Por Jorge Tadeu (com Wikipedia, ASN, baaa-acro, enacademic.com, vnews.com)

Aconteceu em 25 de outubro de 1938: A queda do Douglas DC-2 da Australian National Airways


E
m 25 de outubro de 1938, o Douglas DC-2-210, prefixo VH-UYC, da Australian National Airways (foto acima), batizado "Kyeema", realizava o voo doméstico de Adelaide para Melbourne, na Austrália, levando a bordo 14 passageiros e quatro tripulantes: o capitão, o primeiro oficial, uma aeromoça e um piloto cadete que operava o rádio durante o voo.

O voo decolou de Adelaide às 11h22. Ao entrar na área ao redor de Melbourne, ele se deparou com uma camada de nuvens pesadas, estendendo-se de 1.500 pés (457 m) a 400 pés (122 m) e dificultando a navegação por pontos de referência. Como resultado, a tripulação de voo identificou erroneamente Sunbury como Daylesford por meio de uma lacuna nas nuvens, levando-os a acreditar que estavam 30 quilômetros (19 milhas) atrás de onde realmente estavam em seu plano de voo.

Se a tripulação tivesse feito referência cruzada de sua velocidade de solo com os marcos anteriores, eles provavelmente teriam percebido que não estavam onde pensavam que estavam. Em vez disso, eles ultrapassaram na aproximação final o Aeroporto de Essendon e, incapazes de ver através do nevoeiro pesado, colidiram com o Monte Dandenong, também conhecido como Monte Corhanwarrabul, a algumas centenas de metros do cume, matando todos os 18 a bordo instantaneamente..


Exatamente o que aconteceu nos últimos minutos antes do acidente é questionado. Há alegações de que os pilotos podem ter visto a montanha chegando e tentado desviar a aeronave, inadvertidamente piorando a situação ao se ajustar de uma trajetória de vôo por uma lacuna entre dois picos para uma trajetória diretamente em um deles.


Também há fortes evidências de que os pilotos estavam ficando inseguros quanto à sua posição. De acordo com Macarthur Job, no livro "Disaster in the Dandenongs" (imagem acima), o operador de rádio tinha pedido o controlador em Essendon dar-lhes um rolamento de rádio. Essendon reconheceu e disse-lhes para deixar o transmissor ligado, mas o sinal parou e nenhum contato foi feito. Pensa-se que este é o momento em que Kyeema atingiu a montanha.


Por demanda pública, uma Comissão Real para a causa do desastre foi estabelecida, e o Governo Federal Australiano nomeou um Comitê de Investigação de Acidentes Aéreos sob a presidência do Coronel T. Murdoch DSO, VCE, com o inquérito público começando em 30 de outubro de 1938. 

Por causa do acidente, foram aprovados regulamentos que exigem que os oficiais de verificação de vpo monitorem os voos dos aviões e aconselhem sobre coisas como posição, clima e opções alternativas de pouso. Também foi recomendada a implementação de um sistema de alcance de rádio de 33 MHz para fornecer aos pilotos informações precisas sobre seu curso. 


Eric Harrison (oficial da RAAF) foi membro do tribunal de inquérito sobre o acidente em 25 de outubro do Douglas DC-2avião Kyeema. O relatório do inquérito destacou o major Melville Langslow, membro financeiro do Conselho de Aviação Civil e do Conselho Aéreo da RAAF, pelas críticas a medidas de corte de custos que haviam atrasado os testes de faróis de segurança projetados para tais eventualidades. 

De acordo com o historiador da Força Aérea Chris Coulthard-Clark, quando Langslow foi nomeado Secretário do Departamento de Aeronáutica em novembro do ano seguinte, ele saiu de seu caminho para "tornar a vida difícil" para Harrison, causando "amargura e atrito dentro do departamento", e exigindo que o Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, Vice-Marechal da Aeronáutica Stanley Goble, tomasse medidas para proteger o inspetor de segurança da ira do novo secretário.

O monumento memorial logo acima do local do acidente
Somente 40 anos após o acidente, um memorial para Kyeema e seus dezoito passageiros foi criado no local do acidente.

Por Jorge Tadeu (com Wikipedia, ASN, theage.com.au)

Como funciona a rede Wi-Fi no avião?


Entender como funciona a rede Wi-Fi no avião é uma dúvida comum entre os passageiros. Afinal, como é possível ter internet no voo se uma das primeiras orientações que é passada pelos tripulantes é justamente a de desligar (ou colocar em modo avião) os aparelhos eletrônicos, incluindo celulares, tablets e notebooks?

Em seu site oficial, a própria Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) diz que os chamados dispositivos emissores intencionais de radiofrequência precisam estar desabilitados em determinadas ocasiões.

“Esta energia pode afetar a segurança da aeronave, pois seus sinais podem ocorrer nas mesmas frequências utilizadas pelos sistemas de comunicação, navegação, controle de voo e equipamentos eletrônicos, devido a grande sensibilidade dos mesmos. A empresa aérea deve mostrar que ela pode prevenir a interferência potencial que possa apresentar riscos à segurança”.

As ocasiões em que o Wi-Fi no avião precisa estar desativado são, basicamente, durante o pouso e a decolagem nos aeroportos. Por conta disso, as próprias companhias aéreas já disponibilizam serviços de Wi-Fi aos clientes durante as demais fases do voo. E é aí que entra a pergunta: como funciona a rede Wi-Fi no avião?

Duas formas


(Imagem: Reprodução/Inmarsat)
O sinal de Wi-Fi no avião funciona porque é levado aos milhares de metros de altitude basicamente de duas maneiras: pelas tradicionais torres de transmissão, instaladas por todo o mundo; ou por conexão via satélite. Ou seja: o sinal Wi-Fi funciona no avião vindo ora de cima, ora de baixo.

O meio mais tradicional é, na verdade, muito similar ao que gera sinal de Wi-Fi em situações normais, só que no sentido oposto. Enquanto uma pessoa que está em terra firme recebe o sinal vindo de cima, das antenas posicionadas em uma série de lugares, quem está no avião tem Wi-Fi captado pelas antenas colocadas na parte de baixo da fuselagem. Simples, né? Nem tanto…

Quando o avião está sobrevoando áreas em que não há torres de transmissão no chão, ou seja, quando está cruzando oceanos, por exemplo, o sinal precisa vir de outro lugar. Seria o equivalente a uma “área de sombra”, no caso de um usuário que está em terra. Nessas situações, o Wi-Fi no avião é disponibilizado de outra forma.

Lembra que falamos que o sinal utilizado viria ora de cima, ora de baixo? Pois é… nessas áreas em que não há antenas no solo, é possível acessar a internet via Wi-Fi no avião graças aos satélites — os mesmos que permitem que as pessoas que moram em áreas rurais mais afastadas também tenham acesso à internet. A diferença é que a antena não está instalada no teto da casa e sim na parte de cima do avião, para receber o sinal do satélite e rotear para os equipamentos a bordo.

A Anac diz, em sua regulamentação, que cabe às companhias aéreas prover a segurança necessária para que o uso do Wi-Fi no avião, dentro das situações já estabelecidas como legais, não interfira no funcionamento dos equipamentos das aeronaves:

“A seção 91.21 do RBHA nº 91, a seção 121.306 do RBAC nº 121 e a seção 135.144 do RBAC nº 135 proíbem que dispositivos eletrônicos portáteis (PED) possam ser utilizados a bordo de aeronaves a menos que os operadores verifiquem que não causem interferência nos sistemas de comunicações e de navegação da aeronave em que serão utilizados”.

Quanto custa?


No Brasil, companhias como Gol, Latam e Azul disponibilizam há algum tempo o acesso seguro ao Wi-Fi no avião. Os preços variam de acordo com a empresa, a velocidade da internet e o tempo de utilização. Os custos podem partir de R$ 7,50 por hora, como na Latam; e chegarem próximos dos R$ 100 em voos mais longos.

Para voos internacionais, empresas como Norwegian, SAS, Air France e Turkish Airlines oferecem o benefício de graça, mas somente para os passageiros da 1ª classe. Outras empresas, como KLM, All Nippon e Cebu Pacific revelaram recentemente que pretendem incorporar o benefício a todos os passageiros em um futuro próximo.

Via Canaltech News, com informações: Transportal, Anac

Conheça o 'kart voador' de R$ 520.000; cliente do Brasil é um dos compradores do veículo elétrico

Desenvolvido pela Jetson Aero, da Suécia, veículo de lazer chega a velocidade máxima de 102 km/h e tem paraquedas de emergência. Primeiras entregas serão em 2022, e empresa não revelou quem é o comprador de Campinas (SP).

Jetson One é vendido por US$ 92.000 (Imagem: Jetson Aero)
Com diversos novos tipos de veículos voadores pequenos surgindo, ainda não está certo o que pode ser considerado um carro ou até moto voadora. Uma das empresas a apostar nisso é a Jetson Aero, da Suécia, que acaba de revelar o seu modelo One.

Com as primeiras entregas previstas para 2022, o modelo custa US$ 92.000, valor equivalente a R$ 520.000 (na cotação atual). Um dos compradores é um cliente do Brasil, que fez uma reserva (veja mais detalhes abaixo)


Ele é um veículo elétrico de pouso e decolagem vertical (eVTOL, na sigla em inglês), um tipo de aeronave que lembra um helicóptero, mas que faz menos barulho e usa mais hélices para voar.

No caso do Jetson One, seu conjunto é menor do que tem se visto nos chamados "carros voadores", como os que Embraer, Gol e Azul querem usar nos céus do Brasil.

Inspirado em carro de corrida


Capaz de levar apenas uma pessoa, a empresa sueca o classifica como um veículo de lazer. Sua cabine ou cockpit foi inspirado nas dos carros de corrida, segunda a empresa. Seria o veículo então como um "kart voador"?


Nem tanto, talvez seria algo mais parecido com um quadriciclo, para passeios tranquilos nos ares. O controle é feito por um joystick, para controlar a direção, e com uma alavanca, que faz o papel de acelerador.

Controles do Jetson One lembram o de games (Imagem: Jetson Aero)
Sua velocidade máxima é de 102 km/h — limitada por computador, e os 4 pares de hélices utilizam potência máxima de 88 kw (118 cavalos). O passeio não pode ser muito longo; o veículo tem autonomia de 20 minutos

O Jetson One pesa 90 kg, menos que uma moto de baixa cilindrada, isso graças a um chassi que utiliza fuselagem espacial de alumínio. Suas dimensões são: 2.845 mm (comprimento), 2.400 mm (largura) e 1.030 mm (altura).

Paraquedas e sistema de segurança


A empresa diz que o modelo pode voar com segurança, caso ocorra a falha de um dos motores. Ele está equipado com um paraquedas de emergência e conta com uma função de emergência, que permite se manter estável mesmo sem o controle do piloto.

Sensores também analisam o terreno para evitar possíveis obstáculos que o condutor não veja.

Comprador do Brasil


Para os interessados no Jetson One é preciso fazer uma reserva, no valor de US$ 22.000. Um dos compradores, que receberão as primeiras entregas em 2022, é de Campinas (SP).

Ao g1, a empresa disse que não pode dar mais informações sobre quem é este comprador. As 12 unidades previstas para ano que vem já estão reservadas, e mais 2 estão adquiridas para 2023.

Jetson One tem autonomia de 20 minutos (Imagem: Jetson Aero)
Segundo a empresa, a entrega é feita com o modelo 50% montado, e os donos receberão instruções de como finalizar a montagem.

Mas onde pode voar?


A Jetson Areo afirma que o uso do modelo é recreacional, ou seja, não seria para fazer viagens. Com isso, a expectativa é que seja usado apenas em locais restritos.

Jetson One é veículo leve voador no valor de US$ 92.000 (Imagem: Jetson Aero)
"Os regulamentos são diferentes em cada país e cada consumidor recebe treinamento antes de receber seu veículo para garantir que eles entendam a conformidade", disse a empresa.

Por Rafael Miotto, g1

Embraer celebra 20 anos das operações de ensaio em voo em Gavião Peixoto

No local, é fabricado o avião de transporte multimissão C-390 Millennium, o A-29 Super Tucano e desde 2020 realiza o desenvolvimento e testes do caça Gripen.

Embraer. Complexo industrial de Gavião Peixoto, que tem área de 18 milhões de m² (Divulgação/Embraer)
A Embraer celebra em outubro 20 anos do início das operações da unidade de Gavião Peixoto, no interior de São Paulo, um dos principais complexos industriais da Embraer no Brasil.

A data relembra as primeiras atividades de ensaio em voo na pista de 5.000 metros de extensão e até 95 metros de largura - a maior do hemisfério sul -, projetada para os testes dos protótipos e aeronaves que seriam fabricadas no local.

“A rapidez e eficiência com que passaram a ser realizados os ensaios dos novos produtos da companhia resultam em parte das características específicas das instalações dedicadas para este fim, comprovando o acerto da decisão de implantar a nova planta, estratégica para o futuro da empresa”, informou a Embraer.

Com características como baixo relevo, meteorologia favorável na maior parte do ano e próxima de centros educacionais de excelência para formação de mão-de-obra qualificada, a área de 18 milhões de m² da “Cidade de Asas” reuniu as melhores condições entre as mais de 300 localidades analisadas para receber o investimento.

“A presença da Embraer em Gavião Peixoto coincide com as importantes transformações sociais que a região passou nas últimas duas décadas, em uma geração contínua de conhecimento que contribui com a formação de qualidade de nossos colaboradores, fortalece parcerias perenes e impacta positivamente a comunidade”, disse Andreza de Souza Alberto, diretora da Unidade Gavião Peixoto da Embraer.

“É uma satisfação poder liderar o complexo industrial nessa data histórica, que é fruto dos esforços diário de milhares de pessoas que nos ajuda a levar adiante o propósito de contribuir para uma sociedade mais inclusiva, e nos faz crescer de forma mais sustentável, promovendo a diversidade.”

Desde sua chegada à cidade, a Embraer informou que tem investido em parcerias com entidades de ensino para promover qualificação profissional, com a participação dos colaboradores que também contribuem diretamente compartilhando seus conhecimentos, com base nas características da indústria aeronáutica e a realidade do mercado local.

Um dos destaques é o Programa Formare, dedicado para jovens em situação de vulnerabilidade, e que transforma a empresa em um ambiente privilegiado de aprendizagem e desenvolvimento de competências para o trabalho e para a cidadania.

Na Embraer de Gavião Peixoto desenvolve-se também um dos maiores projetos privados de reflorestamento do estado de São Paulo, que cobre 20% da área da empresa com mata nativa. Para o processo de revitalização foram utilizadas 135 espécies remanescentes da Mata Atlântica.

Atualmente, além da estrutura para ensaio em voo, a planta industrial também reúne atividades de engenharia, produção, modernização e serviços relacionados ao mercado de Defesa e Segurança.

No local, é fabricado o avião de transporte multimissão C-390 Millennium, o A-29 Super Tucano e desde 2020 realiza o desenvolvimento e testes do caça Gripen. Encontra-se ainda na unidade a produção de jatos da família Praetor e a fábrica de móveis para aviação executiva.

Via O Vale

Um caminhão colidiu com helicóptero no Parque Avellaneda

Um caminhão colidiu com o mesmo helicóptero que trabalhava na evacuação de um acidente de trânsito no bairro portenho do Parque Avellaneda, em Buenos Aires, na Argentina.


Na sexta-feira (23), um caminhão atropelou o helicóptero MBB Bo 105CBS-4, prefixo LV-CVE, da SAME, que trabalhava na evacuação de um acidente de trânsito no bairro Parque Avellaneda, na Rodovia Perito Moreno, na Cidade de Buenos Aires, mas sua tripulação saiu ilesa e foi rebocada a aeronave, polícia fontes relatadas.

Tudo aconteceu quando o MESMO helicóptero estava auxiliando, junto com bombeiros da Cidade de Buenos Aires, um ferido em consequência de uma colisão entre dois caminhões, na rodovia Perito Moreno, rumo ao centro, e um caminhão que não estava parou no pedágio, colidiu e tocou no rotor de cauda da aeronave (onde estão as hélices) que causou o acidente, informaram as fontes ao Télam.

Conforme relatado, não há feridos graves pelo acidente, mas interveio o Ministério Público nº 31, a cargo de Carlos Rolero, que ordenou ações de "investigação do ano" contra o condutor do caminhão. que colidiu com o helicóptero médico.

A polícia e o pessoal de transporte rebocaram o helicóptero danificado e a área foi liberada após o meio-dia.


Por sua vez, o Transportation Security Board (JST), órgão descentralizado dentro da órbita do Ministério dos Transportes da Nação, informou que as equipes da Direção Nacional de Investigação de Eventos Aeronáuticos e da Direção Nacional de Investigação de Eventos Automotivos, irão trabalhar no local do acidente.

A investigação do JST “tem um caráter estritamente técnico e suas conclusões não geram qualquer presunção de culpa ou responsabilidade administrativa, civil ou criminal pelos fatos investigados”, disse nota da agência.

Tempestade na Austrália empurra Boeing 787 da Qantas como um avião de brinquedo

Após uma forte tempestade em Brisbane na semana passada, o aeroporto de Brisbane, na Austrália, ficou destruído. No pátio, um Boeing 787 da Qantas foi empurrado e levantado do solo por fortes ventos. Além disso, a aeronave pode ter sofrido danos depois que algum equipamento de solo atingiu a fuselagem. O incidente ocorreu na quarta-feira (20).

A aeronave envolvida no incidente foi o Qantas '787-9 vestindo a libré Yam Dreaming,
retratada aqui (Foto: Getty Images)
Imagens da tempestade em Brisbane mostraram a extensão da tempestade quando atingiu o aeroporto. Uma aeronave impactada foi o Boeing 787-9 Dreamliner, prefixo VH-ZND, da Qantas, estacionado no solo, registrado como  e pintado com as cores Yam Dreaming. Este avião parecia estar em processo de descarregamento quando a tempestade atingiu o aeroporto, forçando a equipe a se abrigar por segurança imediatamente.

O vídeo abaixo mostra o 787 sendo empurrado pelos ventos e até mesmo a frente sendo levantada do solo por alguns segundos. Isso fez com que a roda do nariz girasse 90° e a aeronave atingisse o carregador de carga estacionado ao lado dele. No momento do incidente, a porta de carga do avião estava aberta.


A aeronave não parece ter se afastado totalmente do estande, uma ocorrência rara, mas que aconteceu em outros lugares recentemente. No entanto, a extensão dos danos causados ​​por bater na carregadeira permanece incerta, e o 787 pode ser aterrado por algumas semanas enquanto as verificações e os reparos são concluídos.

Felizmente, ninguém ficou ferido no solo devido às ordens de evacuação rápida. Com o clima agora se acomodando em Queensland, a Qantas estará avaliando a situação. O encalhe de um de seus 787 antes do reinício dos voos internacionais pode representar um desafio para os grandes planos da operadora.

De acordo com o Planespotters.net, dos 11 Boeing's 787-9s da Qantas, três estão estacionados no momento. Isso significa que a transportadora pode ter alguma flexibilidade para trocar de aeronave nos primeiros dias da reabertura. VH-ZNA, -ZNF e -ZNH foram listados como estacionados, enquanto os outros sete (menos -ZND) estão voando.