terça-feira, 7 de novembro de 2023

Icônico avião Embraer EMB-120 completa 40 anos de voos; seu nome original não era para ser Brasília


Desde seu primeiro voo em 27 de julho de 1983, a aeronave Embraer EMB-120, construída pela fabricante brasileira, tornou-se um marco na aviação regional. Com mais de 350 unidades produzidas entre 1983 e 2001, o EMB-120 é considerado um sucesso de mercado.

Em 1974, a Embraer, empresa brasileira de fabricação de aeronaves, iniciou um novo projeto com base nos conhecimentos adquiridos com a produção do Bandeirante. A proposta era desenvolver um avião turboélice pressurizado para ser utilizado em rotas regionais.

O projeto, inicialmente chamado de Araguaia, passou a ser chamado de Brasilia em 1979, no momento em que foi oficialmente lançado. O EMB-120 Brasilia possuía capacidade para transportar 30 passageiros, com a mesma empenagem em formato de “T” do Xingu, porém com uma asa de perfil supercrítico.

Seu grande destaque era o uso das turbinas PW115 de 1.500 HP, fabricadas pela Pratt & Whitney, em conjunto com as hélices desenvolvidas pela Hamilton Standard. Isso permitia ao bimotor atingir velocidades superiores a 500 km/h. Além disso, o avião também oferecia conforto aos passageiros, com recursos como ar-condicionado durante o voo e baixo nível de ruído e vibração.

O primeiro protótipo foi apresentado em 1983 em um evento que contou com a presença de imprensa especializada, representantes de empresas aéreas e fabricantes de componentes aeronáuticos de diversos países.

O lançamento do Brasilia atraiu grande interesse da imprensa internacional, além de representantes do setor aéreo de todo o mundo. Isso resultou em uma ampla repercussão nacional e internacional, resultando em um prêmio de destaque de marketing na área de Desenvolvimento Tecnológico concedido pela Associação Brasileira de Marketing (ABM) à Embraer, em dezembro de 1983.


Após a apresentação oficial, o Brasília entrou em processo de produção em 1984 e, em maio de 1985, obteve sua homologação pelo Centro Técnico de Aeronáutica (CTA).

Diferente do Bandeirante, que foi utilizado primeiramente no Brasil para depois ser exportado, o Brasilia já começou sua carreira no mercado internacional. Antes mesmo de sua primeira entrega, já era considerado o avião da categoria mais vendido do mundo.

Com seu cliente lançador, a Atlantic Southeast Airlines, em outubro de 1985, o EMB-120 foi considerado a melhor opção no mercado americano em termos de desempenho. Companhias aéreas dos EUA como a Great Lakes Airlines, Ameriflight e SkyWest Airlines, adquiriram diversas unidades do EMB-120 para integrar suas frotas. A SkyWest chegou a operar 62 aeronaves simultaneamente.

O sucesso do EMB-120 também alcançou outros continentes, com companhias aéreas como a Swiftair, na Espanha, Régional, na França, e Atlant-Soyuz Airlines, na Rússia, adquirindo o modelo. Ainda em 1985, o Brasília se tornou o primeiro avião brasileiro a ser certificado na Alemanha.


Em janeiro de 1988, a companhia aérea brasileira Rio-Sul colocou o avião em serviço no Brasil. Com sua popularidade crescente, o Brasília ganhou destaque como o avião regional mais utilizado no mundo em 1994. Na época, 26 empresas aéreas de 14 países compunham a frota do avião, que já havia registrado mais de três milhões de horas de voo.

Desde seu lançamento, o Brasilia provou ser uma aeronave de sucesso e se tornou um marco na história da Embraer. Ao final de sua produção, em 2001, 357 aeronaves do EMB-120 foram construídas e entregues para 32 operadores em todo o mundo.




Além da versão básica de produção, outras variantes foram desenvolvidas para atender as necessidades específicas das companhias aéreas, como o EMB-120ER, de peso maior de decolagem, e o EMB-120QC, dedicado ao transporte de cargas ou passageiros com mudança rápida entre os modos. A aeronave também foi utilizada para fins militares, com a construção da VC-97 para a Força Aérea Brasileira.

Especificações



  • Tripulação: Dois pilotos e um comissário de bordo
  • Capacidade: 30 passageiros
  • Velocidade de Cruzeiro: 584 km/h
  • Alcance: 1.481 quilômetros
  • Distância de Pouso: 1.380 metros
  • Distância de Decolagem: 1.560 metros
  • Comprimento: 20 metros
  • Envergadura: 19,78 metros
  • Altura: 6,35 metros
  • Peso vazio: 7.070 quilos
  • Peso máximo de decolagem: 11.500 quilos
  • Peso máximo de pouso: 11.250 quilos
  • Motor: 2x motores turboélice Pratt & Whitney Canada PW118, 1.340 kW (1.800 HP) cada
  • Hélices: Hamilton Standard 14RF19 de 4 pás, velocidade constante, totalmente embandeirado

Nenhum comentário: