domingo, 27 de agosto de 2023

Cracas podem revelar onde caiu avião da Malaysia Airlines desaparecido desde 2014

Pesquisadores acreditam que a análise das cracas pode fornecer detalhes sobre o local da queda do avião, em 2014.

(Imagem: ahmad.faizal/Shutterstock)
Em 8 de março de 2014, um Boeing 777 da Malaysia Airlines que transportava 239 pessoas entre Kuala Lumpur, na Malásia e Pequim, na China, desapareceu. Mais de nove anos depois, nenhum destroço foi encontrado. A Netflix chegou a lançar recentemente uma série documental sobre o caso: “Voo 370: O Avião que Desapareceu”. Mas agora, um estudo com cracas pode fornecer pistas do que de fato aconteceu com o avião.

Como as cracas poderiam identificar o que aconteceu com o avião?


Cracas (Foto: May Gauthier/Unsplash)
Pesquisadores da Universidade do Sul da Flórida, nos Estados Unidos, foram os responsáveis pelo trabalho, publicado na revista AGU Advances.

No estudo, eles destacam que a estrutura química de cada camada de uma craca, crustáceo que forma uma espécie de placa branca em rochas, é determinada pela temperatura da água no momento em que ela foi formada.

Levando isso em consideração, os cientistas acreditam que a análise química possa fornecer detalhes, com algum grau de precisão, sobre o local da queda do avião no Oceano Índico.

Segundo o professor Gregory Herbert, a ideia surgiu no momento em que ele viu fotografias dos destroços do avião que foram levados pela maré até a costa da África, um ano após o acidente.

“Os destroços estavam cobertos de cracas e, assim que vi aquilo, comecei imediatamente enviando e-mails para os investigadores de busca porque eu conhecia a geoquímica deles projéteis podem fornecer pistas sobre o local do acidente”, disse ele.

Análise pode identificar possíveis pontos onde a aeronave caiu


A ideia é estudar as maiores e as mais antigas cracas encontradas nos destroços, segundo reportagem da Universidade do Sul da Flórida.

Isso revelaria a temperatura da água nos primeiros dias do acidente com o avião.

Além disso, permitiria montar um mapa dos possíveis pontos em que a queda teria ocorrido.

No entanto, pesquisas realizadas com pequenas cracas, apesar de terem ocorrido com sucesso, não revelaram grandes informações pois se tratarem de organismos muito jovens.

“Infelizmente, elas [as maiores cracas] ainda não foram disponibilizadas para pesquisa, mas, com este estudo, provamos que este método pode ser aplicado a uma craca que colonizou os destroços logo após o acidente para reconstruir um caminho completo de volta à origem do acidente”, afirma Gregory Herbert, professor associado da universidade e um dos autores do estudo.

A expectativa é que os pesquisadores recebam autorização para realizar análises em novas amostras, o que pode permitir a retomada das buscas pelo avião, suspensas em 2017.

Se tudo der certo, dessa vez a lista de possíveis locais será muito mais reduzida, ampliando as chances de novas descobertas sobre o que de fato aconteceu com a aeronave da Malaysia Airlines.

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