Uma corrida para pousar antes de outro avião foi o motivo principal para que um jato particular fizesse um pouso desastroso (Foto: NTSB) |
A pressa foi o principal fator levantado pela NTSB, órgão que investiga acidentes de transporte nos EUA, para que um jato Gulfstream G150 saísse da pista ao pousar em Ridgeland, na Carolina do Sul.
De matrícula N22ST, o jato estava com 3 passageiros e 2 pilotos e tinha saído de New Smyrna Beach, na Flórida, para a Carolina do Sul. Durante o voo de cruzeiro um dos passageiros perguntou sobre o horário de pouso, fazendo uma cobrança sobre a chegada no destino.
O comandante então respondeu dizendo “vou acelerar, vamos bem rápido aqui” e ao mesmo tempo percebeu que tinha um outro jato na frequência de comunicação indo para o mesmo destino. Ele estimou que esta outra aeronave chegaria dois minutos antes e decidiu acelerar.
“Eles vão desacelerar para 250 nós assim que passarem de 10 mil pés de altitude, nós não. Nós sabemos o que estamos fazendo, estamos tentando ganhar uma corrida”, o co-piloto concordou. O comandante completou dizendo: “Estamos numa corrida da NASCAR”, seguido da risada de ambos os pilotos.
Durante a descida rápida, o aviso de excesso de velocidade foi ouvido por várias vezes, totalizando 8 segundos de avisos sonoros na cabine que foram ironizados: “Objetivo alcançado”, disse o Comandante. E o Copiloto complementou: “Última volta!”.
Já mais próximo do aeroporto, a Torre de Controle informou que eles seriam os primeiros para pouso e o outro avião o número “2”, o que gerou comemoração na cabine segundo os áudios captados pela caixa-preta. Os pilotos pediram uma aproximação direta para a cabeceira 36 para agilizar ainda mais a chegada.
A aproximação foi feita com 170 nós (314 km/h) de velocidade, enquanto a velocidade de referência era de 121 nós (224 km/h). Vários avisos de razão excessiva de descida e para levantar a aeronave foram ouvidos (sink rate, pull up, pull up).
A aeronave pousou 7 nós (12 km/h) acima da velocidade recomendada e os pilotos acionaram o freio aerodinâmico e o reverso dos motores logo após o toque, apesar de relatarem terem perdido estes recursos e também o freio normal da aeronave.
Um vídeo (disponível acima) mostra exatamente o contrário do relato deles e também mostra a biruta indicadora de vento apontando fortes ventos no sentido do pouso, o chamado vento de cauda, que aumenta a distância do pouso e prejudica a parada da aeronave.
Por causa destes fatores, o avião acabou saindo da pista e caindo numa área pantanosa 121 metros depois do fim da pista. Nenhum passageiro ficou ferido na ocorrência. O relatório completo está disponível aqui.
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