O F-16D 90-778 foi o primeiro F-16 dos EUA a derrubar um avião inimigo, em dezembro de 1992 (Foto: USAF) |
Uma pintura especial para um caça especial. Um grupo de manutenção da Força Aérea dos EUA (USAF) revelou um F-16D Fighting Falcon com um esquema de pintura especial. As cores, no entanto, não são à toa: o jato foi o primeiro F-16 dos EUA a derrubar um avião inimigo em combate.
A aeronave de matrícula 90-778, um F-16D Block 42, foi pintada por 12 militares da Base Aérea de Luke, no Arizona, especializados em controle de corrosão. O esquema desértico homenageia o abate realizado com a aeronave, apelidada de MiG Killer, e uma pintura experimental aplicada a outro F-16.
Em 27 de dezembro de 1992, durante a Operação Southern Watch no Iraque, o F-16 778 estava sob os comandos do Tenente-Coronel Gary ‘Nordo’ North. North e outros três F-16 do 33º Esquadrão de Caça seguiram para uma patrulha, decolando da base aérea de Dhahran, na Arábia Saudita. Em determinado momento, um MiG-25 Foxbat iraquiano adentrou a “No Fly Zone”, tornando-se imediatamente uma aeronave hostil.
North coordenou uma formação de forma que os quatro F-16 não deixassem o MiG-25 escapar de volta ao seu país, forçando o combate. Ao mesmo tempo em que solicitava permissão para engajar o MiG, ele pedia que seu ala empregasse os sistemas de interferência eletrônica.
“Finalmente ele escutou ‘bandit-bandit-bandit, cleared to kill’ em seu fone”, conta o 1º Tenente James Mobbley, oficial do 56º Esquadrão de Manutenção de Equipamentos, responsável pela pintura do avião.
Essa era a autorização que North precisava. A cerca de 5,5 km do MiG-25, ele disparou um míssil guiado por radar AIM-120 AMRAAM, derrubando o caça iraquiano.
O rápido engajamento entrou para a história, marcando não só o primeiro abate de um F-16 dos EUA, mas também o primeiro com o emprego do AIM-120, o míssil mais usado pelas forças aéreas de OTAN e outros países alinhados aos EUA. Mas além do abate, a pintura com camuflagem desértica também é uma homenagem a outro F-16C.
O Sargento Michael Cichonsky, mecânico de F-35 junto ao 56º Esquadrão de Manutenção explica que o design fictício “foi inspirado no uniforme de camuflagem do deserto usado durante a primeira Guerra do Golfo e em uma camuflagem experimental semelhante que foi testada na época”
“Existem poucas fotos do esquema de teste, pois foi feito à mão com tinta látex e durou apenas uma semana antes de ser removido. Com este design, não apenas prestamos homenagem à história do General Gary North e do 0778, mas também nos permite reimaginar se esse esquema de pintura tivesse sido selecionado para uso durante a Operação Southern Watch.”
Conforme observado pelo The Aviationist, a camuflagem experimental desértica dificultava a localização do jato, aumentando o risco de colisões aéreas. Além disso, era semelhante à pintura usadas pelos F-16 da Força Aérea de Israel. Por essas razões, foi rapidamente descartada.
Via Gabriel Centeno (Aeroflap)
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