Apesar do tráfego aéreo parcialmente paralisado na China em razão da pandemia de coronavírus, as necessidades continuam imensas: quatro companhias aéreas chinesas anunciaram nesta sexta-feira (1) pedidos de 292 aviões da gigante europeia da aviação Airbus.
Os pedidos – da China Eastern, Air China, China Southern e Shenzhen Airlines – representam um total de cerca de 37 bilhões de dólares, a preço de catalogo.
A China Eastern informou que acordou a compra de 100 aeronaves A320neo, enquanto a China Southern anunciou a compra de 96 aeronaves do mesmo modelo.
Por sua vez, a Air China e sua subsidiária Shenzhen Airlines também confirmaram a compra de 96 aeronaves A320neo, segundo declarações separadas.
A Airbus confirmou as vendas nesta sexta-feira, afirmando em comunicado que as transações mostram “a recuperação” e o “momento próspero” que “o mercado da aviação na China” atravessa.
Segundo a companhia, os acordos de venda são fruto de “longas discussões que ocorreram durante a difícil pandemia de covid”.
Todas as entregas estão previstas entre 2023 e 2027, o que parece confirmar que os contratos vinham sendo negociados há muito tempo, uma vez que as datas de entrega disponíveis são reduzidas para a Airbus, confrontada com uma procura significativa de aeronaves de corredor único.
Apesar de enfraquecidas pela pandemia, as companhias aéreas em todo o mundo se preparam para um crescimento do tráfego global, que deve dobrar nos próximos 20 anos em relação a 2019.
Para isso, renovam suas frotas com aeronaves mais modernas, que consomem menos combustível e, portanto, emitem menos CO2.
E embora o tráfego aéreo na China continue prejudicado pelas severas restrições sanitárias do país, seu volume deve disparar nos próximos anos.
A frota de aeronaves em serviço na China deve triplicar até 2040 – para alcançar 11.000 aeronaves, segundo previsões da Airbus.
As encomendas ao fabricante aeronáutico europeu totalizaram no final de maio mais de 8.000 aeronaves da família A320.
Esses pedidos consolidam a ambição da Airbus de aumentar sua produção para 75 aeronaves do tipo A320 por mês em 2025, segundo uma fonte próxima ao caso.
A Airbus reduziu drasticamente sua produção durante a pandemia, embora a tenha recuperado gradualmente com uma taxa de 45 aeronaves da família A320 por mês no final de 2021. Planeja produzir 65 por mês no verão de 2023, apesar das tensões que surgiram nos últimos meses em suprimentos.
A China se prepara para certificar o birreator C919 de sua fabricante nacional Comac, destinado a competir com os Airbus 320 e os Boeing 737 MAX. O avião recebeu encomendas de 815 exemplares de empresas nacionais, segundo a Comac.
Os negócios da americana Boeing na China foram afetados nos últimos quatro anos por temores relacionados a seus aviões 737 MAX, cujo uso foi suspenso no país após dois acidentes em 2019.
No ano passado, as autoridades chinesas permitiram que os 737 MAX voltassem a operar, após vários ajustes de segurança.
Via AFP
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