terça-feira, 26 de novembro de 2013

Cargueiro desenvolvido pela Embraer está entre os maiores do mundo

R$ 1,2 bi para avião de guerra.



Fato raro na história recente do país, um projeto militar está entre os principais investimentos do governo federal neste ano. De janeiro a outubro, o Ministério da Defesa pagou R$ 1,2 bilhão à Embraer para o desenvolvimento do avião cargueiro KC–390, uma iniciativa que custará, no total, algo entre R$ 3 bilhões e R$ 3,5 bilhões. Também em 2013, o governo tem investido na construção de um submarino.

Os investimentos na gestação dos dois aparelhos totalizam R$ 2,5 bilhões apenas neste ano – mais do que foi investido, por exemplo, no projeto da transposição do rio São Francisco e em grandes ferrovias nas regiões Nordeste e Norte do país.

Serão inicialmente encomendados 28 cargueiros KC–390. A expectativa é que o primeiro voo do avião ocorra em 2014, com sua entrada em serviço no fim de 2015 ou no início de 2016. Há comentários no Ministério da Defesa de que os 28 aviões seriam somente um primeiro lote, pois a Força Aérea Brasileira (FAB) estaria pretendendo incorporar entre 60 e 80 KC–390.

O novo avião também anda gerando uma espécie de ciúme nas outras áreas da pasta da Defesa. Enquanto as Forças Armadas reclamam publicamente da falta de verbas para atividades cotidianas, o projeto militar se tornou a menina dos olhos do governo. O investimento no projeto contrasta com a queixa de militares. Os comandantes das três Forças estiveram recentemente no Congresso para pedir R$ 7,5 bilhões a mais no Orçamento de 2014, mencionando situações como o fato de que 346 das 624 aeronaves da FAB estão no chão por falta de manutenção e de combustível.

O Brasil gasta relativamente pouco em Defesa: 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB). Se somados os encargos com as pensões militares, chega-se a 1,5%. Nas contas de integrantes do ministério, os outros gigantes emergentes – China, Índia e Rússia – gastam, em média, 2,5%.

Aeronave

Mais rápido que os concorrentes, o jato que está sendo gestado no Brasil – e que já desperta o interesse de outros países – poderá operar em pistas curtas e semipreparadas. Entre as principais missões, a aeronave será utilizada para o transporte de tropas e de cargas, para reabastecer aviões e para a busca e o resgate e na evacuação médica nos mais diversos ambientes: da gelada Antártida à Amazônia.


Fonte: O Tempo - Fotos: Divulgação/Embraer

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