Sem a ambição do passado, mas com alguma pretensão quanto ao futuro. É assim que a indústria de armas brasileira encara os próximos anos: sabe que não figurará mais entre as 20 maiores exportadoras mundiais como foi de 1980 a 1992 (chegou a ser a 10ª em 1985), mas ensaia uma reentrada no mercado internacional mais diversificada e mais tecnológica.
No passado, tal como agora, obviamente que a produção brasileira está longe de se aproximar dos players mundiais de armamento em termos de sofisticação e variedades, por isso também a estratégia atual tenta se repetir: vender para países periféricos, nos quais as necessidades de equipamentos de defesa são mais modestas, tais como na África, América Central e América do Sul.
Como diz o coronel da reserva Armando Lemos, diretor técnico da Associação Brasileira da Indústria de Defesa (Abimde), “as chances internacionais do setor estarão fora dos mercados atendidos pelos grandes produtores mundiais”.
É o caso da venda recente de seis aeronaves de instrução avançada e ataque Super Tucano, da Embraer, para Angola, pelo valor médio de US$ 15,6 milhões a unidade. O mesmo avião que já voa em sete outros países, já muito testado em combate na Colômbia contra os insurgentes das FARC, por exemplo.
Ainda que o Super Tucano já tenha sido selecionado pela Força Aérea dos Estados Unidos – operação paralisada temporariamente por conta da pressão de um concorrente local – é em países menos desenvolvidos que os negócios têm mais potencial de sucesso.
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