A cobrança pela União Europeia sobre a emissão de carbono custará às companhias aéreas 300 milhões de euros (391,98 milhões de dólares) neste ano, "uma gota no oceano" diante dos bilhões de dólares que gastarão em combustível, previu um analista do Barclays Capital nesta quinta-feira.
O programa, que cobre a emissão de carbono por companhias europeias e não europeias que pousam ou decolam no continente, entrou em vigor em 1o de janeiro.
Os países de fora da UE criticam o esquema porque ele considera as emissões desde o ponto de origem, não só na Europa.
Um grupo de 26 países -como Rússia, Índia, China e EUA- planeja um encontro em Moscou na próxima semana para discutir um plano de ação, por partir do princípio de que o esquema desrespeita a lei internacional apesar de uma alta corte da UE ter concluído o contrário em dezembro.
Companhias que não são da UE devem responder por somente 25 por cento da conta neste ano, ou seja, por 75 milhões de euros, disse o analista Trevor Sikorski, do Barclays.
"O valores não são tão altos se comparados aos que elas pagam por combustível. São um gota no oceano desse setor", disse ele à Reuters.
Sikorski ressaltou que o programa cai mais sobre as companhias europeias, por terem mais voos dentro da UE do que as não europeias.
O programa da UE prevê que 82 por cento das permissões de emissão de carbono serão dadas gratuitamente para operadores de avião e que 15 por cento serão leiloados. Os outros 3 por cento farão parte de uma reserva especial.
Os preços de emissão de carbono da UE caíram no ano passado porque a crise de dívida na região cortou a produção industrial e a demanda por emissões, levando a conta das companhias para menos do que se esperava.
Na semana passada, analistas previram na Thomson Reuters Point Carbon que as companhias gastarão 505 milhões de euros em emissões de carbono neste ano, metade do que esses especialistas tinham previsto em setembro.
"Tendo em vista que esses custos devem resultar em um reajuste de pouco mais de 2 ou 3 euros por passagem, fica difícil saber o porquê desta confusão", afirmou Sikorski em nota.
Fonte: Jeff Coelho (Reuters) via G1
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