quarta-feira, 30 de junho de 2010

Espanha veta uso de espaço aéreo de Gibraltar à aviação britânica

A Espanha negou o uso do espaço aéreo da colônia de Gibraltar (foto acima) a aviões caça britânicos para um exercício de treinamento, anunciou nesta quarta-feira um porta-voz militar britânico.

O exercício militar, do qual participaram seis Tornado F3, ocorreu mesmo assim, já que o Marrocos permitiu a utilização de seu espaço aéreo, completou a fonte.

A negativa de Madri ocorre depois que, nos últimos meses, buques espanhóis passaram de raspão nos britânicos nas águas situadas perto de Gibraltar.

O ministério espanhol de Assuntos Externos minimizou o incidente, destacando que a Espanha nunca permite sobrevoos de aviões militares britânicos em seu terrirório na região de Gibraltar.

"Trata-se de uma ''não notícia'', porque está na normalidade das relações que a Espanha tem com o Reino Unido no que se refere a Gibraltar", disse o ministério.

"Pedimos a autorização de voo à Espanha, que controla o espaço aéreo da metade norte da região" prevista para o treino, "e simultaneamente ao Marrocos, que controla a metade sul", afirmou o porta-voz britânico.

"Os marroquinos nos autorizaram a voar em seu espaço, mas os espanhóis rejeitaram nosso pedido", completou, destacando que o treino militar ocorreu com "grande êxito".

Gibraltar foi cedida pela Espanha à Inglaterra em 1713, mediante o Tratado de Utrecht. Desde então, este pequeno enclave no extremo sul da Espanha, de algo mais de 5 km quadrados, causou tensões em várias ocasiões.

Em novembro de 2002, 98,97% dos habitantes desta colônia britânica votaram contra um projeto do Reino Unido de repartir com a Espanha a soberania da região.

A Espanha sempre deixou a entender que reivindicaria o território no dia em que as autoridades de Londres renunciassem à soberania.

O vice-premiê britânico, Nick Clegg, casado com uma espanhola, disse durante uma visita a Madri em 11 de junho que a posição da Grã Bretanha sobre a soberania de Gibraltar não mudará no mandato do primeiro-ministro conservador David Cameron.

Fonte: AFP via Terra - Foto: AFP

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