domingo, 20 de setembro de 2009

Radiação é maior perigo para viagem a Marte, aponta estudo

Esqueça o risco de foguetes explosivos ou de ser golpeado por um pedaço de lixo espacial rebelde

Concepção artística da sonda Mars Spirit Rover, que explora Marte; radiação é o maior perigo para missões além da órbita terrestre

A radiação deve ser o maior obstáculo para exploração humana além da órbita próxima à Terra, e poderia causar sérias dificuldades para uma missão recentemente proposta para a órbita de Marte.

Plano atual

Um estudo solicitado pela Casa Branca para revisar as atividades da Nasa (agência espacial norte-americana) de voo espacial com humanos sugere enviar astronautas para uma das luas de Marte, Phobos ou Deimos, entre outras possibilidades indicadas em relatório publicado semana passada.

Dessas posições, os astronautas poderiam usar robôs por controle remoto para explorar a superfície marciana e obter imagens - tanto do planeta como da lua em si - para posterior estudo na Terra.

O relatório indica cautela em buscar primeiro as luas para entender melhor a adaptação humana nesse ambiente e para aprimorar técnicas operacionais até lá.

"Eu iria a Phobos ou Deimos sem hesitar, mesmo sem qualquer esperança de pouso em Marte", diz o cientista planetário Pascal Lee, do Instituto Marte, organização de pesquisa baseada na Califórnia, nos EUA.

Na semana passada, a Nasa também havia anunciado estratégia priorizando Marte em detrimento da Lua.

Limitações e câncer

A ameaça da radiação espacial na forma de raios cósmicos deve manter os astronautas confinados a bem perto de casa.

Os raios compõem-se, na verdade, de prótons em alta velocidade e núcleos atômicos mais pesados que "chovem" em nosso Sistema Solar vindos de todas as direções.

Eles podem atravessar e fatiar moléculas de DNA quando passam por células vivas - e o dano resultante pode levar ao câncer.

Pessoas no solo estão protegidas pela atmosfera do nosso planeta e o campo magnético, que também fornece alguma proteção para os astronautas na ISS (Estação Espacial Internacional).

Até as missões lunares são curtas o suficiente para manter baixo o risco devido à radiação, e a própria Lua também bloqueia metade das partículas que chegam. Mas tripulações em jornadas além disso não teriam tal proteção.

O estudo feito para a Casa Branca espera uma missão a Marte com duração de 750 dias. Uma vez que tais viagens expõem astronautas a mais radiação que o permitido atualmente, a Nasa terá que considerar aceitar riscos mais altos para as missões.

Fonte: New Scientist via Folha Online - Imagem: AP

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