Ministro da Defesa se reuniu com líderes partidários nesta terça.
Segundo parlamentares, discussões com Suécia e EUA continuam.
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse nesta terça-feira (8) a líderes partidários na Câmara que o governo ainda não se decidiu se realmente vai comprar caças franceses para reforçar as Forças Armadas brasileiras. Jobim participou de uma reunião e um almoço com líderes partidários da Câmara. Nessa segunda-feira (7), os governos de Brasil e França fizeram um comunicado anunciando a abertura de negociações.
De acordo com o líder do PSB, Rodrigo Rollemberg (DF), a presença do presidente francês Nicolas Sarkozy no desfile militar de 7 de setembro pode ter pesado para o anúncio feito pelo Brasil. Segundo o deputado, Jobim disse aos deputados que as negociações para a compra de caças continuam também com Suécia e Estados Unidos.
“Segundo as palavras dele (Jobim), está tudo em aberto. A presença do presidente francês produziu este fato de abrir as negociações, mas a questão da transferência de tecnologia é que vai pesar muito na decisão final”, afirmou o líder do PSB.
A afirmação foi repetida pelo líder do PSC, Hugo Leal (RJ). “O que foi dito é que acordo só terá com transferência de tecnologia. Isso tudo ainda está em debate”.
O líder do PSOL, Ivan Valente (SP), acredita que a exigência de uma ampla transferência de tecnologia praticamente elimina os Estados Unidos da disputa. “A situação com os americanos está praticamente descartada porque foram impedidas vendas para outros países. Mas continua com a Suécia e parece ser um negócio mais fechado com os franceses”.
Valente destacou que o tema ainda está longe de poder ser fechado, visto que após a decisão oficial o acordo terá de ser ratificado pelo Congresso. “Tudo precisa passar por negociações ainda, incluindo o Congresso. Precisa estar tudo escrito”.
Negociações
Os presidentes da França, Nicolas Sarkozy, e Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, emitiram comunicado conjunto na segunda-feira (7), anunciando a intenção da parte do governo brasileiro de entrar em negociação para aquisição de 36 caças GIE Rafale. Os dois também assinaram acordos para o desenvolvimento compartilhado de submarinos e helicópteros.
O comunicado diz ainda que o presidente francês manifestou a intenção de seu país de adquirir 10 unidades da futura aeronave de transporte militar KC-390, que será produzida pela Embraer. Os franceses também pretendem contribuir com o desenvolvimento do programa desta aeronave.
Para convencer o Brasil, a França aceitou em sua oferta uma transferência tecnológica considerada sem precedentes por Paris e conta ainda que a relação especial entre os dois chefes de Estado leve o Brasil a optar pelo modelo francês. Até hoje, a fabricante Dassault não conseguiu vender para estrangeiros o caça Rafale, projeto iniciado em 1988, em operação na força aérea francesa desde 2006.
Plano de Defesa
Jobim apresentou aos líderes um plano de defesa nacional para os próximos 20 anos. Segundo os deputados, dentro de 10 dias deve ser enviado ao Congresso um projeto alterando a estrutura do Ministério da Defesa e das Forças Armadas.
Segundo Rollemberg, o projeto, entre outras ações, visa dar mais poder de “polícia” às Forças Armadas. “O Exército só tem esse poder em fronteira e se quer ampliar. A Marinha não tem e a Força Aérea quando detecta uma ação ilegal faz o avião descer mas não pode prender ninguém”.
Além disso, a proposta deve criar um novo organograma no caso de um futuro envolvimento do Brasil em um conflito militar. A intenção é criar um estado maior para comandar as três Forças Armadas em caso de combate. Segundo o líder do PSB, a proposta quer dar mais força à visão civil na defesa do Brasil.
Fonte: Eduardo Bresciani (G1)
Segundo parlamentares, discussões com Suécia e EUA continuam.
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse nesta terça-feira (8) a líderes partidários na Câmara que o governo ainda não se decidiu se realmente vai comprar caças franceses para reforçar as Forças Armadas brasileiras. Jobim participou de uma reunião e um almoço com líderes partidários da Câmara. Nessa segunda-feira (7), os governos de Brasil e França fizeram um comunicado anunciando a abertura de negociações.
De acordo com o líder do PSB, Rodrigo Rollemberg (DF), a presença do presidente francês Nicolas Sarkozy no desfile militar de 7 de setembro pode ter pesado para o anúncio feito pelo Brasil. Segundo o deputado, Jobim disse aos deputados que as negociações para a compra de caças continuam também com Suécia e Estados Unidos.
“Segundo as palavras dele (Jobim), está tudo em aberto. A presença do presidente francês produziu este fato de abrir as negociações, mas a questão da transferência de tecnologia é que vai pesar muito na decisão final”, afirmou o líder do PSB.
A afirmação foi repetida pelo líder do PSC, Hugo Leal (RJ). “O que foi dito é que acordo só terá com transferência de tecnologia. Isso tudo ainda está em debate”.
O líder do PSOL, Ivan Valente (SP), acredita que a exigência de uma ampla transferência de tecnologia praticamente elimina os Estados Unidos da disputa. “A situação com os americanos está praticamente descartada porque foram impedidas vendas para outros países. Mas continua com a Suécia e parece ser um negócio mais fechado com os franceses”.
Valente destacou que o tema ainda está longe de poder ser fechado, visto que após a decisão oficial o acordo terá de ser ratificado pelo Congresso. “Tudo precisa passar por negociações ainda, incluindo o Congresso. Precisa estar tudo escrito”.
Negociações
Os presidentes da França, Nicolas Sarkozy, e Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, emitiram comunicado conjunto na segunda-feira (7), anunciando a intenção da parte do governo brasileiro de entrar em negociação para aquisição de 36 caças GIE Rafale. Os dois também assinaram acordos para o desenvolvimento compartilhado de submarinos e helicópteros.
O comunicado diz ainda que o presidente francês manifestou a intenção de seu país de adquirir 10 unidades da futura aeronave de transporte militar KC-390, que será produzida pela Embraer. Os franceses também pretendem contribuir com o desenvolvimento do programa desta aeronave.
Para convencer o Brasil, a França aceitou em sua oferta uma transferência tecnológica considerada sem precedentes por Paris e conta ainda que a relação especial entre os dois chefes de Estado leve o Brasil a optar pelo modelo francês. Até hoje, a fabricante Dassault não conseguiu vender para estrangeiros o caça Rafale, projeto iniciado em 1988, em operação na força aérea francesa desde 2006.
Plano de Defesa
Jobim apresentou aos líderes um plano de defesa nacional para os próximos 20 anos. Segundo os deputados, dentro de 10 dias deve ser enviado ao Congresso um projeto alterando a estrutura do Ministério da Defesa e das Forças Armadas.
Segundo Rollemberg, o projeto, entre outras ações, visa dar mais poder de “polícia” às Forças Armadas. “O Exército só tem esse poder em fronteira e se quer ampliar. A Marinha não tem e a Força Aérea quando detecta uma ação ilegal faz o avião descer mas não pode prender ninguém”.
Além disso, a proposta deve criar um novo organograma no caso de um futuro envolvimento do Brasil em um conflito militar. A intenção é criar um estado maior para comandar as três Forças Armadas em caso de combate. Segundo o líder do PSB, a proposta quer dar mais força à visão civil na defesa do Brasil.
Fonte: Eduardo Bresciani (G1)
Nenhum comentário:
Postar um comentário