domingo, 9 de agosto de 2009

Tráfego aéreo sobre o Hudson é intenso e não controlado, diz piloto

O leito do Rio Hudson é uma "rua de duas mãos" que não teria controle direto dos controladores de voo de Nova York, disse ao jornal New York Times Jim Peters, porta-voz da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos. Segundo pilotos que viajam em aviões pequenos nessa rota, a única comunicação entre dois aviões que trafegam na mesma rota são os rádios amadores instalados nos aviões.

Neste sábado, um avião de pequeno porte e um helicóptero se chocaram no ar sobre o rio Hudson, na cidade de Nova York. O prefeito da cidade, Michael Bloomberg, informou a morte de nove pessoas - cinco turistas italianos e um piloto que estavam no helicóptero e três pessoas que estavam no avião. Três corpos foram resgatados até o final da noite em Nova York. As buscas continuam nesta manhã de domingo.

"A conversa no corredor (do Rio Hudson) é jogo rápido. Dentro dele, há alguns protocolos básicos, como ligar o rádio na frequência comum de avisos de tráfego, identificar o seu veículo, anunciar a sua posição e a rota planejada", disse ao jornal Paul Dudley, que pilotou helicópteros na região por 20 anos e é diretor do aeroporto municipal de Linden, em Nova Jersey, uma base local para pilotos de helicópteros. "O trabalho de todo piloto é ver e evitar", completou.

Dudley afirmou ao New York Times que o acidente que causou a morte de nove pessoas deve ter ocorrido por causa do intenso tráfego aéreo na região. Para ele, o avião estava em alta velocidade atrás de um helicóptero mais lento, que deveria dar passagem se estava voando em baixa altitude. "Você não pode ver o que está atrás de você quando dirige um helicóptero", disse Dudley.

Há um debate sobre a regulação do corredor sobre o rio Hudson, assim como um espaço semelhante sobre o East River, do outro lado de Manhattan. Segundo o jornal, este corredor aéreo tem um fim estreito perto do aeroporto de La Guardia, forçando alguns aviões a fazer um complicado movimento de retorno.

O jornal afirma que a natureza "livre" dos corredores suscita o debate sobre se devem ser estabelecidos controles mais rígidos para restringir quem deve voar e em qual momento naquele espaço. Depois da morte do jogador de beisebol Corey Lidle, quando o avião que seu instrutor pilotava bateu em um prédio, em outubro de 2006, oficiais federais baniram todos os aeroplanos do East River, à exceção de hidroaviões e helicópteros. Tais veículos não podem trafegar no local sem a permissão específica de controladores de voo, diz o jornal.

Depois do acidente, as autoridades de Nova Jersey e Nova York voltaram a examinar as regras do tráfego aéreo sobre o rio Hudson.

Fonte: The New York Times via Terra

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