
"A Airbus precisa ser mais assertiva no que diz respeito aos boletins de manutenção. Quando deve ser mandatório (obrigatório) tem de sair com status de mandatório, e não desejável. Não adianta colocar tranca depois que a casa foi arrombada", diz Camacho.
O comandante citou dois casos que, para ele, deveriam ser obrigatórios para as companhias aéreas. O primeiro seria a instalação do software H2F3 nas aeronaves modelo A320. O programa dá um alarme sonoro e visual para o caso de erro de manuseio das manetes (alavancas que controlam a aceleração do avião). A posição errada do equipamento é uma das hipóteses das causas do acidente com o Airbus da TAM. Cento e noventa e nove pessoas morreram.
O segundo seria a substituição dos tubos pitot, sensores que medem a velocidade do avião e orientam os demais sistemas eletrônicos. A peça vem sendo substituída pelas companhias aéreas por recomendação da Airbus. Apesar disso, o A330 da Air France ainda voava com os antigos quando caiu no Atlântico, matando 228 pessoas. Erros de leitura nesses sensores são uma das causas investigadas no acidente.
Procurado pelo Terra no Rio de Janeiro, o consultor da Airbus no Brasil não foi localizado para comentar o assunto.
Lista verde
Camacho afirma que considera a aviação uma atividade de risco e que nem mesmo após os últimos acidentes deixaria de voar em um Airbus. Ele disse que, para viagens da família, não escolhe o fabricante, mas a companhia aérea.
Camacho defende uma "lista verde" das companhias (as que seriam seguras e recomendadas para voar) e, a pedido do Terra, preparou uma nominata com cinco aéreas brasileiras. "Hoje, as cinco verdes seriam a Gol, a Ocean Air, a WebJet, a Azul e a TAM, nesta ordem", afirmou.
Fonte: Fabiana Leal (Terra)
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