O Centro Internacional de Referência em Reúso de Água (Cirra) da Universidade de São Paulo está realizando um estudo para coleta e utilização de água pluvial no Aeroporto Internacional de São Paulo-Guarulhos. O aeroporto consome água proveniente de oito poços, mas alguns já apresentam sinais de perdas. "A idéia é coletar água de chuva do telhado e da pista e submetê-la, juntamente com o esgoto, a um tratamento e obter água que possa ser usada para lavagem de aeronaves e da pista, para irrigação de área verde, em torre de resfriamento e até mesmo no processo de construção do terceiro terminal do aeroporto", diz o fundador do centro, professor Ivanildo Hespanhol.
O estudo do Cirra faz parte do plano ambiental da Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero), responsável pela administração de 67 aeroportos espalhados pelo País. Quem pensa que escassez de água é um tema para o futuro está enganado. Pesquisas mostram que a capacidade de reposição dos lençóis freáticos é lenta em relação à elevada demanda. Hoje, indústria, condomínios residenciais, shoppings, supermercados usam água proveniente de poços artesianos.
Demanda - Para se ter idéia da demanda por água no aeroporto, basta dizer que, em 2008, passaram pelos dois terminais de Guarulhos cerca de 20 milhões de passageiros. Com a conclusão do terceiro terminal, prevista para 2012, esse número chegará em torno de 32 milhões de pessoas. "É preciso investir em reúso. Se esses números já são elevados, imagine o desafio no futuro próximo do Aeroporto de Viracopos, em Campinas, que terá de ter água para atender algo em torno de 50 milhões de pessoas por ano", diz Hespanhol.
Para a indústria, a questão da água é fundamental. "A transferência do custo para um produto pode torná-lo inviável", afirma Hespanhol. De acordo com o professor, a indústria brasileira está muito mais permeável a ações de gestão ambiental. "Grande quantidade de empresas está direcionando investimentos para trabalhar a sua imagem ambiental." O Cirra vem desenvolvendo ações para instituições como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e empresas de setores diversos como Vale do Rio Doce e Toyota.
"No caso da montadora, realizamos um estudo para conservação de água e demos treinamento de uma semana para os engenheiros da empresa em Indaiatuba. Realizamos um trabalho para uma metalúrgica que permitiu reduzir em 87,5% o consumo de água. Outro estudo, para uma indústria com 20 mil metros quadrados de telhado, demonstra que o investimento no sistema será pago em 18 meses", afirma o dirigente.
Para Hespanhol, há ainda dois obstáculos para o pleno incremento de ações de reúso de água no País: vontade política e falta de um arcabouço legal que aborde questões como quem fará o controle, o licenciamento etc.
Ações do centro - Hespanhol explica que o Centro Internacional de Referência em Reúso de Água atua nas áreas de ensino, pesquisa e extensão. A sua manutenção provém dos recursos obtidos pelos trabalhos desenvolvidos para os diversos setores da sociedade. Na área de ensino, profissionais são treinados em técnicas de reaproveitamento de água. O segmento de pesquisa reúne estudantes que fazem doutorado e pós-doutorado. No que se refere à extensão, por meio de parcerias, são franqueados estudos para ministérios, secretarias e Agência Nacional de Águas.
O custo de desenvolvimento de um estudo, que inclui pré-avaliação de custo, varia de R$ 20 mil a R$ 80 mil. "Tudo depende do tipo de projeto e do que se pretende. O custo maior se refere a programas mais complexos que implicam montagem de um piloto aqui no centro", diz Hespanhol.
Fonte: DiárioNet via Terra - Foto: Bruno Dantas
O estudo do Cirra faz parte do plano ambiental da Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero), responsável pela administração de 67 aeroportos espalhados pelo País. Quem pensa que escassez de água é um tema para o futuro está enganado. Pesquisas mostram que a capacidade de reposição dos lençóis freáticos é lenta em relação à elevada demanda. Hoje, indústria, condomínios residenciais, shoppings, supermercados usam água proveniente de poços artesianos.
Demanda - Para se ter idéia da demanda por água no aeroporto, basta dizer que, em 2008, passaram pelos dois terminais de Guarulhos cerca de 20 milhões de passageiros. Com a conclusão do terceiro terminal, prevista para 2012, esse número chegará em torno de 32 milhões de pessoas. "É preciso investir em reúso. Se esses números já são elevados, imagine o desafio no futuro próximo do Aeroporto de Viracopos, em Campinas, que terá de ter água para atender algo em torno de 50 milhões de pessoas por ano", diz Hespanhol.
Para a indústria, a questão da água é fundamental. "A transferência do custo para um produto pode torná-lo inviável", afirma Hespanhol. De acordo com o professor, a indústria brasileira está muito mais permeável a ações de gestão ambiental. "Grande quantidade de empresas está direcionando investimentos para trabalhar a sua imagem ambiental." O Cirra vem desenvolvendo ações para instituições como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e empresas de setores diversos como Vale do Rio Doce e Toyota.
"No caso da montadora, realizamos um estudo para conservação de água e demos treinamento de uma semana para os engenheiros da empresa em Indaiatuba. Realizamos um trabalho para uma metalúrgica que permitiu reduzir em 87,5% o consumo de água. Outro estudo, para uma indústria com 20 mil metros quadrados de telhado, demonstra que o investimento no sistema será pago em 18 meses", afirma o dirigente.
Para Hespanhol, há ainda dois obstáculos para o pleno incremento de ações de reúso de água no País: vontade política e falta de um arcabouço legal que aborde questões como quem fará o controle, o licenciamento etc.
Ações do centro - Hespanhol explica que o Centro Internacional de Referência em Reúso de Água atua nas áreas de ensino, pesquisa e extensão. A sua manutenção provém dos recursos obtidos pelos trabalhos desenvolvidos para os diversos setores da sociedade. Na área de ensino, profissionais são treinados em técnicas de reaproveitamento de água. O segmento de pesquisa reúne estudantes que fazem doutorado e pós-doutorado. No que se refere à extensão, por meio de parcerias, são franqueados estudos para ministérios, secretarias e Agência Nacional de Águas.
O custo de desenvolvimento de um estudo, que inclui pré-avaliação de custo, varia de R$ 20 mil a R$ 80 mil. "Tudo depende do tipo de projeto e do que se pretende. O custo maior se refere a programas mais complexos que implicam montagem de um piloto aqui no centro", diz Hespanhol.
Fonte: DiárioNet via Terra - Foto: Bruno Dantas
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