No aeroporto de Vitória, no Espírito Santo, em 17 de março, ocorreu o mais inusual caso entre os registrados pela Infraero recentemente. Indignado, e alegando que a mulher estaria fugindo com o filho, um homem invadiu a pista e atirou um capacete na aeronave, que seguia para Campinas em São Paulo. Detido pela Polícia Federal, o homem descobriu que a esposa havia embarcado num voo anterior.
A presença de pássaros nos arredores dos aeroportos não é novidade, apesar de ser um problema sério. E a ocorrência de incidentes e colisões com esses animais também já são de conhecimento público. Mas a colisão com uma raposa no momento do pouso é fato raro. A pista ficou interditada por meia hora até a retirada dos restos do animal da pista. O episódio também ocorreu em Vitória, no Espírito Santo.
Em todos os casos, a Infraero é acionada e adota as providências devidas. Mas nem sempre as soluções estão a seu alcance. Por causa de uma forte chuva, um avião ficou longo tempo parado em solo, no Aeroporto Viracopos, em Campinas, São Paulo. Os passageiros aguardaram dentro da aeronave, e houve tumulto. Agentes da Polícia Federal foram chamados para conter a confusão, e os passageiros acabaram indo de ônibus para São Paulo, destino final do voo.
Um tipo de ocorrência comum é a ausência de policiais federais na revista dos passageiros, na sala de embarque. No aeroporto de Porto Alegre, no dia 15 de março, 26 passageiros deixaram de ser inspecionados e acabaram sendo liberados via telefone pela autoridade responsável. Neste mesmo aeroporto, o problema se repetiu, e passageiros com marcapasso e cadeirantes esperaram por longo tempo. Acabaram sendo liberados sem passar pela inspeção.
A natureza dessas ocorrências é muito diversa. Uma manifestação de funcionários que prestam serviço terceirizado para uma empresa de aviação americana, em Guarulhos, invadiu a área do check-in e atrasou esse serviço durante uma hora. Além da equipe da Infraero, policiais militares foram chamados para ajudar a conter o protesto, que "terminou de maneira pacífica e sem causar maiores transtornos", conforme o relatório da Infraero.
Outro tipo de registro frequente é algum problema de saúde grave com passageiro, seja em pleno voo ou na fila de check-in. Em alguns casos, ocorreram óbitos. No dia 26 de março, em Brasília, um homem de 59 anos teve um mal súbito quando era atendido no balcão de vendas de passagem de uma empresa aérea. Ele foi atendido no aeroporto e encaminhado ao Hospital das Forças Armadas, onde morreu.
Esse é um drama que atinge também os turistas estrangeiros. Em 15 de março, uma aeronave que fazia um voo de Buenos Aires para Paris teve que fazer um pouso de emergência em Salvador. Havia uma passageira de 70 anos com suspeita de infarto. A equipe médica já estava à espera. A mulher, que estava desacompanhada, recuperou-se e reembarcou no mesmo voo, quatro horas depois, às 2h da madrugada.
Em Brasília, ocorreu um problema na operação do "ambulift", a plataforma de acesso de portadores de deficiência às aeronaves. Houve demora no desembarque de um dirigente da Associação dos Atletas Paraolímpicos, num voo que tinha chegado de Recife.
Num voo de Guarulhos para Londrina (PR), em 13 de março, uma comissária sofreu ferimentos na cabeça após forte turbulência e precisou ser atendida num hospital da cidade. No Aeroporto do Galeão, uma menina de 6 anos prendeu o braço numa pilastra, no momento que utilizava a escada rolante. Teve uma fratura no pulso direito.
Há descrição de problemas de manutenção em aeronaves, o que provoca alguns incidentes. São problemas no freio, na parte elétrica, falhas de comunicação e defeitos no trem de pouso. No dia 15 de março, uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) teve o pneu dianteiro estourado ao pousar no aeroporto de Boa Vista, em Roraima. A pista foi interditada por alguns minutos. Ocorrem também problemas no tráfego de aeronaves nas pistas. Às vezes, por falta de tratores disponíveis para realizar a operação de remoção.
Fonte: Evandro Éboli (O Globo)