quinta-feira, 10 de julho de 2025

Dois indígenas morrem em queda de helicóptero na Terra Yanomami

Uma das vítimas era um paciente idoso que seria removido para Boa Vista; o outro o acompanhava. Piloto, auxiliar e técnico em enfermagem que estavam no helicóptero foram resgatados pela FAB.

Helicóptero pegou fogo após cair, na Terra Yanomami (Foto: Reprodução)
Dois indígenas morreram em uma queda do helicóptero Helibras AS350 Esquilo B2, prefixo PP-IVO, da Voare Táxi Aéreo Ltda., na tarde dessa segunda-feira (7), em Roraima. A informação foi divulgada pelo empresário Renildo Lima, dono da Voare, empresa privada de táxi aéreo que presta serviço ao Ministério da Saúde. Ao todo, cinco pessoas estavam a bordo - três sobreviveram. Uma criança de 9 anos, que estava fora da aeronave, também ficou ferida.

O g1 apurou que um dos indígenas era um idoso que estava doente e seria removido da comunidade Arathau para Boa Vista, enquanto o outro o acompanhava. O helicóptero caiu logo após a decolagem e pegou fogo. Um indígena da comunidade em que as duas vítimas moravam viu o acidente e caminhou por três horas em busca de ajuda.


Estavam no helicóptero o piloto, um funcionário de apoio da Voare, um técnico em enfermagem do Ministério da Saúde e os dois indígenas que morreram.

"Dos cinco ocupantes a bordo, foram identificadas duas vítimas fatais, ambas indígenas, e três sobreviventes – um servidor da SESAI [Secretaria Especial de Saúde Indígena] e dois tripulantes da empresa – que apresentavam apenas escoriações leves", divulgou a Voare, em nota.

Sobreviventes pularam


A queda do helicóptero aconteceu logo após a decolagem. O g1 apurou que a equipe de saúde faria duas viagens: a primeira com os idosos e, depois, retornaria para buscar crianças e jovens da comunidade que também estavam doentes. No entanto, a aeronave caiu pouco depois de sair do solo. Como ainda estava voando baixo, os três sobreviventes conseguiram pular.

A queda ocorreu por volta das 16h30, segundo a Voare. Equipes da Força Aérea Brasileira chegaram ao local por volta das 8h58 desta terça-feira (8). Lá, encontraram os dois mortos, os três sobreviventes e a criança que se feriu fora da aeronave.

Inicialmente, eles foram levados ao posto de Surucucu, onde recebem atendimento médico. Depois, foram transferidos para Boa Vista.

O Ministério da Saúde não informou qual era a doença que motivou a remoção dos indígenas na região

Em nota a FAB informou que o acidente é investigado pelo Sétimo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA VII), que foi até o local para fazer a verificação "inicial dos danos causados à aeronave ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações necessárias à investigação."

O Ministério da Saúde informou que "acompanha os desdobramentos do resgate e está dando apoio aos familiares."

Infográfico mostra local da queda do helicóptero que matou dois indígenas (Arte g1)
A conclusão dessa investigação ocorrerá no menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade da ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os possíveis fatores contribuintes", destacou.

O helicóptero era um Esquilo B2, prefixo PP-IVO e ficou completamente destruído após a queda. Ao g1, Renildo Lima informou que na hora da queda o piloto ainda conseguiu desviar para não cair em cima da comunidade Arathau, mas caiu na floresta.

Segundo registro aeronáutico do helicóptero, ele foi fabricado em 2008 e transferido para propriedade da empresa em 2022.

Piloto desviou de comunidade, diz Voare


A Voare informou que vai registrar um boletim de ocorrência na Polícia Civil para que os corpos passem por perícia. "A aeronave teve uma pane na decolagem e caiu", disse Renildo.

"Realmente eram cinco pessoas e infelizmente duas morreram [dois indígenas]. O resto das pessoas já foram resgatadas pela FAB e estão em Surucucu recebendo atendimento", disse Renildo Lima ao g1.

O acidente foi numa comunidade na região do Parima, quando o helicóptero fazia a remoção de um paciente. "A tragédia não foi maior porque o comandante [piloto] conseguiu tirar e desviou a aldeia", detalhou o empresário.

De acordo com o empresário, um adolescente indígena, de 14 anos, viu o acidente acontecer e correu para buscar ajuda. A região é de difícil.

"Ele caminhou por mais de três horas mata adentro até chegar no posto do Parima, onde falou sobre o acidente", afirmou.

Ainda na noite dessa segunda uma aeronave da FAB tentou chegar ao local do acidente, mas em razão das condições meteorológicas, não concluiu a operação. As equipes retornaram na manhã desta terça-feira (8) e resgataram os sobreviventes.

Helicóptero que caiu na Terra Yanomami, do modelo Esquilo B2, prefixo PP-IVO (Foto: Reprodução)
Via g1 RR, UOL e ASN

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