Aeroclube firmou termo de ajustamento de conduta com o Ministério Público do Trabalho em 2022, e Anac já chegou a interditar temporariamente duas aeronaves do local por manutenções fora das regras
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| Destroços de avião em Itanhaém, no litoral de São Paulo (Foto: Divulgação/Defesa Civil) |
Em 2022, o aeroclube firmou um termo de ajustamento de conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho de São Paulo (MPT-SP) se comprometendo a melhorar as condições de trabalho para seus funcionários. Em 2023, o inquérito civil do MPT foi arquivado porque o órgão verificou que a empresa estava cumprindo suas obrigações. A reportagem pediu um posicionamento para o aeroclube, mas não obteve resposta.
Segundo o GLOBO apurou, os relatos de irregularidades trabalhistas no local começaram a chegar ao sindicato entre 2019 e 2020, e a entidade acionou o MPT, relatando que o aeroclube estaria obrigando seus instrutores de voo a cumprir jornadas de trabalho de 12 ou 13 horas, e horas de voo que excedem o previsto na legislação.
Além disso, a empresa não estaria concedendo o mínimo de folgas mensais previsto em lei. Outra alegação é que as normas de manuseio de combustível estariam sendo desrespeitadas, gerando riscos aos aeronautas, e que as manutenções mecânicas estariam sendo feitas por profissional que não era credenciado na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) — a agência também foi notificada pelo sindicato em 2021.
Após notificada, a Anac fez inspeções no aeroclube e verificou que as manutenções não estavam sendo devidamente registradas nas cadernetas de algumas aeronaves e que não havia “controle efetivo das peças de reposição e cuidados com materiais inflamáveis”. Por conta disso, a Anac chegou a interditar temporariamente duas aeronaves do local.
Em março, o relatório do fiscal destacou que na fiscalização feita em 29 de março de 2022 "ficou constatado diversas irregularidades nas aeronaves e instalações do Aeroclube" e que "entre as não conformidades chama a atenção a falta de registro de manutenção, o que pode caracterizar um erro sistemático na organização".
O avião que caiu neste domingo é do modelo Cessna 150J e tem como proprietário Jefferson dos Santos Morales, dono do Aeroclube Itanhaém, que é um Centro de Instrução de Aviação Civil (CIAC) reconhecido pela Anac. A aeronave saiu do aeroclube por volta das 17h16 para realizar um voo de instrução, mas às 17h42 foi emitido um alerta de segurança. A queda ocorreu na Rua Mogi das Cruzes, próximo à Praia de Gaivota, na Aldeia Indígena Awa Porungawa Dju, região localizada na divisa com Peruíbe. A ocorrência foi registrada às 17h55, segundo a Defesa Civil de São Paulo.
Via Hyndara Freitas (O Globo)
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