sábado, 2 de dezembro de 2023

FAA implementa política de certificação de aeronaves mais rigorosa após acidentes do Boeing 737 MAX


A Administração Federal de Aviação (FAA) anunciou a adoção de uma nova política de certificação de aeronaves, designando as principais alterações no controle de voo como “grandes”. Esta mudança de política surge em resposta ao sistema de controlo de voo implicado nos acidentes fatais do Boeing 737 MAX em 2018 e 2019, que provocaram 346 vítimas.

No final de 2020, o Congresso promulgou uma legislação abrangente destinada a reformar o processo de certificação de aviões da FAA. As reformas incluem a divulgação obrigatória pelo fabricante de informações críticas de segurança relacionadas aos sistemas que manipulam os controles de voo sem intervenção direta do piloto. A FAA, em conjunto com estas alterações, está a emitir orientações adicionais aos fabricantes de aviões para aumentar a segurança no processo de certificação.

A ação da FAA segue revelações de que a Boeing não divulgou detalhes vitais sobre o sistema de aumento de características de manobra (MCAS), um sistema de segurança conectado aos dois trágicos acidentes. O MCAS foi projetado para atender à tendência de aumento do MAX. A Boeing declarou seu compromisso com a colaboração transparente com a FAA para atender aos requisitos de certificação, enquanto a Airbus se absteve de comentar imediatamente.

Um relatório da Câmara dos Representantes dos EUA criticou a Boeing por não classificar o MCAS como um sistema crítico para a segurança, levando potencialmente a uma supervisão insuficiente da FAA. O relatório também destacou a falha da FAA em supervisionar a certificação da aeronave pela Boeing.

As consequências dos acidentes acarretaram custos substanciais para a Boeing, ultrapassando os 20 mil milhões de dólares em indemnizações, despesas de produção e multas, resultando numa suspensão de 20 meses do seu avião mais vendido. A FAA está atualmente avaliando a certificação de duas variantes adicionais do MAX, o menor MAX 7 e o maior MAX 10.

Em julho, a FAA anunciou a sua intenção de estabelecer marcos durante a certificação para avaliar se as alterações no projeto dos sistemas dos aviões deveriam ser consideradas novas ou incomuns, necessitando de um exame minucioso adicional. No ano passado, a FAA concedeu à Boeing uma extensão do programa de conformidade regulamentar, embora mais curta do que o solicitado, para garantir a implementação das melhorias necessárias. A Boeing continua sob escrutínio enquanto a indústria da aviação busca aprimorar os protocolos de segurança.

Com informações de avitrader.com

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