Grupo disputa o torneio, que consiste na fabricação do zero de aviões, a partir desta sexta-feira. Evento segue até domingo.
Equipe Urubus AeroDesign em 2022 (Foto: Guilherme Chiang) |
Uma equipe de estudantes da Unicamp, em Campinas (SP), participa de uma competição mundial de AeroDesign a partir desta sexta-feira (10), em Lakeland, no estado norte-americano da Flórida. O grupo conquistou a vaga no torneio durante o ano passado.
Mas o que é a modalidade que levou a equipe, chamada de "Urubus AeroDesign", aos Estados Unidos? O g1 conversou com o integrante do setor de Cargas e Aeroelasticidade, Administração e Marketing do grupo, Pedro Henrique, para entender melhor como funciona a atividade e a competição, que segue até domingo (12). Veja abaixo:
Projetado do zero
Aeronave da Urubus AeroDesign (Foto: Guilherme Chiang) |
Projetos de AeroDesign são desenvolvidos para uma demanda específica com requisitos bem definidos, que são geralmente, os regulamentos de cada competição. São aeronaves rádio controladas construídas com propósitos específicos.
“Nós temos um objetivo na competição. Geralmente, projetamos o avião com essas limitações, esses desafios do regulamento, que leve a maior carga paga possível. O avião tem que ser leve, e levar uma carga nele que, quanto maior a carga, maior a pontuação. Além disso, o avião tem que decolar em um limite de pista, que também tem um obstáculo, e ele não pode bater nesse obstáculo, e então realizar um voo, fazendo um percurso quase que oval, e pousar no mesmo limite de pista, sem quebrar nada. Tem que voltar inteiro o avião", explicou.
Equipe trabalhando no projeto da aeronave em 2022 (Foto: Guilherme Chiang) |
A Urubus AeroDesign, como é chamada, conquistou a vaga na disputa mundial em 2022, mesmo após ter enfrentado dificuldades durante a pandemia.
“Foi difícil porque eu acho até que a oficina já teve mais membros por conta da pandemia, que complicou em vários aspectos; e mesmo com essas dificuldades de construção, a gente foi aprendendo bastante e deu certo no final, porque chegou na competição nacional, Brasil Aerodesign e conseguimos o vice campeonato, e com isso ganhamos a vaga para o mundial em Lakeland, na Flórida.”, disse Pedro.
Como é a competição?
É a quarta vez da Urubus AeroDesign no mundial. O grupo ousou e construiu um avião com envergadura de 5,5 metros, para tentar obter melhor colocação. "A pontuação também depende disso, quanto mais próximo você chegar do limite, maior fica a pontuação”, pontuou.
O objetivo é levar dez integrantes da equipe, mas a preocupação é conseguir dar conta de todos os gastos para chegar até a Flórida, além de levar o próprio avião.
Parte da equipe durante competição em 2022 (Foto: Guilherme Chiang) |
"Só esse pessoal já seria um gasto de R$ 93 mil, então é um gasto muito alto com passagem, hospedagem, transporte, alimentação além do transporte do avião em si.”, afirmou.
A pontuação da competição e o que define o vencedor é uma junção de diversos fatores. “A maior parte da pontuação mesmo vai pela carga paga do avião, mas também não é só isso. A acuracidade do peso vazio também é um fator de pontuação. Além do relatório que a gente manda do avião, e a apresentação oral, que é basicamente como se a gente quisesse vender o nosso avião. É mostrar para os juízes que o nosso avião é confiável, e que ele leva o peso necessário. É fazer uma apresentação do nosso avião mesmo e eles definem qual é o melhor", lembrou.
A equipe
Preparativos para competição em 2022 (Foto: Guilherme Chiang) |
A Urubus Aerodesign é formada apenas por alunos, de diversos cursos de graduação da Unicamp, em sua maioria engenharias, sob orientação do professor William Roberto Wolf. A equipe trabalha em seus projetos por meio da divisão de áreas, são elas: Aerodinâmica (que começa o projeto), Estabilidade, Desempenho, Estruturas, Cargas e Elétrico, que são áreas de conceito da aeronave; além da área de Administração e Marketing.
“Minha experiência dentro da Arubus, é uma coisa totalmente de aprendizados completamente diferentes da graduação. O que eu aprendo na Urubus eu não aprenderia nunca nas aulas do curso que eu faço, porque são coisas fora do sentido teórico mesmo, completamente mão na massa, experimental. Fora a questão da engenharia, tem a questão social, de fazer amigos. Eu sempre fui uma pessoa muito introvertida, e entrar em uma equipe assim, com várias pessoas acolhedoras, abriu muitas portas para mim, no sentido de perder vários medos.”, finalizou.
Via Larissa Pereira ( g1 Campinas e Região) sob a supervisão de Marcello Carvalho
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