Na segunda-feira, 1º de agosto, um foguete decolou no meio da noite do cosmódromo de Plesetsk, no norte da Rússia.
Sua missão, colocar em órbita o satélite militar Kosmos-2558. Se seu papel preciso for mantido em segredo, é muito provável que seja um satélite espião: seus sensores não estão voltados para a Terra, mas para outra espaçonave.
A melhor pista para o propósito deste misterioso lançamento de satélite é outro satélite ainda mais misterioso. O USA-326, que foi lançado a bordo de um foguete SpaceX Falcon 9 em 2 de fevereiro, é um modelo novo e ainda sabemos pouco sobre ele.
Este novo satélite de reconhecimento de alta tecnologia despertou a curiosidade dos oficiais de contra-inteligência russos. O Kosmos-2558 decolou assim no exato momento em que o USA-326 passava sobre o cosmódromo de Plesetsk, e deve ser colocado em uma órbita quase idêntica à do americano para cumprir seu papel de 'inspetor'.
“As duas órbitas são extremamente próximas, a única diferença são algumas dezenas de quilômetros de altitude orbital”, explica Marco Langbroek, especialista em satélites espiões, ao Gizmodo. o Kosmos-2558 está, portanto, perto o suficiente para obter algumas fotos interessantes do recém-chegado americano. “Assumimos que [o satélite russo] tem sensores otimizados que lhe permitem observar outros satélites, ao contrário dos habituais satélites de observação, equipados para captar imagens do solo”, especifica Marco Langbroek.
Enquanto a máquina inimiga permanecer a uma distância suficiente para que não haja risco de colisão, essa perseguição não é absolutamente ilegal. Os Estados Unidos já se surpreenderam com essa prática quando, em 2017, o satélite militar USA-276 se aproximou a meros 6 quilômetros da Estação Espacial Internacional.
Mais recentemente, em 2020, outra sonda Kosmos foi enfiar o nariz eletrônico nos assuntos de um satélite espião dos EUA. Esses dois, definitivamente, não se abandonam.
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