quinta-feira, 14 de julho de 2022

Avião solar não tripulado bate recorde e voa 26 dias sem pousar ou reabastecer

Projeto Zephyr, da Airbus, superou a própria marca, estabelecida em 2018, e seguia em voo após 26 dias, porém fabricante não dá detalhes sobre conclusão dos testes.


A aeronave não tripulada Zephyr, projeto da Airbus movido a energia solar, bateu novo recorde de autonomia de voo esta semana, ficando 26 dias seguidos no ar sem a necessidade de pouso ou reabastecimento. A marca estabelece um novo momento das UAV (Unmanned Aerial Vehicles) e reforça a dominância da fabricante no setor, uma vez que o avião bateu seu próprio melhor tempo, em recorde estabelecido em 2018.

A viagem do Zephyr se estendeu do estado do Arizona, nos Estados Unidos, a Belize, na América Central, em jornada de ida e volta sem interrupções. A vocação da aeronave é principalmente militar e estratégica, de voos de reconhecimento com habilidade de fazer imagens assim como satélites, e ainda auxiliar em resgates após acidentes aéreos, relata a BBC.

Para tornar o experimento possível, o Zephyr voa em altitude superior à dos voos comerciais, evitando as rotas utilizadas bem como as intempéries.

Apesar de estar a milhares de quilômetros de distância, o Zephyr S pode ser controlado de qualquer lugar do mundo
A marca anterior de autonomia da aeronave era de apenas três minutos a menos (25 dias, 23 horas e 57 minutos), contudo, segundo a rede britânica de notícias, no momento da divulgação do novo recorde o avião seguia em voo, porém a Airbus não quis dar detalhes sobre os aprimoramentos do voo do Zephyr.

A aeronave possui baterias a bordo que reservam energia para mantê-la no ar durante a noite, sem precisar parar para reabastecer. Especialistas ouvidos pela BBC destacaram a capacidade do avião não-tripulado de viajar longas distâncias com segurança e previsibilidade.

O Zephyr consegue se manter estático, como um helicóptero, podendo ser usado para vigilância, transmitindo imagens de um mesmo lugar em momentos diferentes. Sua vantagem em relação aos satélites seria que ele retorna à base, enquanto os equipamentos lançados na órbita terrestre tendem a permanecer lá indefinidamente, sem a mesma facilidade para upgrades e atualizações de tecnologia, além de reparos.

Os operadores da missão usaram a trajetória de voo da aeronave para soletrar as iniciais de "Reino Unido" (“UK”), juntamente com um desenho simplificado das pedras de Stonehenge, na Inglaterra.


Por Marco Britto, para o Um Só Planeta - Fotos: Divulgação/Airbus

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