Em fins de fevereiro, quando a Guerra Russo-Ucraniana ainda dava seus primeiros passos, o Antonov An-225 Mriya, até então o maior avião do mundo e pertencente à Ucrânia, foi destruído pelas tropas russas. Para entender como se deu a destruição do histórico Antonov, o estudante de engenharia aeroespacial e fotógrafo alemão Simeon Schmauss montou um incrível modelo 3D para entender as dimensões do estrago: como o exército de Vladimir Putin atingiu o avião, como ele foi explodido e o que resta dele. A renderização está disponível no perfil do estudante no Twitter.
Schmauss restituiu os últimos momentos do Antonov por meio de uma técnica conhecida como fotogrametria, bastante utilizada por cientistas para extrair informações métricas e dimensionais de objetos a partir de imagens — o Google Earth faz uso da tecnologia, por exemplo.
Photogrammetric 3D model of Antonov An-225 "Mriya", the world's largest plane. She was destroyed in February during the early days of the 2022 Russian invasion of Ukraine.#Ukraine @AntonovCompany #Mriya
— Simeon Schmauß (@stim3on) May 22, 2022
Interactive version: https://t.co/oz6eBZb0r4 pic.twitter.com/2MR7Bkpnki
De acordo com o estudante, para o modelo 3D, foram utilizadas imagens do Antonov capturadas por um drone em abril. Elas foram corrigidas no Blender, um software de texturização e modelagem, mas há algumas geometrias imprecisas na renderização, segundo o fotógrafo, porque há lugares onde a resolução das imagens era muito baixa. Ainda assim, o trabalho não deixa de ser notável, não apenas pelo detalhamento na fuselagem da aeronave como na destruição.
Duas renderizações em 3D do Antonov foram feitas: uma mostrando o avião e o hangar em que ele estava estacionado, e outra apenas o veículo. A modelagem foi realizada no software de escaneamento e modelagem 3D Capturing Reality.
Ucrânia quer reconstruir o clássico avião
Finalizado em 1988, o Antonov An-225 Mriya era um dos últimos grandes legados da engenharia soviética aos seus países sucessores. O colossal avião, com 84 metros de comprimento e 88 metros de envergadura, contava com seis turbinas D-18T que lhe permitiam decolar com até 250 toneladas de carga. Isso porque inicialmente o cargueiro havia sido construído com a intenção de transportar ônibus espaciais — no caso, o Buran, a primeira nave reutilizável da União Soviética.
Com a queda da Cortina de Ferro no início dos anos 1990, o Mriya foi reconfigurado para se tornar um cargueiro, funcionando desta forma até sua destruição, no início da guerra.
Em março, a Antonov lançou um apelo para a reconstrução da aeronave, pedindo a chefes de estado e até fãs e entusiastas da avião que contribuíssem para o projeto. Ainda não há, porém, uma estimativa de quanto é necessário para trazer o histórico avião de volta — nem previsão de início nas obras, já que a guerra parece ainda não ter prognóstico de término. Na última sexta-feira (20), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou suas intenções de reconstruir a nave como um tributo aos pilotos do país que foram mortos no conflito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário