Voo inaugural da nova aérea nacional deixou mais perguntas do que respostas. Sidnei Piva, presidente da empresa, fez mais promessas.
O voo inaugural da ITA Transportes Aéreos, nova companhia aérea nacional e braço do Grupo Itapemirim, foi feito na última terça-feira (29). Convidados, imprensa e funcionários da empresa viajaram de São Paulo-Guarulhos a Brasília à bordo de um Airbus 320 pintado de amarelo.
A empresa ainda não mudou o layout interno de suas aeronaves, para além de instalar cadeiras mais finas com estofamento de couro. Não há opções de entretenimento individual ou disponibilidade de internet a bordo. Segundo Sidnei Piva, presidente da empresa, o entretenimento nos aviões da marca pode vir até em formato analógico.
“Queremos dar espaço para que artistas como o Diogo Portugal (que fez show no voo inaugural) mostrem o seu trabalho durante os voos. Mas, é claro, a prática ocorrerá apenas em alguns deslocamentos e os passageiros serão avisados com antecedência”, afirma.
Por conta de protocolos sanitários estabelecidos pela Anvisa no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, a companhia não realizou serviço de bordo durante o deslocamento. A qualidade deste tipo de serviço havia sido anunciada pela ITA como um dos grandes trunfos para se diferenciar das concorrentes.
Piva afirma, no entanto, que a empresa está trabalhando possibilidades para entregar o conforto prometido aos clientes até que a situação se normalize. “Não precisa ser dentro do avião ou no dia do voo. Vamos desconstruir algumas práticas da indústria para entregar mais ao cliente.”
O executivo diz ainda que, em termos de mercado, a qualidade das refeições que a ITA vai oferecer se compara “à Varig ou à Emirates”. A empresa serviu, durante evento em Brasília, refeições que, segundo Piva, devem ser oferecidas durante os voos da empresa.
Aeronaves
Das primeiras 50 aeronaves da companhia, 40 serão A320 e outras 10 serão A319, todos comprados em segunda mão. No dia do lançamento, no entanto, só havia duas disponíveis. Justamente por isso, a companhia adiou o início de sua operação comercial em um dia, para 1 de julho, e readequou suas rotas. Alguns voos foram cancelados.
“Fizemos ajuste da malha para otimizar a operação. Algumas rotas estavam com demanda abaixo do esperado por conta da pandemia, então cancelamos voos com antecedência para que o passageiro não fosse surpreendido no aeroporto. Devemos ter as 5 primeiras aeronaves disponíveis entre 12 e 15 de julho”, diz Adalberto Bogsan, CEO da ITA Transportes Aéreos
A companhia realizará, de início, rotas entre oito cidades, com destaque para Rio, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília.
Mais novidades
Em entrevista coletiva, Piva admitiu que esperava um abrandamento da pandemia do novo coronavírus em março desse ano, o que acabou prejudicando os planos iniciais da empresa. Reiterou, mesmo assim, que o objetivo da ITA é se diferenciar das concorrentes e focar seus esforços no conforto do consumidor.
Fez ainda (mais) uma promessa: “vamos revolucionar o mercado de milhagem.” Sem dar grandes detalhes, disse que a empresa lançará, ainda esse ano, um programa para que os clientes tenham participação mais direta nos lucros da empresa. Pela descrição do executivo, a empreitada pode ser algo semelhante a um sistema de cashback.
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