sábado, 3 de julho de 2021

Por dentro do avião (e do 1º voo) da ITA, nova aérea brasileira

Voo inaugural da nova aérea nacional deixou mais perguntas do que respostas. Sidnei Piva, presidente da empresa, fez mais promessas.


O voo inaugural da ITA Transportes Aéreos, nova companhia aérea nacional e braço do Grupo Itapemirim, foi feito na última terça-feira (29). Convidados, imprensa e funcionários da empresa viajaram de São Paulo-Guarulhos a Brasília à bordo de um Airbus 320 pintado de amarelo.


Dentro do avião, são 162 assentos (não reclináveis) ocupando um espaço que normalmente conta com 180 poltronas. Há 8 entradas USB em cada uma das 27 filas. O espaço é suficiente para que uma pessoa de 1,75m (o repórter) se sente com uma mochila à frente dos pés.

A empresa ainda não mudou o layout interno de suas aeronaves, para além de instalar cadeiras mais finas com estofamento de couro. Não há opções de entretenimento individual ou disponibilidade de internet a bordo. Segundo Sidnei Piva, presidente da empresa, o entretenimento nos aviões da marca pode vir até em formato analógico.


“Queremos dar espaço para que artistas como o Diogo Portugal (que fez show no voo inaugural) mostrem o seu trabalho durante os voos. Mas, é claro, a prática ocorrerá apenas em alguns deslocamentos e os passageiros serão avisados com antecedência”, afirma.

Por conta de protocolos sanitários estabelecidos pela Anvisa no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, a companhia não realizou serviço de bordo durante o deslocamento. A qualidade deste tipo de serviço havia sido anunciada pela ITA como um dos grandes trunfos para se diferenciar das concorrentes.


Piva afirma, no entanto, que a empresa está trabalhando possibilidades para entregar o conforto prometido aos clientes até que a situação se normalize. “Não precisa ser dentro do avião ou no dia do voo. Vamos desconstruir algumas práticas da indústria para entregar mais ao cliente.”

O executivo diz ainda que, em termos de mercado, a qualidade das refeições que a ITA vai oferecer se compara “à Varig ou à Emirates”. A empresa serviu, durante evento em Brasília, refeições que, segundo Piva, devem ser oferecidas durante os voos da empresa.

Aeronaves


Das primeiras 50 aeronaves da companhia, 40 serão A320 e outras 10 serão A319, todos comprados em segunda mão. No dia do lançamento, no entanto, só havia duas disponíveis. Justamente por isso, a companhia adiou o início de sua operação comercial em um dia, para 1 de julho, e readequou suas rotas. Alguns voos foram cancelados.


“Fizemos ajuste da malha para otimizar a operação. Algumas rotas estavam com demanda abaixo do esperado por conta da pandemia, então cancelamos voos com antecedência para que o passageiro não fosse surpreendido no aeroporto. Devemos ter as 5 primeiras aeronaves disponíveis entre 12 e 15 de julho”, diz Adalberto Bogsan, CEO da ITA Transportes Aéreos

A companhia realizará, de início, rotas entre oito cidades, com destaque para Rio, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília.

Mais novidades


Em entrevista coletiva, Piva admitiu que esperava um abrandamento da pandemia do novo coronavírus em março desse ano, o que acabou prejudicando os planos iniciais da empresa. Reiterou, mesmo assim, que o objetivo da ITA é se diferenciar das concorrentes e focar seus esforços no conforto do consumidor.


Fez ainda (mais) uma promessa: “vamos revolucionar o mercado de milhagem.” Sem dar grandes detalhes, disse que a empresa lançará, ainda esse ano, um programa para que os clientes tenham participação mais direta nos lucros da empresa. Pela descrição do executivo, a empreitada pode ser algo semelhante a um sistema de cashback.

Por Matheus Prado, do CNN Brasil Business / Canal SBGR LIVE

Nenhum comentário: