Segundo gerente da Sinarte, populares teriam roubado peças e destroços.
Polícia Militar informou que há policiamento na região.
A área do acidente com um bimotor que deixou oito mortos neste sábado (28) em Juiz de Fora, na Região da Zona da Mata, em Minas Gerais, está sendo invadida, segundo informações da Sinarte, empresa que administra o aeroporto da cidade. O roubo de peças e destroços do avião e a falta de apoio de policiais para manter a área isolada preocupam o gerente do aeroporto. As peças retiradas por populares e curiosos podem prejudicar a investigação.
A Polícia Militar garantiu que há policiamento na região e que a segurança será feita até que o local seja liberado pela Aeronáutica. De acordo com a assessoria do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa), há uma preocupação dos investigadores em manter o cenário do acidente intacto no momento em que as informações importantes são levantadas. A forma como as peças caíram e o estado em que se encontram após o acidente pode informar evidências para os investigadores, por exemplo.
Ainda segundo informações do Cenipa, agentes do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa 3), responsáveis pelas investigações, estão em Juiz de Fora nesta terça-feira (31) para recolher os motores do avião. Estas peças podem ser úteis para averiguar se o bimotor apresentou falha mecânica no dia do acidente e para integrar o conjunto de informações que pode indicar os possíveis fatores que levaram ao acidente. O Cenipa informou que a caixa-preta encontrada no dia do acidente já chegou ao laboratório do órgão, em Brasília, onde vai passar por análise.
Desde o dia do acidente, a equipe vistoria o local para fotografar e retirar algumas das peças. Segundo a assessoria do centro de investigação, elas vão ser encaminhadas para o laboratório da Aeronáutica em Brasília, onde passarão por perícia. Para conseguir resgatar alguns objetos, como o motor da aeronave, foi preciso uma retroescavadeira e um guincho porque o terreno tem uma decida acentuada e há árvores no local.
Segundo o Cenipa, após os levantamentos iniciais e o recolhimento de algumas peças, os destroços voltam à responsabilidade dos proprietários da aeronave. O órgão informou, ainda, que os agentes já venceram esta primeira etapa que compõe as investigações. A segunda parte consta da leitura do gravador de voo e da caixa-preta, bem como da análise do motor e do levantamento da documentação do piloto e da entrevista de pessoas ligadas à empresa que o empregava. Este procedimento serviria para averiguar se algum fator psicológico pode ter prejudicado o andamento do voo.
Após estas etapas, os investigadores emitem um laudo com as possíveis causas do acidente e emitem também recomendações para evitar que outras aeronaves sofram acidentes. Ainda de acordo com o Cenipa, não há prazo para a emissão de laudo que aponte as causas do acidente.
As investigações da Policia Civil e da Aeronáutica acontecem paralelamente, de maneira independente. Pode haver colaboração entre os órgãos, mas os objetivos das investigações são diferentes. A Aeronáutica quer apurar as causas do acidente para prevenir outras tragédias e a polícia tem o intuito de punir os culpados pelo acidente.
Acidente
O King Air prefixo PR-DOC, que caiu em Juiz de Fora, em Minas Gerais, na manhã deste sábado (28), estava com manutenção em dia, segundo o coronel Paulo Santos. De acordo com ele, o piloto do bimotor também estava com toda a documentação regularizada junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Todos os mortos estavam a bordo da aeronave, que colidiu contra o quiosque de uma pousada em Juiz de Fora antes de se chocar contra o chão e explodir, segundo testemunhas. No momento do acidente havia cerca de 60 pessoas na pousada, mas ninguém ficou ferido. Peças da aeronave, inclusive a caixa-preta, foram encontradas no pátio da pousada.
A aeronave decolou do Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, às 7h07 deste sábado (28). De acordo com o Corpo de Bombeiros, às 11h30, os corpos das vítimas já haviam sido localizados.
O piloto havia sido avisado que as condições de voo não eram favoráveis para pouso, segundo informações do gerente da Sinart, empresa que administra o terminal de Juiz de Fora. "As condições no momento não eram favoráveis para pouso. A gente faz o procedimento, ele (o avião) atinge uma certa altura e (o piloto) tem que avistar a pista. Quando ele atinge aquele limite, ele (o piloto) avistando a pista, ele prossegue com o pouso. Caso negativo, ele arremete e faz um novo procedimento", disse o gerente da Sinarte, Cipriano Magno.
"Ele (o piloto) não falou que queria pousar. (Ele) falou que tava vindo para o pouso. Após aquela posição, ele não falou mais com a rádio", completou Magno.
"Com essas condições desfavoráveis, o piloto assume a responsabilidade do próprio voo", disse ao G1 o coronel Paulo Santos, chefe do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa 3), órgão da FAB que irá apurar a tragédia. Não há previsão para divulgação de laudo sobre as causas do acidente.
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Fonte: Fernanda Brescia
Do G1 MG, com informações da TV Integração - Imagem: Reprodução da TV - Arte: G1
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