terça-feira, 19 de julho de 2011

Lanchar nos aeroportos pode custar o dobro do que no shopping

O brasileiro que faz um lanche está pagando o dobro. É o efeito da falta de concorrência nas praças de alimentação dos aeroportos.


Durante as férias escolares, muita gente está viajando. Quem escolheu o avião tem se surpreendido: os preços nas praças de alimentação estão até 100% mais caros do que nos shoppings ou nas lanchonetes de rua.

No Brasil inteiro, as praças de alimentação ficam lotadas nos aeroportos, principalmente no período das férias. A tensão do embarque parece aumentar ainda mais a fome dos passageiros. “A fome é de ansiedade”, disse uma passageira.

Dentro dos aeroportos, são muitas as opções de alimentação, todas mais caras do que no comércio dos shoppings ou das ruas das cidades a quilômetros de distância. O passageiro não tem muita alternativa. “Não tem como eu sair daqui”, disse um carioca. “Não tem jeito, tem de comer. Sou obrigado a pagar mais caro”, reclama um senhor.

Em um lanche básico no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, os preços são os seguintes: um café expresso custa R$ 3,50; pão de queijo, R$ 5,90; e refrigerante, R$ 4,80. Em uma loja da mesma cadeia, mas no shopping, os preços são diferentes. O café custa R$ 2,80. No caso do pão de queijo, o mini custa apenas R$ 0,50 a unidade. O copo com seis sai a R$ 4. O refrigerante está a R$ 3,30. “No shopping ainda vão cobrar 10%. Vai sair mais caro ainda”, calcula um passageiro.

Em São Paulo, um refrigerante custa de R$ 2,50 a R$ 3 nas lanchonetes da cidade. No aeroporto, custa R$ 5,30. A diferença entre o preço mais barato praticado na cidade e o do aeroporto chega a 112%.

Em Curitiba parece que o pãozinho de queijo paga taxa de embarque. Na praça de alimentação do aeroporto custa R$ 3,20, e na sala de embarque passa para R$ 3,50. Em Goiânia, beber água no aeroporto também sai caro: a garrafinha pequena custa R$ 3. Nas lanchonetes da cidade, sai de R$ 1 a R$ 1,50. “Está caro”, diz uma jovem.

Lanchar no aeroporto pode até aliviar a ansiedade da viagem, mas a conta pode dar indigestão. “É mais salgado do que o salgadinho”, brinca uma passageira.

A Infraero explica que não tem qualquer ingerência sobre os preços praticados pelos estabelecimentos comerciais dos aeroportos. Como em qualquer outro espaço público explorado pela iniciativa privada, as lojas são licitadas – ganha a licitação quem oferecer o maior preço, sem levar em conta o valor que ele vai cobrar dos clientes. O Procon diz que o comerciante tem o direito de cobrar quanto quiser, assim como o consumidor tem o direito de comprar onde quiser.

Fonte: Bom Dia Brasil (TV Globo)

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