A frustração dos passageiros ainda é grande, após uma das maiores nevascas dos últimos anos, que chegou com força nesta quarta ao litoral das Carolinas e das províncias marítimas do Canadá.
A frente fria, que causou enormes nevascas e fortes ventos, deixou até 80 centímetros de neve nas pistas, criando verdadeiro caos para quem pretendia viajar de avião.
A tempestade de neve já atinge o Canadá, onde mais de 12 mil residências estão sem eletricidade e os aeroportos de Toronto e Montreal registram importantes atrasos nos voos.
Nos Estados Unidos, as companhias aéreas retomam aos poucos as atividades, mas cerca de 800 voos foram cancelados na terça-feira, a maioria na região de Nova York, área que mais sofreu com as nevascas.
A prefeitura usa veículos tira-neve e jatos de sal para limpar as ruas de Manhattan, algumas soterradas com até meio metro de neve.
As autoridades calculam que levará dias até que a cidade e seus principais terminais voltem 100% ao normal, depois da sexta pior nevasca da história de Nova York.
"Esta tempestade não se parece em nada com a que já tivemos de lidar antes", disse Michael Bloomberg, prefeito de Nova York, explicando que muitos veículos de emergência do governo estão presos na neve.
"Até que consigamos tirar as ambulâncias, os caminhões dos bombeiros, os ônibus, os carros - os veículos tira-neve não conseguem fazer tudo", disse Bloomberg. "Ainda temos muito trabalho a fazer".
A polícia de Nova York já retirou quase 1.000 veículos de três das maiores artérias da cidade, apenas uma pequena parte do total que ainda está espalhado, preso em montanhas de neve.
Os três maiores aeroportos da área - John F. Kennedy International e La Guardia (foto acima), em Nova York, e Newark International, em Nova Jersey - foram reabertos na noite de segunda, mas os mais de 5.000 voos cancelados durante as nevascas provocaram um atraso gigantesco nos cronogramas das companhias.
"Com todos os cancelamentos e atrasos, serão dois ou três dias até que as companhias consigam retomar um cronograma normal", estimou Thomas Bosco, diretor geral de LaGuardia.
Uma porta-voz da Autoridade Aeroportuária de Nova York, que coordena os aeroportos e o tráfego regionais, indicou à AFP que 94 voos foram cancelados em La Guardia, 281 no JFK e 423 em Newark.
A situação está melhor em relação a domingo e segunda, mas os atrasos acumulados ainda afetam os voos. Na noite de terça-feira, algumas rotas sofreram atrasos de mais de cinco horas no JFK, e de até três horas em Newark.
Passageiros esperam nos terminais lotados, onde passam a noite à espera de informações. As enormes filas duram horas, e quem entra nelas não tem sequer a garantia de conseguir uma remarcação. Muitos reclamam por ligar para as companhias aéreas, em vão, já que ninguém atende.
Julie Stratton deveria ter embarcado no domingo para Indianapolis, em Indiana, de Nova York, mas acabou presa em La Guardia, onde passou a noite. Na segunda-feira, ela foi informada de que seu voo não deve sair do chão antes de quinta-feira.
Dezenas de voos também foram cancelados no Aeroporto Internacional da Filadélfia, onde centenas de viajantes estão presos.
"Em uma emergência como esta, nós distribuímos travesseiros, mantas, lanches, água, fraldas e qualquer coisa que pode tornar a situação mais confortável", afirmou Victoria Lupica, porta-voz do aeroporto.
Fonte: AFP - Foto: AFP
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