quinta-feira, 17 de junho de 2010

Sem pistas de pouso oficiais, aldeias Ianomâmi ficam sem atendimento médico no Amazonas

Índios da Terra Ianomâmi, que se divide entre os estados do Amazonas e Roraima, estão sem atendimento médico desde a semana passada porque aviões contratados pela Funasa (Fundação Nacional de Saúde) não podem pousar em pistas não homologadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O fato foi denunciado pelos indígenas e confirmado pela Funasa. As aldeias só podem ser alcançadas de avião.

De acordo com a Hutukara Associação Ianomâmi, há pelo menos dois pacientes esperando remoção para Boa Vista em comunidades isoladas. Um deles, de acordo com Dário Vitório Xirian, diretor da Hutukara, foi picado por uma cobra há cinco dias e está com a perna necrosando. Xirian não soube precisar o número de comunidades que ficaram sem atendimento, mas apontou que são 14 as pistas não homologadas na reserva.

Segundo informa a assessoria de imprensa da Funasa em Roraima, boa parte das pistas usadas na Terra Ianomâmi foi construída por garimpeiros que exploravam a região e não está dentro das especificações da Anac. Ainda assim, a fundação as utilizava porque eram a única forma de acesso aos índios. Desde a semana passada, a empresa área contratada para transportar os funcionários da Funasa e os pacientes tem se recusado a voar para o local em cumprimento à determinação da Anac.

A Funasa afirma que pedir a homologação das pistas junto à Anac é responsabilidade da Funai. O pedido já teria sido feito. Não há previsão para que os voos à Terra Ianomâmi sejam retomados. Os ianomâmi somam 17 mil pessoas divididas entre 300 comunidades.

Fonte: Globo Amazônia via O Globo

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