sábado, 6 de março de 2010

Incidente prontifica investigadores a pedirem mais clareza sobre limites de vento cruzado

Um incidente ocorrido com um Airbus A320 da Lufthansa no dia 1 de Março de 2008 prontificou os investigadores alemães que analisaram o caso a pedirem maior clareza por parte da fabricante do avião e das companhias aéreas a respeito de limites de vento cruzado (crosswind), informou a ATI.

O evento que motivou os investigadores aconteceu no aeroporto de Hamburgo, quando o avião da companhia aérea aproximando-se para o pouso tocou a ponta da asa esquerda no solo após ser pego por uma rajada de vento cruzado.

Durante a investigação, descobriu-se que a primeira informação obtida pelos pilotos do A320 indicava ventos cruzados de 28 nós com rajadas de 37 nós como sendo a condição imperante no momento. Tais números estavam, apesar de próximos, dentro dos valores de “vento cruzado máximo demonstrado” presentes no manual do avião, que são de 33 nós com rajadas de até 38 nós.

Os pilotos optaram então por prosseguir com o pouso. Entretanto, já na aproximação final, foram informados de uma mudança que elevou a velocidade das rajadas de vento cruzado para 47 nós.

Neste momento, segundo os investigadores, seria razoável optar por uma arremetida. Mas isto não ocorreu e, ao se aproximar da pista, o avião acabou sendo pego por uma dessas rajadas e tocou a ponta da asa no chão.

As investigações focaram-se então em um ponto considerado importante: a forma como os pilotos interpretam o “vento cruzado máximo demonstrado”.

Após serem conduzidas entrevistas com 81 pilotos de cinco companhias aéreas a respeito do assunto, descobriu-se que para a metade os referidos valores presentes no manual eram observados como um limite a ser repeitado, enquanto para a outra metade eram vistos como um guia, como valores de referência mas não um limite imposto.

Os investigadores chegaram à conclusão de que os termos usados nos manuais tanto pela fabricante quanto pela companhia aérea (no caso a Lufthansa mas também se aplica a outras) não são suficientemente claros a respeito do seu propósito.

Por este motivo, entre as 12 recomendações feitas no relatório final sobre o incidente está a revisão sobre a forma como a Airbus passa as informações de vento cruzado em seus manuais operacionais, recomendação que se estende às companhias aéreas dizendo que elas devem impor limites claros quanto ao referido assunto em seus manuais operacionais.

Assista ao video do incidente:




Fonte: Portal CR - Imagem: Picture Alliance

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