sábado, 10 de outubro de 2009

Hacker que invadiu Pentágono perde última chance de apelar contra extradição

Juiz negou a Gary McKinnon o direito de apelar à Suprema Corte.

Ele é acusado de ter invadido Pentágono, Nasa, exército e força aérea.


Gary McKinnon, em foto de arquivo, pode ser condenado à prisão perpétua por invadir computadores militares

O hacker Gary McKinnon, acusado de invadir computadores da Nasa e do Pentágono, entre outras organizações, perdeu sua última chance de ser extraditado para os Estados Unidos. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (9) por sua advogada, Karen Todner.

No país onde é acusado de cometer esses crimes, ele pode ser condenado à prisão perpétua – há sete anos, os EUA busca sua extradição, para que ele responda na Justiça norte-americana pelos crimes que cometeu. McKinnon esperava ser julgado em Londres, onde poderia conseguir uma sentença mais branda.

Essa representa sua última chance, segundo a agência de notícias AP, porque ele não poderá mais levar o caso para a Suprema Corte. Stanley Burnton, responsável pela decisão, afirmou que a extradição é uma resposta “proporcional e dentro da lei” para os crimes que o britânico teria cometido.

A Alta Corte, que em julho passado rejeitou um recurso dos advogados de Gary McKinnon, argumentou que "o caso não inclui questões legais de importância pública geral", um requisito para poder passar ao nível superior.

"Nenhum outro país do mundo ofereceria tão facilmente seus cidadãos aos Estados Unidos como bode expiatório puramente para proteger uma relação política especial'", declarou Janis Sharp, mãe do desempregado de 43 anos que os norte-americanos descreveram como o maior hacker de todos os tempos. "Usar meu vulnerável filho desta forma é lamentável, imoral e desumano", continuou ela, segundo a France Presse.

Acusações

McKinnon é acusado de invadir, entre fevereiro de 2001 e março de 2002, os computadores da Nasa, do Pentágono, do exército, da força aérea e da marinha dos Estados Unidos. Promotores norte-americanos acusam o britânico de desligar toda a rede de mais de 2 mil computadores por 24 horas.

Sob o nickname 'Solo', ele agiu sozinho em sua casa no norte de Londres. O autor daquela que foi classificada como a maior invasão sofrida até o momento por computadores do governo americano contou em audiências sua surpresa ante a facilidade com que teve acesso aos arquivos desses computadores.

O britânico alega que buscava evidências de vida fora da terra, mas autoridades dos EUA afirmam que ele deixou uma mensagem em um computador do exército criticando a política externa norte-americana.

Seus advogados dizem que seu cliente sofre de síndrome de Asperger, uma forma de autismo, e afirmam que qualquer afastamento de sua família poderá provocar algum trauma e, inclusive, levá-lo ao suicídio. A campanha para mantê-lo no Reino Unido ganhou apoio de celebridades, incluindo o cantor britânico Sting e David Gilmour, do Pink Floyd.

Fonte: G1, com agências - Foto: Reuters

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