terça-feira, 6 de outubro de 2009

Copa 2010: em Polokwane, segurança é destaque e aeroporto preocupa

Cidade tem índices de criminalidade mais baixos da África do Sul, mas a capacidade do aeroporto local pode não ser suficiente

Aeroporto de Polokwane
Movimento de passageiros é inferior a 10 mil pessoas por dia, muito pouco para Copa 2010


Menor cidade-sede da Copa do Mundo de 2010, Polokwane convive com os aspectos positivos e negativos desse status. Enquanto se orgulha do fato de ser uma das cidades mais seguras da África do Sul, o local também causa preocupação nos dirigentes da Fifa e do comitê organizador local (LOC, na sigla em inglês) quando o assunto é transporte aéreo.

“Polokwane é uma cidade muito tranquila e segura. É uma das cidades mais seguras que nós temos na África do Sul. E possivelmente a mais segura entre as cidades-sede da Copa, segundo as estatísticas de criminalidade divulgadas pela polícia”, afirma o coordenador para 2010 da prefeitura, Ndavhe Ramakuela.

A sensação de segurança na cidade realmente pode ser percebida rapidamente. Ao contrário de Joanesburgo, maior cidade do país, onde a maioria das pessoas evita andar a pé por alguns bairros mesmo durante o dia, em Polokwane as calçadas estão sempre cheias de pedestres, inclusive na região central.

Os baixos índices de criminalidade, no entanto, não acabam totalmente com a preocupação, como fica claro logo na chegada à cidade, onde uma placa na estrada previne: “Cuidado: andar sozinho à noite pode ser perigoso”.

Além disso, muitos condomínios e casas nos bairros mais luxuosos contam com cercas de arame farpado e segurança privada 24 horas por dia para evitar invasões, um dos crimes mais comuns em todo o país.

Apagão aéreo?

Enquanto a segurança é citada como um dos destaques positivos de Polokwane, um dos principais problemas da cidade para receber o Mundial do ano que vem deve ser a capacidade operacional de seu aeroporto. Mesmo que, por enquanto, os representantes da cidade não admitam isso.

“Polokwane é muito central, além de estar a 300 quilômetros de Gauteng [província onde ficam tanto Joanesburgo como Pretoria], também estamos próximos das fronteiras com outros países, como Botswana e Zimbábue. Por isso o nosso aeroporto é conhecido como o portão de entrada para a África do Sul”, explica Ramakuela.

Se é verdade que a localização geográfica da cidade realmente é central em relação às principais cidades do país e alguns dos países vizinhos, isso não significa que o aeroporto local tenha condições de receber dezenas de milhares de passageiros tranquilamente.

Depois de passar por uma profunda reforma, o novo terminal do Aeroporto Internacional de Polokwane foi inaugurado há um ano, em outubro de 2008. E a capacidade de movimentação no local é de 400 pessoas por hora. Ou seja, menos de 10 mil pessoas por dia mesmo funcionando 24 horas.

As limitações mais visíveis estão na própria estrutura do Terminal, que conta com menos de dez balcões para check-in, uma sala de embarque, com apenas um aparelho de raio-x, e uma sala de desembarque, com apenas uma esteira para distribuição das bagagens. Mas outros problemas técnicos podem ser ainda mais graves.

Em entrevista recente concedida ao site de economia Finance24, o gerente de planejamento para a Copa da companhia South African Airways, a maior do país, afirmou que existem dúvidas, inclusive, sobre a capacidade do aeroporto de fornecer combustível para todos os aviões.

Com um estádio com capacidade para 45 mil torcedores e planos de criar uma “fan fest” para mais 30 mil, Polokwane terá um movimento de algumas dezenas de milhares de pessoas durante os quatro dias de jogos na cidade, o que deve exigir muita paciência de quem decidir viajar para a cidade de avião.

Fonte e foto: Levi Guimarães (iG Esporte)

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