sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Aérea obriga passageiros obesos a comprar duas passagens. Quais as regras?

Avião da Southwest Airlines: empresa passa a cobrar dois assentos por passageiros
que ocupem mais espaço nas poltronas (Imagem: Southwest Airlines)
A companhia aérea norte-americana Southwest Airlines anunciou recentemente uma mudança na forma de vender assentos para "clientes de peso". A empresa determinou que quem ocupar mais de um assento do avião terá de adquirir ao menos dois assentos já no ato da compra da passagem.

Anteriormente, a empresa permitia que passageiros com um volume corporal maior solicitassem um assento extra diretamente no aeroporto, de maneira gratuita. A mudança na medida, principalmente em um país com mais da metade dos habitantes obesos, pode representar um novo paradigma no setor.

Como fica agora?


Fileira de assentos de avião da Southwest Airlines: Empresa passa a cobrar dois assentos
por passageiros que ocupem mais espaço nas poltronas (Imagem: Southwest Airlines)
A medida da Southwest visa a garantir espaço aos passageiros mais avantajados nos voos. A compra do assento extra deve ser feito já no ato da aquisição do primeiro assento por meio de um procedimento especial no site (a poltrona adicional deve conter o nome "Extra Seat" e estar na mesma reserva).

O valor do assento extra será o mesmo da tarifa do assento original. Após o voo, a empresa irá reembolsar o assento adicional para o cliente. Mas isso não é automático, devendo o passageiro fazer a solicitação para a empresa.

Além de servir como garantia de espaço para o passageiro obeso, a medida evita constrangimento aos passageiros na hora do voo. Com o espaço certo na aeronave, não haveria problemas em caso de voos mais lotados de reacomodar passageiros para que dois assentos conjuntos estejam livres para conseguir alocar o cliente com conforto.

Polêmica


Mesmo não afetando os voos no Brasil (a medida é de uma das várias empresas que operam dentro dos EUA), a repercussão sobre o tema chegou às redes sociais. Algumas pessoas entenderam como coerente a pessoa que precisa ocupar dois assentos pagar pelos dois (mesmo sendo reembolsado depois).

Outros já criticaram a falta de assento para obesos em voos, como existente em outros meios de transporte.



Em 2024, uma organização sem fins lucrativos de defesa dos direitos dos consumidores, havia postado uma imagem de um homem extrapolando as dimensões de seu assento e questionando como as empresas poderiam resolver essa situação de maneira atenciosa.


Quais as regras no Brasil?


Cada companhia tem uma regra que deve ser consultada neste tipo de situação. A resolução 280 da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) delimita quais são os tratamentos que devem ser dedicados aos PNAEs (Passageiros com Necessidade de Assistência Especial) em voos.

Não há uma regra específica para obesos ou pessoas com medidas corporais acima da média, mas, caso o passageiro tenha sua mobilidade reduzida pode se enquadrar nesses casos. Mesmo assim, é preciso comprovar a condição para o setor médico das companhias.

Já quanto aos passageiros que necessitam de dois assentos devido ao tamanho de seus corpos, as empresas brasileiras possuem as seguintes regras:

Azul

A empresa vende assento extra para quem precisa de mais espaço, deseje mais privacidade ou queira mais conforto no voo. É cobrada uma nova tarifa referente ao valor da poltrona selecionada, mas deverá ser feito o pagamento de apenas uma taxa de embarque.

A venda é feita por meio da central de atendimento e diretamente no aeroporto. 

Veja mais no site da empresa.

Gol

Quem precisar de mais espaço deve comprar um assento extra. Para a segunda poltrona, não será cobrada taxa de embarque, e o valor será o mesmo da classe tarifária disponível no momento da reserva.

Veja mais no site da empresa.

Latam

Caso o passageiro tenha comprado uma passagem em uma classe tarifária que permite a reserva de assento, ele poderá solicitar um assento adicional ao seu lado. Ele deve ser solicitado até 48 horas antes da saída do voo, e a tarifa corresponde à de um adulto adicional.

Veja mais no site da empresa.

Via Alexandre Saconi (Todos a Bordo/UOL)

Embraer anuncia venda de 50 aviões por US$ 4,4 bilhões para companhia aérea americana

Acordo ainda prevê direito de compra de outros 50 jatos comerciais E195-E2.

E195-E2 com pintura customizada (Foto: Divulgação/Embraer)
A Embraer anunciou na manhã desta quarta-feira (10) um acordo de US$ 4,4 bilhões - equivalente a R$ 23,8 bilhões na cotação atual - para venda de 50 aviões comerciais E195-E2 para a companhia aérea americana Avelo Airlines. O contrato ainda prevê direito de compra de outros 50 jatos do mesmo modelo. As entregas estão previstas para o primeiro semestre de 2027.

Essa é a primeira venda do E195-E2 para uma companhia aérea dos EUA, o que abre novas possibilidades para Embraer no mercado da aviação americana. Até então, as empresas operavam apenas aviões menores da empresa brasileira, como o E-175, com foco na aviação regional.

"Os E195-E2 modernizarão a frota da Avelo, complementando seus Boeing 737NGs, enquanto ampliam a eficiência de custos e o alcance da malha aérea", informou a Embraer em comunicado.


No fim de julho, a aviação comercial ficou de fora da tarifa extra de 40% aos produtos brasileiros exportados aos EUA - elevando o total para 50%. Com isso, as tarifas para vendas de aeronaves civis (não militares) para os americanos seguem com a taxa de 10%, já praticada desde abril.

A Embraer segue defendendo que a alíquota seja zerada.

Os Estados Unidos são o principal mercado da Embraer, com sede em São José dos Campos. Os americanos são responsáveis por 45% das vendas de jatos comerciais e 70% das de jatos executivos da fabricante brasileira.

Na aviação comercial, 52,4% dos jatos que já estão na carteira de pedidos atualizada da Embraer são para seis clientes americanos - são 229 dos 437 aviões encomendados.

Via Carlos Santos (g1 Vale do Paraíba e região)

Um arranha-céu moderno seria derrubado como o WTC em 11 de setembro? Arquitetos respondem


Quando o ataque às torres gêmeas de 11 de setembro de 2001 aconteceu, a previsão mais comum foi que havia acabado a era dos mega-arranha-céus. Ninguém iria construir mais alvos gigantes para terroristas no meio das cidades. No entanto, o que aconteceu foi o contrário: havia então 25 arranha-céus com mais de 300 metros no mundo. Hoje são mais de 200.

“Pensamos [que o 11 de setembro] daria fim às ambições de construir alto por muito tempo”, afirmou James von Klemperer, presidente do escritório Kohn Pedersen Fox, que já construiu dezenas de mega-arranha-céus pelo mundo, em entrevista à revista de arquitetura e design Dezeen. “Desde então, mais prédios altos foram feitos que os que existiam até então. Então podemos dizer que é uma espécie de renascença do design e desenvolvimento de prédios altos que aconteceu após o 11 de setembro.”

Falha nas torres


Será que todo mundo perdeu o juízo? Muito pelo contrário, dizem os arquitetos e engenheiros contemporâneos: o que aconteceu foi que a arquitetura de megaprédios teve uma verdadeira revolução após o ataque às torres gêmeas. Obviamente, para evitar que algo do gênero pudesse acontecer novamente.


E o fato é que um avião atingindo algo como o One World Trade Center (que substitui às torres originais), o Burj Khalifa (que, com 829,8 m, é ainda de longe o mais alto do mundo), e talvez até às torres brasileiras em Camboriú, teria quase chance nenhuma de causar o mesmo feito.

One World Trade Center (Imagem: Tdorante10/Wikimedia Commons)
Em 1966, quando as torres do World Trade Center ganharam sua pedra fundamental, elas foram projetadas pensando, sim, em impactos de aviões. Então a base era um Boeing 707, um avião médio da época, com um máximo de 151 toneladas na decolagem. O que atingiu foram Boeings 767-200 e 767-223-ER, mais ou menos com o mesmo tamanho. O WTC falhou em cumprir a função para a qual havia sido projetado.

Pense que as torres não caíram de uma vez, e não caíram pelo impacto direto dos aviões: foi um incêndio que enfraqueceu a estrutura dos edifícios até o colapso. E também foram as características da construção, com escadas de incêndio estreitas e pouco isoladas da fumaça, e elevadores que pararam imediatamente, que impediram que as pessoas que estavam acima do ponto de impacto pudessem escapar dos edifícios em chamas, levando a cenas aterradoras de pessoas se lançando do topo, em desespero.

Grandes mudanças após o 11 de setembro


Assim, a primeira mudança é a proteção a incêndios, com elevadores especiais isolados, permitindo o acesso a bombeiros, escadas separadas hermeticamente com portas corta-fogo, mais largas, e com acessos mais óbvios, e em material especial.

É algo parecido com o que aconteceu com São Paulo após o incêndio do Edifício Joelma de 1974 traumatizar o país. Os códigos de construção da cidade se tornaram os mais estritos do país, e todo prédio comercial feito a partir de então conta com essas características.

Outra coisa foi um controle maior de segurança de entrada – para evitar ataques por solo ou terroristas interessados em estudar o prédio. Isso está sendo agilizado por tecnologia de reconhecimento facial.

E, talvez o mais importante de tudo: a estrutura dos prédios não é mais a mesma. Hoje prédios gigantes são feitos com redundância estrutural. Significa que, se parte da estrutura de sustentação se perder, outras partes podem manter a estrutura em pé. A ideia é evitar o que se chama de colapso progressivo: uma parte caindo sobre a outra, levando tudo ao chão. Que foi exatamente o que aconteceu no WTC.

Burj Khalifa (Imagem: Donaldytong/Wikimedia)
“Se outro avião atingisse um [prédio] super-alto, a ideia é que, se ele destruir uma coluna ou mais, as outras colunas são fortes o suficiente para substituí-la em segurar o peso que é redistribuído pela estrutura em falta”, afirmou Adrian Smith, o arquiteto responsável pelo Burj Khalifa, à revista Dezeen.

Enfim, se não dá para dizer que prédios pós-11 de setembro não são fortalezas à prova de avião – eles entrariam e causariam um incêndio de grandes proporções do mesmo jeito, causando mortes com isso, dá pra dizer que o 11 de setembro teria um impacto muito menor. Muito dificilmente um megaprédio moderno cairia, e muito menos pessoas seriam presas no incêndio como aconteceu em 2001.

'Câncer do 11 de setembro' já mata mais do que atentados às torres gêmeas

Ataque terrorista nos EUA em 11 de setembro de 2001, em Nova York
(Imagem: Seth McAllister/AFP)
Quase 50 mil pessoas, entre socorristas e sobreviventes dos atentados de 11 de setembro de 2001, foram diagnosticadas com cânceres associados às toxinas liberadas nos ataques. O número de mortos pela doença supera o de vítimas daquele dia.

O que aconteceu


Diagnósticos de câncer em sobreviventes e socorristas já ultrapassam as 48 mil pessoas. Segundo o Programa de Saúde do World Trade Center, 48.579 dessas pessoas receberam algum tipo de diagnóstico oncológico. O mesmo levantamento aponta que mais de 8.200 inscritos no programa já morreram, sendo 3.767 com câncer confirmado. É mais do que os 2.977 mortos no próprio dia dos atentados.

Câncer de pele não melanoma, próstata e mama estão entre os mais comuns. Além deles, médicos relatam casos de melanoma, linfoma, cânceres de tireoide, rim, pulmão e bexiga, e leucemia. O padrão chama atenção: são doenças de longa latência, que aparecem anos ou até décadas depois da exposição.

Doenças seriam provocadas por nuvens tóxicas. Nuvens tóxicas espalharam amianto, sílica, metais pesados e fumaça cancerígena por meses. De acordo com os CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA), o colapso das Torres Gêmeas liberou partículas que permaneceram em Manhattan e no Brooklyn por semanas. Além disso, incêndios que seguiram ativos até dezembro de 2001 continuaram a soltar gases em 2002.

Equipes de resgate trabalham no local dos os atentados de 11 de setembro de 2001,
em Nova York (EUA) (Imagem: Beth A. Keiser/AFP)
Cerca de 400 mil pessoas foram expostas em graus variados aos contaminantes. Trabalhadores, estudantes, moradores e socorristas respiraram e tocaram resíduos tóxicos diariamente. O Programa de Saúde do WTC lista mais de 350 agentes reconhecidos como "agentes do 11 de setembro". Além de câncer, na lista estão doenças respiratórias, refluxo e distúrbios de saúde mental, como TEPT (transtorno de estresse pós-traumático).

Avanço da idade potencializa o efeito dos agentes tóxicos. O médico Steven Markowitz, da Queens College, disse ao jornal norte-americano New York Post que "essa população está envelhecendo, então o número de diagnósticos vai continuar subindo". Isso significa que mesmo quem parecia saudável por anos pode, agora, desenvolver cânceres ligados à exposição inicial.

Tragédia também deixou marcas na saúde mental. O Programa de Saúde do WTC lista milhares de pacientes com transtorno de estresse pós-traumático (17.093), além de depressão, ansiedade e síndrome do pânico.

9.set.2014 - Bombeiros descansam durante o trabalho de resgate nos atentados
de 11 de setembro de 2001 em Nova York (EUA) (Imagem: John Mottern/AFP)

Programa de saúde vive incertezas


O Programa de Saúde do World Trade Center é hoje o principal suporte para 132 mil pessoas. Criado em 2011, o programa cobre desde câncer e doenças respiratórias até TEPT. De acordo com a NBC News, 64% dos inscritos já apresentam pelo menos uma condição médica ligada ao 11/9 — para muitos, o acesso gratuito a exames e quimioterapia faz diferença.

Cortes federais ameaçam atrasar diagnósticos e tratamentos. Em abril, 16 funcionários do programa foram demitidos como parte de uma reestruturação do governo Trump. "Esses cortes vão atrasar diagnósticos e custar vidas", disse o enfermeiro Todd Cleckley. Segundo ele, consultas que antes eram marcadas em semanas agora podem demorar meses.

Demissões geram incerteza até sobre cirurgias e quimioterapia. O advogado Michael Barasch afirmou à NBC que já recebeu ligações de clientes preocupados se conseguirão continuar a receber tratamento. "É crueldade burocrática", disse, ao lembrar que hospitais só mantêm terapias caras se têm garantia de reembolso federal.

Sem novo financiamento, programa pode reduzir atendimentos já em 2028. Parlamentares alertam que, sem a aprovação de mais recursos, o Programa de Saúde do World Trade Center pode suspender novas inscrições ou até cortar serviços para atuais beneficiários. Há projetos no Congresso para estender o financiamento até 2090, mas, até agora, o futuro é incerto.

Via UOL

Como o 11 de Setembro transformou a geopolítica mundial

Atentados de 2001 deixaram quase 3 mil mortos e os impactos ultrapassaram o território americano.

Torres do World Trade Center após ataques (Foto: Getty Images)
Na manhã de 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos enfrentaram um ataque que mudaria a história. Às 8h46, o voo 11 da American Airlines atingiu a torre norte do World Trade Center, em Nova York. Vinte minutos depois, às 9h03, outro avião, o voo 175 da United Airlines, se chocou contra a torre sul, revelando ao mundo que não se tratava de um acidente.

Em pouco mais de uma hora, os símbolos do poder econômico americano ruíam diante das câmeras de televisão.

A torre sul, mesmo atingida por último, foi a primeira a desabar, às 9h59. A torre norte veio abaixo às 10h28. Imagens de pessoas saltando de andares inalcançáveis marcaram a cobertura da imprensa internacional e registraram, em tempo real, o horror de uma nação sob ataque.

No total, quase três mil pessoas morreram. Só em Nova York, foram 2.753 vítimas, incluindo 343 bombeiros, 23 policiais municipais e 37 oficiais da Autoridade Portuária.

No Pentágono, em Washington, outras 184 pessoas perderam a vida quando o voo 77 da American Airlines foi lançado contra o prédio. Na Pensilvânia, o voo 93 da United Airlines caiu em um campo após passageiros reagirem aos sequestradores — impedindo que o avião atingisse outro alvo. Entre passageiros e tripulantes, mais 40 pessoas morreram.

Relações Internacionais


Para Fernanda Magnotta, analista de Internacional da CNN, o 11 de Setembro redefiniu a forma como o mundo enxerga ameaças e guerras.

“O 11 de Setembro ressignificou o conceito da guerra. Passamos a falar em guerras assimétricas, em ameaças que não vinham mais apenas de Estados rivais, mas de atores transnacionais, descentralizados e difíceis de combater”, afirmou à CNN.

Segundo Magnotta, os atentados romperam também com a noção de inviolabilidade do território americano. “Embora já fossem uma superpotência, os Estados Unidos não enfrentavam um ataque em seu solo desde Pearl Harbor. O 11 de Setembro quebrou essa sensação de segurança e expôs uma vulnerabilidade inédita.”

A especialista lembrou que, apesar do choque, já havia sinais de que ações terroristas de grande escala poderiam ocorrer. Em 1993, uma bomba explodiu no estacionamento do próprio World Trade Center, de acordo com a comissão que investigou o 11 de Setembro, agências de inteligência já apontavam movimentações da Al-Qaeda e de outros grupos com capacidade de realizar ataques contra os EUA.

Torres do World Trade Center após ataques (Foto: Getty Images)

Consequências globais


Os impactos ultrapassaram as fronteiras do Estados Unidos. As estruturas de inteligência e defesa foram rearticuladas em todo o mundo, com reflexos na vida cotidiana — dos controles de segurança em aeroportos a medidas de vigilância digital.

No campo da política externa, os EUA lançaram a “guerra ao terror”, invadindo o Afeganistão em 2001 e, dois anos depois, o Iraque.

O resultado foi um novo cenário geopolítico, marcado pela ascensão de guerras prolongadas e por debates sobre segurança, privacidade e direitos civis. Como destaca Magnotta, “o 11 de Setembro reorganizou o cotidiano do cidadão comum e a estratégia global de combate a ameaças”.

Atualmente, no local onde ficavam as Torres Gêmeas funciona o Memorial e Museu do 11 de Setembro, espaço dedicado às vítimas e à preservação da memória do maior ataque terrorista já registrado em solo americano.

Museu e Memorial do 11 de Setembro, em Nova York, no local onde ficavam as torres
atingidas do World Trade Center (Foto: 9/11 Memorial and Museum/Wikipedia)
Impacto econômico

500 mil dólares — Esta é a quantia estimada que se acredita ter custado para planejar e executar os ataques de 11 de setembro.

123 bilhões de dólares — Esta é a perda econômica estimada durante as primeiras duas a quatro semanas após o colapso das torres gémeas do World Trade Center em Nova York, bem como o declínio das viagens aéreas nos próximos anos.

60 bilhões de dólares — O custo estimado dos danos no local do WTC, incluindo danos nos edifícios circundantes, infraestruturas e instalações de metrô.

40 bilhões de dólares — Este é o valor do pacote emergencial antiterrorista aprovado pelo Congresso dos Estados Unidos em 14 de setembro de 2001.

15 bilhões de dólares — Foi o pacote de ajuda econômica aprovado pelo Congresso para resgatar companhias aéreas.

9,3 bilhões de dólares — O valor dos reclamações de seguros decorrentes dos ataques de 11 de setembro.

Limpeza no Marco Zero


A limpeza do Marco Zero terminou oficialmente em 30 de maio de 2002.

Foram necessárias 3,1 milhões de horas de trabalho para limpar 1,8 milhão de toneladas de entulho.

O custo total da limpeza foi de 750 milhões de dólares.


Segurança interna


O Departamento de Segurança Interna foi criado em resposta ao 11 de setembro.

Ele fundiu 22 agências governamentais em uma só, incluindo a Fiscalização Aduaneira, o Serviço de Imigração e Naturalização, a Guarda Costeira dos EUA e a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências.

Através da Iniciativa de Segurança de Contêineres, mais de 80% da carga marítima de contêineres importada é pré-selecionada antes de entrar nos Estados Unidos.

É introduzido o Sistema Consultivo de Segurança Nacional foi introduzido em 12 de março de 2002.

Em 26 de abril de 2011, o Sistema Nacional de Aconselhamento sobre Terrorismo (NTAS) substitui o Sistema Consultivo de Segurança Interna (HSAS) codificado por cores.

Setor de inteligência


Conforme o professor de Relações Internacionais Gunther Rudzit em entrevista à CNN, a reorganização do setor de inteligência foi uma mudança significativa para os americanos.

"Um ponto importante foi a reorganização da inteligência, Departamento de Segurança Interna, que teve esse papel fundamental de reunir literalmente todo mundo em um prédio para ter a troca de informações mais efetiva", declarou o professor.

Rudzit ainda explicou outras medidas tomadas pelos Estados Unidos após os atentados vividos há 20 anos, incluindo um ato legislativo que permitiu a captação de dados de todos no país.

"Foi uma mudança gigantesca para o americano médio. Até antes do 11 de setembro, a polícia não podia ao menos revistar pessoas na rua se não houvesse motivo", disse.

"Dois meses depois do atentado, foi aprovado o Ato Patriótico, a legislação que deu a possibilidade do governo americano captar e guardar metadados de todas as pessoas no país. Ou seja, ligações telefônicas e trocas de mensagens por qualquer meio de comunicação", completou o professor.

Ataque às Torres Gêmeas em 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos (Foto: CNN/Reprodução)
Cronologia dos eventos
  • 11 de setembro de 2001 (horário do leste dos Estados Unidos)
8h46 — O voo 11 da American Airlines (viajando de Boston para Los Angeles) atinge a torre norte do World Trade Center na cidade de Nova York.

9h03 — O voo 175 da United Airlines (viajando de Boston para Los Angeles) atinge a torre sul do World Trade Center na cidade de Nova York.

9h37 — O voo 77 da American Airlines (viajando de Dulles, Virgínia, para Los Angeles) atinge o prédio do Pentágono em Washington.

9h59 — A torre sul do WTC desaba em aproximadamente 10 segundos.

10h03 — O voo 93 da United Airlines (viajando de Newark, Nova Jersey, para São Francisco) cai em um campo perto de Shanksville, Pensilvânia.

10h28 — A torre norte do WTC desaba. O tempo entre o primeiro ataque e o colapso das duas torres do World Trade Center é de 102 minutos.
  • 13 de dezembro de 2001
O governo dos Estados Unidos divulga um vídeo no qual Osama bin Laden assume a responsabilidade pelos ataques.
  • 18 de dezembro de 2001
O Congresso aprova uma medida que permite ao presidente designar o 11 de setembro como o “Dia do Patriota” em cada aniversário dos ataques.
  • Dezembro de 2001 até 15 de junho de 2004
O Fundo de Compensação de Vítimas original processa pedidos de indenização por morte e ferimentos para familiares de vítimas do 11 de setembro. As famílias dos mortos tinham até 22 de dezembro de 2003 para solicitar indenização. O fundo reabriu em 2011.
  • 24 de maio de 2007
O legista-chefe de Nova York, Dr. Charles S. Hirsch, determina que a morte de Felicia Dunn-Jones em 2002 por exposição à poeira está diretamente relacionada ao ataque de 11 de setembro e, portanto, é um homicídio.
  • 19 de julho de 2007
O Instituto Médico Legal de Nova York anuncia que os restos mortais de mais três pessoas foram identificados. Outras 1.133 vítimas, 41% do total, permanecem não identificadas.
  • Janeiro de 2009
O escritório do legista determina que Leon Heyward, que morreu em 2008 de linfoma e doença pulmonar, é vítima de homicídio porque ficou preso na nuvem de poeira tóxica logo após o colapso das torres.
  • 2 de janeiro de 2011
O presidente Barack Obama assina a Lei James Zadroga de Saúde e Compensação do 11 de Setembro de 2010, reabrindo e ampliando o escopo do Fundo de Compensação de Vítimas.
  • 17 de junho de 2011
O médico legista de Nova York determina que a morte de Jerry Borg, em 15 de dezembro de 2010, é o resultado da inalação de substâncias tóxicas da nuvem de poeira gerada pelo colapso das Torres Gêmeas.
  • 10 de maio de 2014
Os restos mortais não identificados dos mortos nos ataques são devolvidos ao local do World Trade Center, onde serão mantidos em um armazém sob a jurisdição do Instituto Médico Legal da cidade de Nova York.
  • 7 de agosto de 2017
O Instituto Médico Legal da cidade de Nova York anuncia que os restos mortais de um homem que morreu no World Trade Center foram identificados devido à disponibilidade de testes de DNA mais sofisticados.
  • 2019
O Instituto Médico Legal da cidade de Nova York identifica os restos mortais de três vítimas por meio de testes de DNA.

Via João Scavacin (CNN)

Piloto lança avião da Venezuela com 380 kg de maconha em represa no AM ao entrar ilegalmente no Brasil

Aeronave foi interceptada pela FAB e, ao desobedecer ordens, piloto lançou avião na represa; 380 kg de maconha foram apreendidos pela Polícia Federal.

Avião lançado pelo piloto nas águas da represa de Balbina, no AM (Foto: Divulgação/FAB)
O avião bimotor Beechcraft 58 Baron, prefixo PR-DCS, vindo da Venezuela, foi interceptado nesta quarta-feira (10) pela Força Aérea Brasileira (FAB) ao entrar de forma ilegal no espaço aéreo brasileiro, próximo ao município de Presidente Figueiredo, no interior do Amazonas.


Caças A-29 Super Tucano foram acionados pelo Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) para obrigar a aeronave a mudar de rota. O piloto, no entanto, desobedeceu às ordens da Defesa Aérea e lançou o avião nas águas da represa de Balbina.

Avião interceptado pela FAB com drogas no Amazonas (Foto: Divulgação)
Equipes da Polícia Federal, transportadas por helicóptero Bell 412, realizaram o controle no solo e apreenderam aproximadamente 380 kg de maconha do tipo skunk dentro da aeronave.

A FAB não informou se o piloto sobreviveu, foi preso ou conseguiu fugir. A ação integra a Operação Ágata Ostium, parte do Programa de Proteção Integrada de Fronteiras (PPIF), reforçando a atuação coordenada entre a FAB e órgãos de segurança pública no combate a ilícitos transnacionais e na proteção do espaço aéreo brasileiro.

Equipes da PF recolheram a maconha do tipo skunk encontrada dentro do avião lançado
na represa pelo piloto (Foto: Divulgação/FAB)
Via g1 e ASN

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

11/09: Filme "A Hora Mais Escura" (dublado)


Os ataques terroristas sofridos pelos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001 deram início a uma época de medo e paranoia do povo americano em relação ao inimigo, onde todos os esforços foram realizados na busca pelo líder da Al Qaeda, Osama bin Laden. Maya (Jessica Chastain) é uma agente da CIA que está por trás dos principais esforços em capturar Laden, por ter descoberto os interlocutores do líder do grupo terrorista. Com isso ela participa da operação que levou militares americanos a invadir o território paquistanês, com o objetivo de capturar e matar bin Laden.

("Zero Dark Thirty", EUA, 2012, 2h29min, Ação, Suspense, Dublado)

Documentário: A vida sob ataque 11/9


Um relato único, comovente e vívido do dia que mudou o mundo moderno. Este filme conta histórias nunca antes reveladas, criadas por meio de uma coletânea de vídeo e áudio inéditos.

Vídeo: Colapso Total | 11 de Setembro: Um Dia na América


Um dia de terror e a luta pela sobrevivência continua enquanto o Pentágono é atingido, 
o Voo 93 é sequestrado e a Torre Sul desaba.

Vídeo: Aviões e Músicas - Especial 11 de Setembro


Série especial sobre o 11 de Setembro Compilada - Os quatro episódios da série sobre 
o maior ataque terrorista da história compilados em um único vídeo.

Vídeo: Mayday Desastres Aéreos - Voo de Rotina - Voo Continental Express 2574

Via Cavok Vídeos

Aconteceu em 11 de setembro de 1991: A queda do voo Continental Express 2574 - Voo de Rotina


No dia 11 de setembro de 1991, um voo regular entre Laredo e Houston, despencou de repente e se partiu no ar, caindo em espiral para o interior do Texas em um halo de fogo e matando todas as 14 pessoas a bordo.

Os investigadores acabariam por descobrir uma sequência preocupante de eventos que ocorreram em uma oficina de manutenção da Continental ao longo de uma única noite, onde uma cultura corporativa relaxada permitiu que pequenos erros se acumulassem sem serem notados até que causassem a falha estrutural catastrófica do voo da Continental Express 2574.


O voo 2574 da Continental Express foi um voo de passageiros de Laredo, no Texas, perto da fronteira mexicana, para Houston, a maior cidade do estado. O avião que operava o voo era o Embraer EMB-120RT Brasilia, prefixo N33701 (foto mais acima), de fabricação brasileira, um avião a hélice bimotor projetado para voos curtos com até 30 passageiros. 

Na manhã do dia 11 de setembro, 14 pessoas embarcaram no voo 2574: 11 passageiros, um comissário e dois pilotos. O avião e sua tripulação já haviam completado um voo de Houston a Laredo naquela manhã; o voo 2574 seria a viagem de volta (Nota: a imagem acima mostra como o avião realmente era. Os clipes e capturas de tela dos vídeos do 'Mayday' mostram a pintura errada).


Na noite anterior, o avião estava em manutenção de rotina no hangar de manutenção da Continental Express em Houston. O turno da noite foi programado para substituir as botas de degelo no estabilizador horizontal. As botas de degelo são essencialmente balões de borracha que inflam dentro das bordas de ataque das asas e do estabilizador horizontal, a fim de quebrar o gelo que possa ter se acumulado ali.

As botas de descongelamento do avião em questão haviam chegado ao fim de sua vida útil e precisavam ser substituídas. A substituição de cada uma das duas botas de degelo exigiu a remoção da borda dianteira composta, removendo 47 parafusos na parte superior e mais 47 na parte inferior, desengatando a capa de degelo das linhas de fluido de degelo, removendo a capa, instalar o novo e, em seguida, reverter o processo.


Várias horas antes do final do turno da noite, a equipe de manutenção de plantão percebeu que tinha tempo extra e decidiu iniciar a tarefa do turno da noite de substituir as botas de descongelamento. Dois mecânicos usaram um elevador para alcançar a borda direita do estabilizador horizontal e começaram a remover os parafusos. 

O inspetor de manutenção, cujo trabalho deveria ser o controle de qualidade, subiu no estabilizador para ajudar os mecânicos. Embora ele também fosse um mecânico qualificado, isso estava fora de sua função normal e ele não deveria estar envolvido; no entanto, ele não tinha nada para fazer naquele momento, então decidiu ajudar. 

Depois de ajudar os mecânicos por algum tempo na remoção da borda dianteira direita, ele caminhou até o lado esquerdo do estabilizador e começou a remover os 47 parafusos na parte superior da borda dianteira esquerda.


No entanto, os mecânicos que trabalhavam no bordo de ataque direito descobriram que vários dos parafusos estavam muito danificados e não conseguiram removê-los até o final do turno. Com o turno da noite quase acabando, o inspetor colocou o saco de parafusos removidos do topo da borda esquerda do elevador e foi se reportar a seu supervisor, assim como os mecânicos. 

Eles deveriam preencher uma papelada detalhada explicando exatamente o que haviam feito, mas isso não ocorreu. Os trabalhadores do hangar reclamaram que às vezes a papelada demorava mais do que o trabalho em si e não valia a pena ser executada corretamente. 

O inspetor simplesmente escreveu em seu diário de bordo que “ajudou o mecânico a remover as botas de descongelamento”, registrou o ponto e foi para casa. O mesmo fez o supervisor de turno que supervisionou o trabalho no avião em questão. Nem ele nem seus mecânicos preencheram um relatório de mudança de turno, conforme exigido.


Nesse horário, chegou o pessoal do turno da noite, e um mecânico do turno da noite perguntou ao outro supervisor do turno da noite, que trabalhava em outro avião, quais obras haviam sido concluídas no Embraer Brasília. Esse supervisor repetiu o que sabia, que era que o trabalho havia começado no bordo de ataque direito, mas não foi concluído devido a parafusos arrancados. 

Ninguém ali percebeu que o inspetor do turno da noite também havia começado na vanguarda esquerda, e sua entrada no registro não era específica o suficiente para indicar isso. Na ocasião, o supervisor do turno noturno decidiu que devido aos atrasos dos parafusos rompidos, o noturno só conseguiria concluir a troca da bota direita de degelo, e a esquerda teria que esperar até uma data posterior. Pouco depois, todo o pessoal restante do turno da noite foi para casa.


Para dar lugar a outro avião, o turno noturno retirou o Brasília do hangar para finalizar a obra. Isso teria que ser feito no escuro com lanternas; consequentemente, ninguém podia ver que os parafusos estavam faltando na parte superior da borda esquerda. 

Um trabalhador do turno da noite se lembra de ter visto o saco de parafusos no elevador, mas outros não viram, e ninguém nunca fez o acompanhamento. O turno da noite terminou substituindo a bota de degelo certa, e o inspetor de qualidade deu uma volta ao redor do avião para garantir que tudo estava em ordem. Ele também não conseguiu ver os parafusos que faltavam. 

Como o estabilizador é um componente crítico de voo, ele deveria ir em cima dele inspecionar de perto todo o trabalho que foi feito, mas devido à confusão sobre se a substituição das botas de descongelamento contava como trabalho no estabilizador, esta verificação mais extensa não foi realizada.


O avião completou com sucesso seu voo de Houston para Laredo na manhã seguinte, apesar da falta de parafusos no bordo esquerdo. Quando se voltou para o outro lado como o voo 2574 da Continental Express, tudo correu bem na maior parte desse voo também. Em nenhum momento o avião voou rápido o suficiente para que as forças aerodinâmicas movessem a borda de ataque, que ainda estava parcialmente presa pelos parafusos na parte inferior. 

Mas quando os pilotos começaram a descer para Houston, eles aceleraram mais perto da velocidade máxima do avião para fazer um tempo melhor, até que estavam indo mais rápido do que o avião voou desde o reparo com defeito. O primeiro oficial comentou brincando: "Empurrando esta descida, fazendo como o ônibus espacial!"


Então, conforme o avião acelerou por 480kph (300mph), as forças aerodinâmicas agindo no estabilizador horizontal aumentaram a ponto de dobrarem a borda de ataque parcialmente anexada para baixo e em torno da parte inferior do estabilizador, arrancando a linha inferior de parafusos. 

Toda a borda de ataque de 3 metros de largura arrancou do avião, arruinando completamente o perfil aerodinâmico do estabilizador. O estabilizador horizontal mantém o avião nivelado aplicando força descendente na parte traseira e mantendo o nariz levantado. 

Quando de repente parou de fornecer sustentação devido ao fluxo de ar interrompido, o avião caiu abruptamente em um mergulho íngreme de quase 90 graus em apenas alguns segundos. Os passageiros e a tripulação experimentaram até 5 Gs negativos, provavelmente fazendo com que todos a bordo desmaiassem imediatamente.


O avião incontrolável mergulhou direto para o solo em uma velocidade enorme, girando e girando ao cair. Enormes forças aerodinâmicas arrancaram a asa esquerda, que dobrou sob a aeronave e pegou fogo. 

Testemunhas no solo viram o avião explodir no ar quando a asa caiu. Segundos depois, o estabilizador horizontal e parte do estabilizador vertical se separaram da aeronave, seguidos por uma das hélices e a ponta da asa direita. 


A fuselagem atingiu o solo com a barriga à frente no meio do campo de um fazendeiro alguns quilômetros a sudoeste da cidade de Eagle Lake, Texas, enquanto outros destroços choveram até um quilômetro do local do acidente principal. Todas as 14 pessoas a bordo morreram instantaneamente com o impacto.


Os bombeiros correram para o local em minutos, junto com os fazendeiros que viram o acidente, embora ninguém tivesse esperança de que alguém pudesse ter sobrevivido. Havia pouco que as equipes de emergência pudessem fazer quando chegassem lá - quando os caminhões de bombeiros chegaram, o fogo estava quase apagado. 

Quando os investigadores chegaram ao local, eles descobriram que partes importantes do avião não estavam todas no local do acidente, e uma busca ocorreu em quilômetros de campos e fazendas. Uma das últimas peças a serem encontradas foi a própria borda de ataque, que havia caído contra uma cerca que efetivamente a camuflava. 

Eles logo puderam determinar que nenhum parafuso havia sido instalado no topo da borda esquerda, e a história completa do que aconteceu no hangar de manutenção na noite anterior ao acidente surgiu em uma série de entrevistas nas semanas seguintes.


O que o National Transportation Safety Board descobriu foi que a cultura de segurança da Continental Express estava em falta. Os funcionários da manutenção não estavam preenchendo os formulários necessários porque os consideravam muito demorados. 

O inspetor do turno da noite desempenhava funções fora de sua descrição de trabalho, fazendo com que ele negligenciasse tarefas importantes de manutenção de registros que normalmente não precisava realizar. Ele também não conseguiu se comunicar com seus colegas mecânicos para garantir que eles soubessem exatamente o que ele havia feito. 

Ele provavelmente presumiu que o turno da noite terminaria seu trabalho com a bota de descongelamento esquerda e não tinha como saber que o supervisor do turno da noite decidiria adiar essa tarefa. E vários supervisores e inspetores não conseguiram verificar adequadamente o que realmente foi feito ou acompanhar a vaga descrição do inspetor do trabalho que ele realizou.

Em geral, isso criou um ambiente de trabalho no qual muitas suposições foram feitas. Muitas vezes, a papelada detalhada realmente não parecia necessária. Mas uma mudança de turno é o momento mais crítico no curso da manutenção de rotina da aeronave e é absolutamente fundamental que os trabalhadores escrevam exatamente o que fizeram. 

E, no entanto, ninguém fez isso. Outro fator que contribuiu para essa cultura frouxa foi o desejo de fazer a volta dos aviões o mais rápido possível. Se os trabalhadores da manutenção não fossem pressionados a liberar aeronaves para voos tão rapidamente, o inspetor não teria decidido ajudar os mecânicos e agilizar o processo, e o turno da noite não teria decidido adiar a substituição do decolagem esquerdo bota de confeiteiro. 

E, além disso, o próprio inspetor que fazia o trabalho de manutenção representava um colapso da hierarquia do local de trabalho. Ele deveria ser um observador independente, um segundo par de olhos - como poderia ser solicitado a inspecionar seu próprio trabalho?


Depois de descobrir essas deficiências crônicas, o NTSB pela primeira vez em sua história citou a cultura corporativa da Continental Express como um fator importante na queda do voo 2574. O relatório final culpou “O fracasso da gestão da Continental Express em estabelecer uma cultura corporativa que incentivou e reforçou a adesão aos procedimentos de manutenção e garantia de qualidade aprovados.” 

Ficou claro para o NTSB que o problema não era que os procedimentos fossem inadequados, mas sim que os procedimentos perfeitamente adequados não estavam sendo seguidos. Após a divulgação do relatório, a ideia de uma “cultura de segurança” começou a ser promovida nos Estados Unidos, sem dúvida reduzindo o número de acidentes evitáveis ​​causados ​​por práticas de manutenção negligentes. 

Edição de texto e imagens por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos)

Com Admiral Cloudberg, Wikipedia, ASN - Imagens: Wikipedia, Piotr Drzewowski, Google, Mayday, FAA, baaa-acro e New York Times. Clipes de vídeo cortesia de Mayday (Cineflix).

Aconteceu em 11 de setembro de 1990: O misterioso desaparecimento do Boeing 727 da Faucett Peru


Em 11 de setembro de 1990, o avião Boeing 727-247, prefixo OB-1303, da Faucett Perú (foto abaixo), operava um voo de balsa do Aeroporto Internacional Keflavík, na Islândia, para o Aeroporto de Lima, no Peru, com escala programa no Aeroporto Gander, no Canadá.

A Faucett operava principalmente no mercado interno peruano, mas também alugou algumas de suas aeronaves para companhias aéreas no exterior. A aeronave, que voou pela primeira vez em 1969, havia sido alugada à transportadora europeia Air Malta para a temporada de verão de 1990 por seu proprietário, a Faucett Perú, e estava sendo transportada de volta de Malta para o Peru no final do seu arrendamento.

A aeronave foi pintada com as cores da Air Malta para o verão e era conhecida por ainda ter sido pintada principalmente de branco no dia do desaparecimento (embora não se saiba se ainda estava pintada com as cores da Air Malta ou foi repintado com as cores da Faucett Perú).

A aeronave desaparecida, fotografada em junho de 1990, com as cores da Air Malta
A bordo estavam seis tripulantes e dez passageiros, constituídos por funcionários da companhia aérea e seus familiares. Os funcionários incluíam mecânicos e outro pessoal de terra que trabalhava em Malta. Acredita-se que uma criança estava a bordo e até quatro mulheres. Todos a bordo eram cidadãos peruanos.

A aeronave estava programada para fazer paradas para reabastecimento durante sua viagem em Londres, no Reino Unido; no Aeroporto de Milão Malpensa, na Itália; no Aeroporto Internacional de Keflavík, na Islândia; no Aeroporto Internacional de Gander em Terra Nova, no Canadá; e, finalmente, no Aeroporto Internacional de Miami, nos Estados Unidos, antes de chegar ao Aeroporto Internacional de Lima, no Peru.

A aeronave fez suas duas primeiras paradas sem incidentes. Depois de reabastecer em Keflavík, a aeronave deixou a Islândia às 13h16, horário local, sem incidentes. 

No entanto, a aeronave não chegou a Gander no horário previsto para o pouso. Trinta minutos depois do horário previsto em Gander, às 15h20, dois voos próximos, o voo 851 da TWA e o voo 35 da American Airlines, captaram uma transmissão da aeronave declarando uma emergência alegando com pouco combustível.

Os pilotos afirmaram que estavam a 10.000 pés (3.000 m) e se preparavam para abandonar a aeronave no Oceano Atlântico. A mensagem foi retransmitida pelas duas aeronaves norte-americanas ao controle de tráfego aéreo. Esta foi a última mensagem recebida da aeronave. 

A última localização conhecida da aeronave foi cerca de 250 milhas (220 milhas náuticas; 400 km) a sudeste da cidade de St. Johns, em Newfoundland, e 180 milhas (160 milhas náuticas; 290 km) a sudeste de Cape Race, de Newfoundland em seu ponto mais próximo. Isso sugeriu que a aeronave havia se desviado do curso sem saber, uma vez que estava longe da rota planejada para Gander. Presume-se que ninguém sobreviveu ao afundamento.


Depois de horas sem notícias do voo, uma tentativa de resgate foi lançada pelas Forças Armadas Canadenses , com três aviões CP-140 Aurora e três helicópteros CH-113 Labrador sendo despachados para a área de onde o avião foi ouvido pela última vez. Dois navios da Guarda Costeira canadense, dois navios de patrulha pesqueira e dois destroieres navais também foram enviados para a área de busca. 

Um sinal fraco foi detectado no transmissor de emergência do jato por um satélite após a perda do contato de rádio com o avião, embora a localização exata da fonte do sinal não tenha sido identificada. As autoridades também afirmaram que "sinais incomuns" foram captados por satélites e não sabiam se esses sinais inexplicáveis ​​tinham vindo de um avião ou de um bote salva-vidas. 

Em janeiro de 1991, o National Transportation Safety Board informou que a aeronave não estava equipada com um transmissor localizador de emergência (ELT) que seria ativado após qualquer impacto.

Presumiu-se que a aeronave havia caído no mar e poderia ser encontrada flutuando na água. O tempo no momento do desaparecimento foi descrito como bom e o mar estava calmo, e pensou-se que o avião tinha capacidade para resistir a uma aterragem no mar e flutuar durante várias horas. A visibilidade também foi considerada boa no suposto local do acidente. O avião teria sido equipado com botes salva-vidas de emergência, coletes salva-vidas e outros dispositivos de segurança para serem usados ​​em caso de amaragem.

Apesar do esforço de busca, a aeronave de busca relatou não ter encontrado nenhum vestígio do avião desaparecido e nada foi encontrado no voo. Autoridades afirmaram que a busca foi dificultada pela cor branca do avião, o que dificultou sua localização do ar. A aeronave, a tripulação e os passageiros continuam desaparecidos.


Originalmente, foi relatado que um total de dezoito pessoas estavam a bordo do avião no momento de seu desaparecimento, mas os funcionários da Faucett posteriormente alteraram o número para quinze porque se acreditava que três pessoas haviam deixado o avião quando reabasteceu na Islândia. Os registros mostram agora que havia um total de dezesseis pessoas a bordo da aeronave quando ela desapareceu.

A porta-voz da Transport Canada, Lily Abbass, afirmou na sequência que o jato estava fora de curso no momento do último contato, e as autoridades especularam que a aeronave "se perdeu" durante a viagem. O jato havia se desviado centenas de quilômetros de sua rota pretendida para Gander e uma razão para isso não pôde ser estabelecida.

Apesar dos pilotos relatarem que não tinham combustível suficiente, as autoridades em Keflavík insistiram que não houve problema durante a escala lá. Funcionários do Transportation Safety Board of Canada (TSB) afirmaram acreditar que a aeronave realmente havia caído no mar.


Uma investigação sobre o desaparecimento por parte do governo peruano estava em andamento desde janeiro de 1991, mas suas conclusões são desconhecidas. O acidente acabou sendo atribuído ao mau planejamento do piloto.

A história do desaparecimento da aeronave ressurgiu brevemente após o muito divulgado desaparecimento de outro avião comercial em 2014, o voo 370 da Malaysian Airlines, que desapareceu com 239 passageiros a bordo e provavelmente caiu no Oceano Índico.

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia e ASN

Aconteceu em 11 de setembro de 1982: Acidente com helicóptero militar na Alemanha deixa os 46 ocupantes mortos


Em 11 de setembro de 1982, o helicóptero Boeing CH-47C Chinook, número de cauda 74-22292, do Exército dos EUA, participava de um evento na cidade de Mannheim, na Alemanha.

As autoridades de Mannheim solicitou que dois Chinooks deixassem paraquedistas no Air Show para o 375º aniversário da cidade. Embora ambos os helicópteros tenham chegado dentro do prazo, em vez de dois Chinooks executarem a missão, alguém tomou a decisão de levar apenas uma aeronave.


Os paraquedistas desejavam estabelecer um recorde mundial formando o maior círculo unido de paraquedistas em queda livre já realizado. Como resultado, 46 ​​pessoas embarcaram em um Chinook. Como havia apenas 33 assentos disponíveis na cabine, 11 pessoas permaneceram em pé. A aeronave decolou sem dificuldade.


A tripulação planejou a queda a 13.000 pés. Depois de subir por cerca de 12 minutos, a uma altitude estimada de 8.000 a 9.000 pés, a torre recebeu uma mensagem da aeronave informando que havia surgido um problema e que ela estava descendo para pousar. Quase ao mesmo tempo, o piloto da segunda aeronave, observando do solo, viu 292 decolar. Por curiosidade, ele pulou na cabine de sua aeronave e, na frequência privada da empresa, fez contato com o 292. Perguntou se estavam com algum problema. O piloto do 292 relatou uma luz bruxuleante de alerta, que um barulho foi ouvido e eles estavam descendo. Após alguns minutos de autorrotação, o 292 foi preparado para pousar na pista.


No último momento, a tripulação decidiu que havia muitas pessoas na área onde tentavam pousar. A aeronave estava agora a aproximadamente 600 pés. A descida foi interrompida na tentativa de cruzar a autoestrada e pousar do outro lado. Quando a energia foi aplicada para interromper a descida, começou a quebra do helicóptero em voo. Testemunhas no terreno relataram ter ouvido um grande estrondo e descrito um som de "silvo". As pás do rotor traseiro foram observadas saindo da fuselagem. Pouco depois da falha das lâminas de popa, o cubo do rotor de popa, junto com metade do pilar de popa, separou-se da fuselagem.


Uma fração de segundo depois que metade do pilar de popa se separou, a transmissão de popa e a parte restante do pilar de popa começaram a se soltar da fuselagem. A aeronave rolou lentamente para o lado direito enquanto continuava a descer. Na fotografia abaixo, cerca de ½ segundo antes do impacto, pode-se ver o corpo de um dos paraquedistas multinacionais quando ele é lançado para fora ou tenta se livrar da aeronave, e na inserção no canto inferior direito onde ele morreu com o impacto.


O helicóptero 74-22292 colidiu com a autobahn entre Mannheim e Heidelberg, fazendo contato no lado direito do helicóptero, com o nariz ligeiramente para cima. Após o impacto, 74-22292 explodiu em uma enorme bola de fogo, criando uma nuvem brilhante em forma de cogumelo acima do local do impacto. A força "G" no impacto foi estimada em 200. Uma pessoa média de 180 libras a bordo do helicóptero teria sido submetida a uma força de 36.000 libras. Não há dúvida de que a morte foi instantânea. Em algum momento após o acidente, o Engenheiro de Voo designado para 74-22292, que tripulava outra aeronave naquele dia em apoio ao "REFORGER", viu o que restava de sua caixa de ferramentas de metal pesado. Estampada permanentemente no fundo da caixa havia uma impressão clara de uma grande chave de boca.


A falha da cápsula do pinhão de entrada da transmissão dianteira fez com que o eixo de transmissão sincronizado número 1 girasse excêntrico e entrasse em contato com a estrutura do pilar dianteiro, causando a falha do eixo, seguida pela subsequente dessincronização dos sistemas do rotor dianteiro e traseiro. As pás do rotor dianteiro e traseiro se uniram, fazendo com que o pilar traseiro, a transmissão traseira e o sistema do rotor traseiro se separassem do helicóptero com resultados catastróficos. 


Toda a tripulação e todos os passageiros sofreram ferimentos fatais. A falha da cápsula do pinhão de entrada foi causada por Walnut Grit bloqueando os mancais de óleo dentro da transmissão. Walnut Grit foi usado para limpar a transmissão durante o processo de revisão.


Depois que a espuma de combate a incêndio foi removida dos destroços, tudo o que restou foi uma pilha de destroços de aproximadamente 4,5 metros de largura, 6 metros de comprimento e 1,2 metros de altura no ponto mais alto.


Uma história transmitida através do tempo através do boca a boca foi que a falha da cápsula do pinhão de entrada foi causada por grãos de noz bloqueando os mancais de óleo lubrificante dentro da transmissão. Durante muitos anos antes deste acidente, o grão de noz foi utilizado com sucesso como um agente de limpeza eficaz para as transmissões durante o processo de revisão. É mais macio que o metal base, mas mais duro que os contaminantes que se acumulam no interior da transmissão. 

Pouco antes deste acidente, foi feita uma mudança processual no processo. Inspetores que trabalham para a Administração de Segurança e Saúde Ocupacional (OSHA) examinaram as condições de trabalho no Depósito do Exército de Corpus Christi. Notou-se que ar de alta pressão, aproximadamente 3.000 PSI, foi usado para soprar os grãos de noz dos mancais de óleo. Esta pressão elevada foi considerada perigosa para os trabalhadores e foi ordenado que a pressão fosse reduzida. Como resultado, o grão de noz não foi mais completamente removido durante o procedimento de limpeza. Eventualmente, quando a transmissão fosse colocada em serviço, o grão de noz fluiria através das passagens de óleo e se acumularia em um ponto bloqueando um munhão. Um rolamento falharia por falta de lubrificação.


Se o parágrafo anterior era inteiramente verdadeiro ou não, não está claro. O que se sabia era que o grão de noz de fato bloqueava os depósitos de óleo e causava a falha da Cápsula de Pinon de Entrada. Engenheiros de vôo servindo no Exército naquele período relataram que este acidente resultou no encalhe de toda a frota e na inspeção de todas as transmissões. Eles relataram que a maior parte da frota operacional continha grãos de nozes em muitas das transmissões.

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com ASN e chinook-helicopter.com