O tenente Myers estava entre os 72 mil militares norte-americanos desaparecidos no conflito. O velório do combatente aconteceu em 10 de novembro.
Gilbert Haldeen Myers desapareceu em 1943, quando o avião bombardeiro em que estava foi atacado (Foto: Agência de Contabilidade de Prisioneiros de Guerra/Desaparecidos em Ação (DPAA)) |
Um trabalho de pesquisadores da Universidade de Cranfield, na Inglaterra, encontrou os restos mortais de um combatente da Segunda Guerra Mundial 80 anos depois do conflito. O 2º tenente Gilbert Haldeen Myers, 27 anos, natural de Pittsburgh, Pensilvânia, era o copiloto do avião bombardeiro B-25 Mitchell, dos Estados Unidos, onde estava com mais cinco pessoas. A aeronave foi atingida sobre Sciacca, na região italiana da Sicília, em julho de 1943, e não houve sobreviventes. Como nenhum indício de Myers foi encontrado após o ataque, ele foi considerado desaparecido de guerra até este ano.
Em 2022, especialistas forenses da Recuperação e Identificação de Vítimas de Conflito (CRICC) da universidade viajaram para Sciacca em uma parceria com a Agência de Contabilidade de Prisioneiros de Guerra/Desaparecidos em Ação (DPAA), da Defesa dos EUA. A equipe da CRICC contou com 20 pesquisadores, que ficaram responsáveis pela escavação do local.
O corpo de Myers foi encontrado perto de Sciacca, na Sicília, 80 anos depois do incidente. O avião perdeu altitude e caiu em um campo a cerca de uma milha e meia do alvo pretendido |
No último 10 de agosto, a DPAA, por meio de análises de DNA, identificou que restos mortais encontrados pelos pesquisadores eram do tenente. O anúncio da descoberta foi feito apenas em 23 de outubro e Myers conseguiu ser enterrado, finalmente, em 10 de novembro, em São Petersburgo, Flórida.
Estima-se que 72 mil militares norte-americanos estão desaparecidos em decorrência da Segunda Guerra Mundial. Entre esses, 39 mil são considerados recuperáveis, Myers pertencia a esse grupo. Como não havia nenhum indício do copiloto até então, o nome dele aparece nas Paredes dos Desaparecidos no Cemitério Americano Sicília-Roma, em Nettuno, na Itália. A partir da descoberta, planeja-se colocar uma roseta ao lado do nome do combatente para indicar que ele foi contabilizado.
Para o dr. Nicholas Márquez-Grant, de Cranfield, localizar um militar desaparecido foi um “privilégio profundo”. Já o dr. David Errickson, professor sênior de arqueologia e antropologia no Cranfield Forensic Institute, explicou que a descoberta possibilita um enterro com honrarias militares e permite que a família do combatente receba pertences pessoais que possam ser encontrados. “Mais importante ainda, traz um encerramento para as famílias dos desaparecidos ou mortos em combate", afirma.
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