Denominada OTV-6, a missão finalizada no sábado (12) estabeleceu um novo recorde de duração de voo para o avião espacial X-37B.
Finalmente, após longos 908 dias em órbita, foi encerrada a sexta (e recordista) missão do avião espacial X-37B para a Força Espacial dos EUA (USSF). A aeronave robótica pousou no Centro Espacial Kennedy (KSC) da NASA, na Flórida, no sábado (12), às 6h22 da manhã (pelo horário de Brasília).
Essa foi a missão secreta mais longa já executada por aviões na órbita da Terra, com quase 130 dias a mais do que o recorde anterior, marcado pelo próprio X-37B.
“Com o módulo de serviço adicionado, isso foi o máximo que já levamos para a órbita no X-37B, e estamos orgulhosos de termos conseguido provar essa capacidade nova e flexível para o governo e seus parceiros da indústria”, disse Jim Chilton, vice-presidente sênior da Boeing Space and Launch, responsável pela construção do veículo, em um comunicado.
Embora bem menor, o X-37B se assemelha aos ônibus espaciais aposentados da NASA. Enquanto o avião espacial mede 8,8 m do nariz à cauda, os ônibus espaciais tinham 37 m de comprimento. Outra diferença é que o X-37B é um veículo autônomo, e os ônibus espaciais eram pilotados.
A USSF e a Boeing descrevem o avião como uma plataforma de testes, que permite aos pesquisadores observarem como as cargas úteis funcionam no ambiente espacial e, em seguida, examiná-las em solo.
Acredita-se que a USSF possua dois veículos X-37B, ambos fornecidos pela Boeing. Até o momento, a dupla voou seis missões orbitais, denominadas levando as iniciais OTV (sigla em inglês para Veículo de Teste Orbital):
OTV-1: Lançado em 22 de abril de 2010 e desembarcado em 3 de dezembro de 2010 (duração de 224 dias):
- OTV-2: 5 de março de 2011 a 16 de junho de 2012 (468 dias);
- OTV-3:11 de dezembro de 2012 a 17 de outubro de 2014 (674 dias);
- OTV-4: 20 de maio de 2015 a 7 de maio de 2015 (718 dias);
- OTV-5: 7 de setembro de 2017 a 27 de outubro de 2019 (780 dias);
- OTV-6: 17 de maio de 2020 a 12 de novembro de 2022 (908 dias).
“Desde o primeiro lançamento do X-37B, em 2010, ele vem quebrando recordes e fornecendo à nossa nação uma capacidade incomparável de testar e integrar rapidamente novas tecnologias espaciais”, disse Chilton.
Muitas dessas cargas úteis são confidenciais, assim como a maioria das atividades do X-37B. A Força Espacial não revela detalhes da órbita do veículo, por exemplo, nem informa com antecedência quando cada missão OTV vai terminar.
Sobre o voo recordista OTV-6, alguns detalhes foram divulgados, no entanto. Sabe-se que ele carregava o Módulo de Antena de Radiofrequência Fotovoltaica do Laboratório de Pesquisa Naval dos EUA, um dispositivo do tamanho de uma caixa de pizza que foi projetado para converter energia solar em micro-ondas para serem transmitidas para a Terra. Membros da equipe desenvolvedora do equipamento dizem que seu trabalho poderia ajudar a aproximar da realidade a energia solar baseada no espaço.
Segundo o site Space.com, o OTV-6 também transportou o FalconSat-8, um satélite projetado por cadetes da Academia da USSF, com cinco cargas experimentais próprias. O X-37B implantou o FalconSat-8 em outubro de 2021, e o satélite ainda permanece em órbita.
Avião espacial X-37B carregava experimentos da NASA
Ainda de acordo com o comunicado, a missão OTV-6 também levava alguns experimentos da NASA. Um deles teve como objetivo examinar como a radiação espacial afeta as sementes das plantas.
“Esta missão destaca o foco da USSF na colaboração na exploração espacial e na expansão do acesso de baixo custo ao espaço para nossos parceiros, dentro e fora da Força Aérea”, disse o general Chance Saltzman, chefe de operações espaciais da USSF.
Embora o voo OTV-6 tenha estabelecido um novo recorde de duração de missão para o programa X-37B, ele não chegou perto da marca geral de voos espaciais.
Alguns satélites de observação da Terra e de comunicações operam em órbita terrestre por uma década ou mais, por exemplo. A Estação Espacial Internacional tem sido continuamente ocupada por tripulações rotativas de astronautas desde novembro de 2000, e as sondas Voyager1 e 2 da NASA permanecem operacionais no espaço interestelar mais de 45 anos após a decolagem.
Via Olhar Digital
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