terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Gastos do governo com passagens nas alturas

Os gastos do governo federal com diárias, passagens e locomoção em 2008 foram os maiores registrados desde 2003. Ao todo, a União gastou R$ 1,4 bilhão, excluindo desse montante as despesas de mesma natureza com as estatais. O Poder Executivo é o campeão de despesas com R$ 1,2 bilhão, seguido do poderes Legislativo com R$ 114 milhões e do Judiciário com R$ 89 milhões. Os dois últimos com um número consideravelmente menor de funcionários. Os números foram levantados pela organização não-governamental Contas Abertas com base no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi).

O ministério da Defesa está no topo da lista dos ministérios que mais gastaram com passagens e diárias no ano passado. Foram R$ 207 milhões. Segundo a assessoria do órgão, os valores englobam toda a estrutura do ministério, ou seja, as unidades da Marinha, com suas embarcações, as do Exército e da Aeronáutica que, juntas, somam mais de mil organizações militares, além da Escola Superior de Guerra e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). “No total, portanto, os gastos se referem a uma instituição com cerca de 350 mil pessoas, militares e civis, e atividades em todo o território nacional. Engloba, também, as despesas com transferências de militares ” diz a nota da assessoria.

Parceria

De acordo com o Ministério da Defesa, estão incluídos nessa soma gastos com deslocamentos e diárias para atender demandas de outros ministérios, como socorro a vítimas de catástrofes e distribuição de água no semi-árido nordestino a pedido do Ministério da Integração Nacional, trabalho de combate à dengue por solicitação do Ministério da Saúde, e apoio logístico no transporte de urnas ou segurança no processo eleitoral.

Segundo lugar no ranking dos ministérios que mais gastaram com passagens e diárias, o Ministério da Educação afirma que suas despesas são mal interpretadas. Em 2008, o MEC gastou R$ 13 milhões com passagens áreas, incluindo as despesas dos escritórios regionais de São Paulo e Rio de Janeiro e do Conselho Nacional de Educação (CNE). Os R$ 175 milhões mostrados pelo levantamento do Contas Abertas, segundo a assessoria do MEC, incluem as despesas de 56 universidades, 38 institutos federais, 45 hospitais universitários, além de despesas de transportes de professores para cursos e seminários. A estimativa de gastos com passagem para 2009 é de R$ 17 milhões.

Em terceiro lugar no ranking dos que mais gastaram, o Ministério da Justiça informou que a maioria dos R$ 139 milhões foram investidos nas operações das polícias Federal e Rodoviária Federal. O Ministério da Saúde, que figura em quarto lugar da lista, com gastos de R$ 98 milhões, afirma que há necessidade de deslocar com frequência técnicos do Sistema único de Saúde (SUS) para trabalhar na ação de combate a doenças transmissíveis e epidêmicas como a dengue, para a realização de auditorias para verificação da regular aplicação dos recursos federais transferidos aos estados e municípios, além de encontros, seminários, congressos e campanhas em Brasília e nos estados para discussão de temas de interesse do SUS.

Fonte: Jornal do Brasil

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