Aeronaves rádiocontroladas foram projetadas e construídas pelos estudantes para a competição, de 20 a 23 de outubro, em São José dos Campos.
Cerca de 180 universitários da Grande São Paulo, que sonham ingressar na indústria aeronáutica, fazem contagem regressiva para disputar a
13ª Competição SAE BRASIL AeroDesign, agendada para 20 a 23 de outubro, no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos, SP. Para participar da competição, os futuros engenheiros finalizam a construção de 12 aviões radiocontrolados, projetados dentro de oito instituições de ensino. Ao todo, a competição reunirá 97 equipes, oriundas de 67 escolas de engenharia do Brasil, Venezuela e México, num total de 1,4 mil participantes.
As duas equipes da Classe Regular, uma da Classe Aberta e uma da Classe Micro, que obtiverem melhores pontuações ganham o direito de representar o Brasil na SAE Aerodesign East Competition, em 2012, nos EUA, onde equipes brasileiras acumulam histórico expressivo de participações: cinco primeiros lugares na Classe Regular, quatro na Classe Aberta e um primeiro lugar na Classe Micro. A SAE East Competition é realizada pela SAE International, da qual a SAE BRASIL é afiliada.
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Aeronave da equipe Keep Flying, da Poli USP, tipo asa voadora |
Campeã na SAE East Competition em 2009 e 4ª colocada na competição brasileira em 2010, a equipe Keep Flying, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli USP) aposta no sucesso do ano passado quando levou para São José dos Campos uma asa voadora (aeronave sem cauda) que rendeu, ainda, três menções honrosas. “Essa configuração é um desafio e inovação, que nos motiva a buscar superar as expectativas da competição”, acredita Matheus Ferraz, capitão da equipe, da Classe Regular, com 17 integrantes. A aeronave já faz testes de voo.
Fibra de carbono
Décima quinta colocada na Classe Regular, na competição brasileira em 2010, equipe Aero Elétrons, da Faculdade de Engenharia de São Paulo (FESP), investiu na aplicação de tubos de fibra de carbono na fuselagem e longarinas do monoplano, que pesa 3 kg e pode transportar até 12 kg de carga. A expectativa é ficar entre as 20 primeiras equipes colocadas na categoria. “É um desafio, porque nos voltamos para uma engenharia diferente na qual temos de estudar e aplicar os conceitos”, afirma Elimarcos dos Reis, capitão da equipe com 8 integrantes.
A equipe estreante Harpia Pampers 5000, da Universidade Federal do ABC, em Santo André, desenvolveu um avião com fuselagem em alumínio aeronáutico sem junções, que garante leveza e resistência. O avião pesa 3,5 kg e pode transportar até 11 kg de carga. “A competição oferece oportunidade única de aprendizado na área aeronáutica, capacidade de liderança e planejamento”, considera o capitão Joaci Lima, que comanda a equipe com 16 integrantes. A UFABC também conta com a participação da equipe Harpia, da Classe Regular.
Demais equipes
Também representam a Grande São Paulo, as equipes Obelix, do Instituto Mauá de Tecnologia; equipe Mechane, da Universidade Presbiteriana Mackenzie; equipe Fatecnautas, da Faculdade de Tecnologia de SP; equipes FEI Regular e FEI Regular Junior, do Centro Universitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana); e equipes Ícaro, Fly Girls e Pegasus, da Universidade Nove de Julho.
Categorias
Os aviões da Classe Regular, são monomotores, com cilindrada padronizada em 10 cc (10 cm3 ou 0,61 in3). O Regulamento impõe restrições geométricas, e este ano houve novas delimitações nas dimensões máximas das aeronaves, que devem aparecer na competição com compartimentos de carga maiores. Os projetos da categoria devem ser capazes de decolar em uma distância máxima delimitada, de 50m (61m em 2010).
Na categoria Classe Aberta, a distância de decolagem também é de 50m e as aeronaves devem ter instrumentos para medir tempo de voo. Os aviões da categoria não têm restrições geométricas ou número de motores instalados, desde que a soma das cilindradas dos motores esteja entre 10,65 cm3 (0.65 in3) e 15,07cm3 (0.92 in3). A Classe Micro traz a opção de lançamento da aeronave à mão e o avião da categoria não tem restrições geométricas nem ao número de motores, porém a equipe deve ser capaz de transportar a aeronave dentro de uma caixa de 0,175m³. As aeronaves podem usar motores elétricos e devem decolar em até 25m (30m em 2010).
Provas
As avaliações e a classificação das equipes serão realizadas em duas etapas: Competição de Projeto e Competição de Voo, conforme o regulamento baseado em desafios reais enfrentados pela indústria e disponível no
site da SAE BRASIL.
Organizado pela Seção Regional São José dos Campos, da SAE BRASIL, o Projeto AeroDesign é um programa de fins educacionais que visa propiciar a difusão e o intercâmbio de técnicas e conhecimentos entre estudantes e futuros profissionais da engenharia da mobilidade, por meio de aplicações práticas e da competição entre equipes, formadas por alunos de graduação e pós-graduação (stricto sensu), de Engenharia, Física e Ciências Aeronáuticas.
Vagner Galeote, presidente da SAE BRASIL, ressalta que o projeto SAE BRASIL AeroDesign completa a formação técnica dos futuros engenheiros. “É um reforço extracurricular, um estímulo às boas práticas da engenharia requeridas pelo mercado, como o trabalho em equipe, capacidade de liderança e planejamento, habilidade de vender ideias e projetos, além de incentivar o comportamento ético e profissional”, afirma.