Aplicativo está no topo da loja da Apple no Reino Unido, na Alemanha e na Holanda.
A queda do voo 17 da Malaysia Airlines na Ucrânia impulsionou o aplicativo de rastreamento de aviões à celebridade, à medida que mais pessoas estudam as rotas internacionais de voos que antes só chamavam a atenção de amadores e profissionais.
O aplicativo Flightradar24, gratuito ou pago, com conteúdos adicionais, está no topo da loja de aplicativos da Apple no Reino Unido, na Alemanha e na Holanda, o país que mais perdeu pessoas no desastre.
Um aumento de mais de 50 vezes no tráfico do site da empresa esgotou a capacidade do servidor, obrigando-a a limitar alguns serviços para aumentar a largura de banda.
“Tivemos diversos aumentos súbitos na venda de aplicativos desde a nuvem de cinzas da Islândia, mas este é, de longe, o maior”, disse Frederik Lindahl, 37, CEO da Flightradar24, que dirige a empresa em Estocolmo.
A crescente fascinação com as rotas de voos deriva em parte da falta de informações confiáveis sobre o desastre do avião, provavelmente abatido por um míssil sobre o leste da Ucrânia.
Os dados da Flightradar24 mostram que, embora o espaço aéreo fosse considerado seguro pelas autoridades na altitude da rota do voo MH17, algumas linhas aéreas evitaram passar pela região mesmo antes de ela ter sido fechada depois do incidente, enquanto outros aviões estavam seguindo de perto o 777 malaio da Boeing, que transportava 298 pessoas.
Rota popular
Os dados da Flightradar24 revelam que o espaço aéreo sobre a Ucrânia era uma rota muito usada antes da queda e que o voo MH17 percorreu esse caminho cinco dias na semana anterior.
Durante esse tempo, cerca de 820 voos atravessaram o leste da Ucrânia e dois deles – operados pela Singapore Airlines e pela Air India – dentro de um raio de 26 quilômetros do avião malaio quando ele foi atingido.
Agora que o espaço aéreo sobre o leste da Ucrânia está fechado, o aplicativo mostra uma série de aeronaves serpenteando pelo território da Turquia e da Rússia adjacente à Ucrânia na rota entre a Europa, o Oriente Médio e a Ásia.
Projeto de hobby
A Flightradar24 começou mais como um hobby, em 2006, quando dois suecos entusiastas da aviação criaram uma rede de receptores ADS-B no norte e no centro da Europa, disse Lindahl.
Dois anos depois, a equipe disponibilizou o sistema para que qualquer pessoa com o aparelho adequado pudesse carregar os dados.
No momento, a Flightradar24 continua sendo autofinanciada, de acordo com o CEO. Seu aplicativo custa 1,99 libras (US$ 3,40) no Reino Unido, onde fica o aeroporto de Heathrow, em Londres, o mais concorrido da Europa.
Lindahl disse que recebe ligações frequentes de grandes fundos de capital de risco e está contente por manter conversas “educadas” sobre o interesse comum.
“Quem sabe?”, disse ele. “A situação poderia mudar. Poderíamos encontrar uma ideia que precise de mais capital e teríamos que analisá-la”.
O aplicativo, cujos usuários frequentes incluem companhias aéreas, fabricantes de aeronaves e aeroportos, observou picos de interesse antes, inclusive quando uma nuvem de cinzas que emanava de um vulcão na Islândia impediu a decolagem de voos em toda a Europa, em 2010, e depois que o voo 370 da Malaysia Airlines desapareceu misteriosamente, em abril.
No entanto, a fascinação com as rotas de voo atingiram um novo pico depois da queda do voo MH17.
“Depois do desaparecimento do voo MH370, achei que seria difícil superá-lo, mas este incidente o supera amplamente”, disse Lindahl.
Fonte: Andrea Rothman e Richard Weiss, da Bloomberg via Exame.com - Imagem: Screenshot/Flightradar24/Apple.com
Clique AQUI para acessar o site Flightradar24 na internet.
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