terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Angolano cai de avião e morre junto a aeroporto em Londres

Não é a primeira vez que acontece, mas dá sempre arrepios. Um homem - trata-se quase invariavelmente de um corpo masculino - aparece morto no pavimento de uma vila ou aldeia próxima de um aeroporto. O instinto é pensar que foi crime, mas depressa se compreende a verdade. O corpo tombou de um avião. 

Retrato computadorizado, elaborado pela polícia, do homem que caiu em Mortlake

Um caso recente teve lugar em Mortlake, zona residencial próxima do aeroporto de Heathrow, em Londres. Em Setembro, numa ensolarada manhã de domingo, um ruído surdo anunciou a queda de um corpo num passeio, entre carros e casas ("Deve ter caído mesmo a direito", observou um residente. O passeio não é largo).


Era o corpo de um africano. Apresentava-se deformado - a polícia não especificou - e tinha no bolso algumas moedas angolanas, o que leva a pensar ter vindo desse país.

Muitas formas de morrer

Todos os anos há dezenas de situações deste tipo. Pessoas desesperadas, a fugir de qualquer coisa ou a tentar emigrar para um país rico. Há dezenas de casos por ano, sobretudo oriundos de países africanos, cujos aeroportos controlam mal o acesso às aeronaves.

Uma vez mais, as autoridades explicaram os riscos extremos - outros tantos modos possíveis de perder a vida - inerentes a essa forma de viajar clandestinamente. Pode-se ser esmagado pelo trem de aterragem a recolher. Nos compartimentos de bagagens não há pressurização, oxigénio ou aquecimento. O normal é morrer logo durante a primeira hora de vôo, por hipotermia ou de outra forma.

Se por acaso o passageiro clandestino ainda se encontrar vivo quando a viagem se aproximar do fim, estará quase de certeza inconsciente. Quando o trem de aterragem começar a abrir, a probabilidade de ele tombar no vazio é alta.

Flores foram retiradas

Foi quase de certeza o que aconteceu ao pobre homem de Angola (ainda não identificado) cujo aparecimento parece ter constituído um trauma para os residentes de Mortlake.

Eles dizem que ainda não conseguem deixar de pensar no assunto. Mas quando alguns angolanos residentes em Londres foram pôr umas flores no local, as flores depressa foram retiradas.

Para que não se torne um local de peregrinação, explicam os residentes.

Fonte: Luis M. Faria (expresso.sapo.pt)

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