Mais um ocupante do avião de pequeno porte que caiu na manhã desta quarta-feira (5) em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, morreu por volta das 11h45. O empresário Ronaldo Lopes Canteiro, de 57 anos, chegou ao hospital com múltiplas fraturas no crânio e no tórax. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu no ambulatório do hospital Bom Jesus. Sua filha, Renata Canteiro, de 29, está internada na Santa Casa de Misericórdia e passa bem.
Equipes da Aeronáutica encontram-se no local para avaliar as causas do acidente. A queda do avião aconteceu por volta das 10h30 desta quarta-feira em uma fazenda localizada no bairro Cara-Cará de Ponta Grossa. O piloto da aeronave, Paulo Cézar Duarte, de 51 anos, morreu na hora.
Canteiro era presidente da Embaquim, uma fabricante de máquinas e embalagens para produtos líquidos e pastosos, localizada no bairro Ipiranga, na cidade de São Paulo. Tanto ele quanto Renata estavam conscientes quando foram atendidos pelos bombeiros, mas apresentavam ferimentos graves. Canteiro teve trauma de face, tórax, abdome e provável fratura na perna, e apresentava dificuldades de respirar no momento do atendimento. Renata teve trauma de crânio, um corte na cabeça e reclamava de dor na coluna.
O avião, um monomotor modelo Piper PA-24-250 Comanche C, prefixo PT-DON, partiu de São Paulo e se dirigia a Carambeí, município vizinho de Ponta Grossa. O local da queda, a Fazenda Nidera Sementes, fica a cerca de um quilômetro de distância do Aeroporto Sant’Ana, que é utilizado apenas para vôos particulares.
Gregory Senger, instrutor do aeroclube da cidade, presenciou o acidente. Ele conta que viu a aeronave entrar no circuito de pouso do aeroporto sem pedir permissão pelo rádio. Senger lembra que ouviu um barulho no motor, que indicava uma possível pane. “O avião entrou na cabeceira errada da pista, onde havia outra aeronave, e teve que retomar altura”, diz. “Se ele houvesse avisado pelo rádio que ia pousar, a aeronave que estava na pista poderia ter saído”, afirma.
O avião tentou então dar meia volta e pousar no circuito correto, mas acabou não conseguindo altura suficiente, segundo Senger. “Deu para perceber então que ele tentou procurar um lugar descampado, e o local mais próximo é a fazenda”, diz o instrutor.
Alisson Margraf, outro instrutor do aeroclube, chegou a contatar Duarte, o piloto, pouco antes da queda. Ele diz que percebeu que a aeronave entrou no circuito errado e acionou Duarte pelo rádio, mas o piloto não respondia.
No final da manhã, técnicos do Instituto de Criminalística da cidade estavam no local da queda para analisar as causas do acidente. Peritos do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa V) devem ir até a cidade para participar das investigações.
Outra queda
Esta é a segunda queda de avião registrada no Paraná nesta semana. No último domingo (2), um monomotor caiu no pátio da Escola Municipal Ilda Campano Santini, em Paranavaí, por volta das 10h50, matando todos os cinco ocupantes. Ninguém estava próximo ao local da queda. Entre os ocupantes da aeronave, estavam três membros da família Romera, tradicional na cidade de Arapongas.
O avião decolou de Sonora, no Estado de Mato Grosso, às 9h30, e estava indo em direção a Arapongas, no Norte do Paraná. De acordo com o superintendente do Aeroporto de Maringá, Marcos Valêncio, o piloto do monomotor teria pedido informações à torre de controle do aeroporto sobre como as condições climáticas na cidade de Paranavaí. Na segunda-feira (4), peritos da aeronáutica estiveram no local e recolheram peças do avião para analisar as causas da queda.
Fonte: Gazeta do Povo - Foto: Henry Milleo (Gazeta do Povo) - Vídeo: Globonews
Um comentário:
O piloto da aeronave PA24-260 C "PT-DON", o coronel da Força Aerea Brasileira Paulo César da Silva Duarte, era experiente piloto, com mais de 5000 horas de voo em aeronaves militares, civis e comerciais. Relatos de pilotos de aeronaves particulares, presentes no aerodromo no momento do acidente, indicam que a aeronave PT-DON realizou o procedimento correto de entrada no circuito do aerodromo, e procedeu para pouso na cabeceira correta da pista, com a aeronave direcionada em sentido contrario ao do vento. Houve chamada pelo radio antes mesmo do ingresso da aeronave no circuito de trafego.
A pericia realizada, pela Aeronautica, na aeronave, nao constatou nenhum tipo de falha mecanica.
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